Cimenteira faz 100 anos e tem na descarbonização um dos seus desafios

A 3 de Maio de 1923 era inaugurada a Fábrica de Cimentos da Maceira- Liz, no concelho de Leiria, unidade que desde sempre se tem distinguido pela tecnologia impressa nos seus modos de produção e nos artigos que desenvolve. No presente, o foco da unidade está centrado na investigação e na aplicação de alta tecnologia, visando não só assegurar a sustentabilidade económica, mas também responder aos desafios da eficiência energética e da descarbonização que se colocam ao sector.

Constituída por uma equipa de 178 colaboradores, a Fábrica Secil Maceira-Liz é hoje responsável por uma produção anual de cimento de 774 mil toneladas (dados de 2022), alcançada com recurso a um constante investimento em tecnologia, como de resto tem sido seu apanágio desde [LER_MAIS]a fundação.

Cinco anos após o início da produção, já era instalado um segundo forno rotativo, paralelo ao primeiro e de fabrico idêntico. E em meados dos anos 30 do século XX, era instalada uma terceira linha de produção e a fábrica arrancava uma nova fase de desenvolvimento e de inovação tecnológica, tendo aumentado a sua capacidade de produção de cimento e reduzido os custos energéticos. Seguiu-se a expansão da então Empreza de Cimentos de Leiria para África (1944-1963), nomeadamente para Moçambique e Angola, a criação de mais fornos, em 1968 e 1970; o início de co-processamento de pneus como combustível alternativo, em 1987; o co-processamento de CDR como combustível alternativo regular, em 2006; e em 2019 tem início a produção de Low Carbon Clinker.

“Queremos apostar nas soluções sustentáveis e interessantes para os nossos clientes, é nesse sentido que já produzimos hoje Low Carbon Clinker na fábrica da Maceira, pelo que os nossos cimentos já têm uma pegada carbónica mais reduzida, caminho este que queremos aprofundar no futuro”, realça fonte oficial da Fábrica Secil Maceira Liz.

“As exigências de descarbonização do sector levam-nos hoje a investir na modernização da nossa linha de produção, e a realizar fortes investimentos de investigação e desenvolvimento. O foco neste momento está na maximização da eficiência energética na produção de clínquer, considerada a prioridade para as nossas actividades, na óptica de melhoria no curto e médio prazo”, explica a mesma fonte.

“Para isso é necessário procedermos à reengenharia das fábricas com aumento significativo da eficiência dos processos térmicos, aumentando a circularidade e reciclagem de materiais com vista à redução de consumo de recursos naturais”, prossegue.

“O projeto LCC-Low Carbon Clínquer já se encontra em fase piloto actualmente e terá um papel importante na redução de emissões de processo do clínquer, contribuindo com uma nova fase mineralógica do produto muito resistente quimicamente aumentando a durabilidade dos betões com ele construídos”, expõe ainda.

“A Secil está comprometida com a sustentabilidade, procurando compatibilizar o seu desempenho económico com o respeito ambiental e cidadania responsável. Nesse sentido, e de forma a dar resposta às alterações climáticas globais, o desafio passa pela diminuição da intensidade carbónica da produção, pela economia circular e pela promoção da biodiversidade”, prossegue fonte oficial da Secil.

“Estes são desafios que aceitamos e iremos vencer, com continuada criação de valor económico em contexto de globalização”, acrescenta.

“Consciente que o seu crescimento está directamente relacionado com a sustentabilidade das suas acções, a fábrica tem vindo a investir significativamente na inovação, fomentando alterações significativas nos processos produtivos e a criação de novos produtos mais sustentáveis”, prossegue ainda.

“Com vários parceiros de investigação e de desenvolvimento, procuramos desenvolver soluções adequadas às cidades que darão forma ao futuro. Ao nível do processo produtivo será fundamental descarbonizar, aumentar a eficiência energética e utilizar novas formas de energia, para criarmos produtos mais sustentáveis que os nossos clientes possam aplicar numa construção também ela mais sustentável”, realça a mesma fonte.

Também no passado, como no presente, mantém-se na empresa o cuidado com a comunidade envolvente, com a promoção da projectos educativos e culturais, que transformam a fábrica num símbolo de responsabilidade social.

Além das “condições de excelência” que dava aos trabalhadores, a cimenteira teve também responsabilidade na educação dos seus filhos, no bem-estar das famílias, e na dinamização do bairro operário, paralelo à operação fabril.

E hoje, nota a Secil, os esforços são empregues na preservação do legado histórico (com a criação do Museu do Cimento, em 2006, espaço vocacionado para a investigação e acolhimento de visitantes); também no apoio regular à junta, às escolas e aos bombeiros locais.