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Cinema | Yasujirō Ozu e o silêncio das mudanças

Cátia Biscaia, realizadora e fotógrafa por Cátia Biscaia, realizadora e fotógrafa
Julho 25, 2025
em Opinião
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Cinema | Yasujirō Ozu e o silêncio das mudanças
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No verão, sabe bem voltar aos clássicos. Há qualquer coisa no calor e na lentidão dos dias que nos aproxima da contemplação — e Yasujirō Ozu, mestre japonês da quietude, oferece-nos isso com a subtileza de um poeta. A Flor do Equinócio, o seu primeiro filme a cores, é uma obra que cresce por dentro, como um gesto contido que diz mais do que parece.

Nascido em Tóquio em 1903, Ozu realizou mais de cinquenta filmes, muitos deles centrados na vida familiar japonesa. A sua estética é inconfundível: planos fixos a baixa altura, composições rigorosas e uma narrativa onde os silêncios falam mais alto do que as palavras. Obras como: Viagem a Tóquio (1953) ou Primavera Tardia (1949) fizeram dele um dos mais influentes cineastas da história do cinema, apesar de só ter ganho real reconhecimento internacional após a sua morte, em 1963.

Em A Flor do Equinócio, a narrativa é simples: um pai tradicionalista vê-se confrontado com a decisão da filha em casar com quem está, verdadeiramente, apaixonada e não com alguém aprovado pelos pais. Mas Ozu não está interessado no drama óbvio. O seu cinema cria uma tensão discreta, onde os conflitos familiares se insinuam mais do que se declaram. É um cinema de gestos adiados, de silêncios carregados e de olhares que dizem tudo sem dizer nada.

No fundo, o que me deslumbra é a forma como o conflito se instala lentamente, quase sem darmos por isso, até ser inevitável. Ozu não levanta a voz — o mundo muda, as gerações colidem, mas tudo se passa no interior dos espaços domésticos, entre uma chávena de chá e um tapete de tatami. O pai, interpretado por Shin Saburi, encarna esse embate entre tradição e modernidade. E Ozu, com a serenidade de quem observa sem julgar, mostra-nos a beleza melancólica dessa transformação.

A cor, aqui, não é apenas técnica. É emoção. Os vermelhos das flores equinociais pontuam o enquadramento como presságios — uma flor que desabrocha na passagem das estações, como as personagens, entre o que se deixa e o que se escolhe.

Disponível em plataformas de streaming, este é um clássico que continua a ecoar. Porque as mudanças — como os filmes de Ozu — fazem-se devagar. Mas ficam.

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