A Comissão Popular de defesa do Pinhal de Leiria “O Pinhal é Nosso” exige urgência ao Governo na reflorestação da mata nacional, apelando para que a futura gestão pública do Pinhal do Rei possa integrar, “com efeitos imediatos, a articulação do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) com as entidades relevantes do território envolvido, como as Câmaras Municipais de Alcobaça e Marinha Grande e juntas de freguesia, associações de bombeiros, forças de segurança, associações empresariais, escolas, instituições de ensino superior, entre outras e a própria população”, afirma Maria Loureiro, porta-voz da Comissão.
Os cidadãos entendem que as medidas apresentadas pelo Governo “são muito abrangentes”, o que preocupa a população. “O Pinhal de Leiria merece um tipo de atenção direccionada, pois tem um valor social e cultural enorme. Existe uma grande ligação das pessoas das várias regiões ao pinhal. Não se pode replantar. É necessário reflorestar”, precisa Maria Loureiro. [LER_MAIS]
O grupo lançou uma petição online e um abaixo-assinado em papel para reunir quatro mil assinaturas que permitirão levar o assunto da reflorestação do Pinhal de Leiria à Assembleia da República. “Mais de duas mil pessoas já assinaram o documento em papel e mais de 1300 subscreveram a petição online”, refere a cidadã, acrescentando que “é preciso dar projecção nacional ao Pinhal de Leiria”.
Segundo Maria Loureiro, o grupo destaca ainda como medidas urgentes, o reforço generalizado de meios humanos, quer na limpeza das matas, quer na vigilância e prevenção de situações de emergência, nomeadamente por via da contratação de técnicos florestais e trabalhadores rurais e reactivando o corpo de guardas florestais, “no fundo, o que a Marinha Grande já teve”.
A comissão salienta a necessidade do “reforço das condições dadas aos bombeiros e às forças de segurança, com escassos meios”. Recordando a falta de investimento que se verificou ao longo dos anos, Maria Loureiro defende que “todo o valor obtido com as vendas da madeira ardida no Pinhal do Rei (e mesmo que tais vendas resultem de adjudicações anteriores aos incêndios) seja, de imediato, alocado exclusivamente para fins de reparação, apoio aos lesados e recuperação do Pinhal de Leiria”.
Maria Loureiro lamenta que a autarquia não tenha estado presente na realização dofórumsobre o Pinhal de Leiria, que se realizou na quinta-feira, e que debateu o futuro da mata, depois do incêndio que consumiu 86% do território florestal.
“O ideal seria ter a Câmara do nosso lado para chegarmos mais facilmente ao ICNF e pressionar o Governo. É preciso haver medidas urgentes e não podemos esperar quatro meses pela conclusão do relatório. Existem as cinzas, as espécies invasoras…”, alerta a porta- -voz do movimento.