Aproximadamente 22 mil pessoas viram o filme Barbie em salas de cinema do concelho de Leiria no ano passado e 18 mil assistiram à projecção de Velocidade Furiosa X, os dois títulos mais procurados numa lista de triunfos de bilheteira que inclui Oppenheimer, A Pequena Sereia, Super Mario, Indiana Jones, Elemental ou o mais recente capítulo de Missão Impossível.
Em 2023, de acordo com o Instituto do Cinema e do Audivisual (ICA), os resultados do cinema no concelho de Leiria – ainda aquém do ano anterior à pandemia – melhoraram consideravelmente: 16.338 sessões (um aumento de 15% face a 2022) que atraíram 259.165 espectadores (mais 32%, no entanto, menos 55 mil do que em 2019) e que em 99% dos casos decorreram nas salas Cineplace (8.211 sessões e 111.969 espectadores) ou Cinema City (8.013 sessões e 139.418 espectadores) e as restantes no Teatro Miguel Franco e no Teatro José Lúcio da Silva.
Leiria segue mesmo acima da média nacional: segundo o ICA, a receita bruta da exibição de cinema em Portugal subiu em 2023 para 72,8 milhões de euros (mais 17,4 milhões) em consequência do crescimento do número de sessões (mais 6%) e de espectadores (mais 28%) a nível nacional.
Já no conjunto do distrito de Leiria, em 2023 realizaram-se 21.601 sessões, com 16.338 a acontecer em Leiria, 5.063 em Caldas da Rainha, 95 na Nazaré, 66 em Alcobaça, 38 em Pedrógão Grande e 1 na Marinha Grande. Somaram 345.522 espectadores, a maioria deles nos concelhos de Leiria (259.165, ou seja, 75%) e Caldas da Rainha (78.368, o equivalente a 23% por cento) onde existem multi-salas em centros comerciais e os outros em Alcobaça (4.351), Nazaré (2.119), Pedrógão Grande (1.303) e Marinha Grande (216).
Os dados mostram que o número de sessões no distrito de Leiria aumentou 12% (continua abaixo de 2019, último ano antes da pandemia) e que o total de espectadores cresceu 31% (menos 94 mil do que em 2019).
O relatório só considera a informação reportada ao ICA. Não inclui, por exemplo, a actividade do Cineclube de Pombal ou do Leiria Film Fest no Museu da Imagem em Movimento (Mimo) nem os vários ciclos acolhidos no Teatro Municipal de Ourém (no distrito de Santarém).
Nos concelhos de Alcobaça, Nazaré, Pedrógão Grande e Marinha Grande são os municípios que constam como exibidores, em Caldas da Rainha surgem o cineclube Culturcaldas (no CCC – Centro Cultural e de Congressos) e a empresa Cineplace (no shopping La Vie) e em Leiria aparece o Teatro José Lúcio da Silva (municipal) e as empresas Cinema City e Cineplace, com as sessões a decorrerem no Cineteatro João d’Oliva Monteiro, no Cineteatro da Nazaré, na Casa da Cultura de Pedrógão Grande, no Teatro Stephens, no CCC – Centro Cultural e de Congressos de Caldas da Rainha, no shopping La Vie de Caldas da Rainha, no Teatro José Lúcio da Silva, no Teatro Miguel Franco, no LeiriaShopping e no shopping NorteSul.
Municípios investem
As autarquias estão, entretanto, atentas ao apoio à sétima arte com projectos de investimento que pretendem, por um lado, melhorar as condições técnicas de visionamento e, por outro, fomentar a estabilização da oferta. Na Marinha Grande, um dos objectivos do projecto para o Teatro Stephens com que a Câmara obteve financiamento da Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses envolve “programação de cinema regular”, com “o apoio de cineastas da região”.
Também em Alvaiázere, o vice-presidente da Câmara, Flávio Craveiro, divulgou recentemente à agência Lusa a intenção de, “praticamente duas décadas depois”, promover o regresso do cinema a Alvaiázere no contexto de um esforço que envolve a aquisição de equipamento de projecção digital de cinema e vídeo, no valor de 150 mil euros, para o Auditório Fernando Lopes da Casa da Cultura, ao abrigo do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência).
Outros municípios que anunciaram a aquisição de equipamento digital de cinema e vídeo no âmbito do PRR, entretanto, são Batalha e Ourém, em ambos os casos também investimentos na ordem dos 150 mil euros.