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Predator: Killer of Killers é um filme de animação que, para mim, marca um novo e promissor capítulo no universo Predator. Dan Trachtenberg, já responsável pela revitalização da saga com o notável Prey, volta a provar que compreende a essência deste nome tão marcante no cinema de ficção científica e ação. Se ainda havia dúvidas sobre a sua visão, este novo filme desfaz todas elas. A marca Predator está, claramente, em boas mãos.
Se Prey me tinha surpreendido pela sua abordagem mais crua e íntima, Killer of Killers leva-nos agora numa direção mais expansiva e ambiciosa. Fascina-me especialmente a forma como o filme explora as possibilidades do universo dos Predadores – não tanto pelo lado emocional ou pessoal destas criaturas, mas sim pela profundidade tecnológica e ideológica que apresentam em relação a outros seres e planetas. É aqui que o filme ganha força: na sua construção de mundo e na capacidade de nos fazer imaginar o que está para lá da “selva”.
É também evidente que este filme procura cativar um novo público – talvez os menos interessados no Predator clássico dos anos 80, mas mais aberto a novas abordagens narrativas e visuais. É possível que fãs mais puristas não encontrem aqui o mesmo tipo de tensão e terror que tornaram o original icónico. No entanto, é inegável que, desde que Dan Trachtenberg entrou neste franchising, a saga voltou a respirar e a reinventar-se de forma inteligente.
Do ponto de vista técnico, Killer of Killers é igualmente impressionante. A animação destaca-se por um estilo visual refinado, com fotografia digital bem pensada e uma estética marcada por novas tecnologias, nomeadamente com o recurso ao Unreal Engine numa versão atualizada. É um trabalho que honra o legado visual da saga, ao mesmo tempo que aponta para o futuro.
Em suma, este é um filme que lança uma nova luz sobre o franchising. Se procura uma nova abordagem ao universo Predator, com combates intensos, mais sobre a sua civilização e a sua tecnologia, Killer of Killers é para si. No entanto, se procura um terror atmosférico e visceral dos filmes originais, poderá não encontrar aqui o que deseja. Este não é um filme suave – longe disso – mas o horror cede, desta vez, espaço à exploração e à ação. E isso, no contexto certo, pode ser exatamente o que esta saga precisava.
