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Cinema e TV | Isto é uma coisa a ver: Pequenas Cartas Malvadas

Elsa Margarida Rodrigues, professora e escritora por Elsa Margarida Rodrigues, professora e escritora
Maio 24, 2024
em Opinião
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Cinema e TV | Isto é uma coisa a ver: Pequenas Cartas Malvadas
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Pequenas Cartas Malvadas começa com o aviso de que o filme tem mais verdade do que o espetador pode pensar. Em parte, o aviso justifica-se porque se refere a factos ocorridos na cidade costeira de Littlehampton na década de 1920. Mas por outro lado talvez também se justifique porque vivemos tempos em que mensagens venenosas e ecos de um moralismo virtuoso parecem contaminar o nosso quotidiano.

Realizado por Thea Sharrock e escrito por Jonny Sweet, o filme conta com Olivia Colman no papel de Edith Swan e Jessie Buckley como Rose Gooding, a dupla de mulheres em torno da qual o filme gira. A separá-las fisicamente está apenas a parede fina que divide as casas gémeas, mas as duas mulheres representam dois universos morais antagónicos: de um lado Edith, a filha de meia idade, devota e casta, que vive com os pais, do outro Rose, irreverente e desbocada, uma jovem mãe irlandesa que vive com o seu companheiro de cor. De um lado a virtude, do outro a perdição.

A ação do filme começa com a chegada da décima nona carta, uma missiva ofensiva dirigida a Edith, escrita numa linguagem grosseira, idêntica à usada por Rose no seu dia a dia. É essa a carta que leva a que Edward Swan, o pai de Edith (representado por Timothy Spall), chame a polícia. Desencadeia-se assim uma investigação para descobrir a proveniência das cartas assente no pressuposto, imposto pelo pai de Edith, de que a culpada é Rose devido ao desentendimento ocorrido entre as duas famílias. Ao espetador é então mostrado o equilíbrio que se pode gerar a partir do encontro de opostos, o respeito que pode existir pela diferença, o secreto desejo de ser mais como o outro que frequentemente acompanha o nascimento da amizade, e a fragilidade de todos estes sentimentos perante o poder masculino ou perante a evocação da superioridade moral.

Este filme não é acerca da autoria das missivas, que apenas se desvenda no final, mas sobre as várias formas de abuso que tornam vítimas quase todas as mulheres do filme. Edith, vítima da crueldade do pai, que atira para o lixo a comida que ela lhe cozinha no dia em que a mãe é enterrada; Gladys Moss, a mulher polícia de Littlehampton, vítima da ostracização por parte dos colegas, relegada para o papel de fornecer apoio moral às mulheres afetadas pelo crime; Vitória (nome escolhido não por acaso) Swan, vítima do seu marido e do seu próprio moralismo, que a leva à morte; e Rose Gooding, a única mulher verdadeiramente livre, que é vítima do pai que a levava consigo em criança quando assaltava casas e do julgamento moral coletivo que a conduz à prisão e quase a faz perder a filha.

No entanto, apesar da misoginia explícita, o filme não é inteiramente maniqueísta. As mulheres também não começam por ser solidárias entre si: Edith não é solidária com Rose, tal como Gladys também se recusa a ajudá-la quando esta lhe pede ajuda; Vitória não protege a sua filha da crueldade do pai, e até o trio de mulheres que se vai revelar essencial para desvendar o mistério das cartas começa por assumir uma posição ambivalente. No entanto, no final, é a união das mulheres que prevalece, abrindo o caminho que nos permitiu chegar até aqui, um lugar de fala em que a voz feminina não está aprisionada nem tem de se esconder atrás de pequenas cartas malvadas.

A ver, para nos lembrarmos de tudo o que podemos perder.

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