Tal como acontece um pouco por todo o País, os Municípios da região têm estado na linha da frente na ajuda à população em período de pandemia, quer na disponibilização de material de protecção, de equipamento informático para os alunos ou de refeições e bens alimentares, quer na aplicação de isenções ou reduções de tarifas (água, saneamento e resíduos) e de rendas sociais.
Só em medidas directas de protecção à Covid-19, as Câmaras da região (distrito e concelho de Ourém) já gastaram mais de 2,4 milhões de euros. A esta verba há a juntar as verbas relacionadas com medidas de apoio social, que, nos 10 municípios que responderam ao JORNAL DE LEIRIA, ultrapassam os 5,6 milhões de euros.
O Município de Leiria é, no distrito, aquele com maior volume de gastos em medidas de combate à Covid19. Até ao dia 11 deste mês, a Autarquia já tinha pago mais de 650 mil euros de despesas relacionadas com a pandemia. A maior fatia (462 mil euros) destinou-se à aquisição de material de protecção, como máscaras e viseiras, e de serviços de desinfecção, seguindo-se um donativo de 100 mil euros entregue ao Centro Hospitalar de Leiria (CHL) e quase 34 mil euros para a instalação de serviços de saúde relacionados com a Covid no estádio municipal.
Ao total já pago pelo município da capital de distrito, há a somar[LER_MAIS] 168 mil euros de taxas não recebidas, na sequência das reduções e isenções em vigor, valor que, de acordo com as estimativas apontadas pela Câmara aquando da aprovação das medidas excepcionais, poderá chegar aos 800 mil euros. A estas verbas acresce um milhão de euros, alocado ao fundo de emergência social para apoio às famílias no pós-pandemia.
Por seu lado, a Câmara da Batalha informa que, até ao dia 15 de Maio, a despesa directa associada à Covid-19 “ascende a cerca de 638 mil euros”. Destes, quase 300 mil são apoio às famílias, 161 mil para instituições e 180 mil euros para equipamentos de protecção distribuídos à população e às empresas. “A despesa social com as famílias é mais significativa e continua a crescer, designadamente ao nível de apoios sociais como o cartão familiar (aquisição de bens alimentares), apoio ao pagamento da creche e ajudas de emergência”, refere a Autarquia.
Em Caldas da Rainha, o Município estima em cerca de um milhão de euros o que “investiu e deixou de receber” por força da pandemia. Só em despesas relacionadas com a aquisição de material de protecção individual, a adaptação de espaços, onde se incluem dois hospitais de campanha, e compra de material informático para alunos e funcionários autárquicos em teletrabalho, esta Câmara gastou perto de 344 mil euros, de acordo com informação disponível no portal da contratualização pública (www.base.gov). A essa despesa, somam “as taxas e tarifas que o Município deixou de cobrar para apoiar a economia e a situação social dos que foram mais afectados” e verbas.
Marinha comprometeu 1,3 milhões
Entre despesa realizada e receita abdicada até ao momento, a Câmara Municipal da Marinha Grande, já comprometeu quase 1,3 milhões de euros em medidas de apoio à população, negócios e entidades. Segundo a Autarquia, a alimentação escolar, a isenção de 50% da factura da água durante 3 meses, a aquisição de máscaras, a compra de material para o Centro de Saúde, um apoio ao hospital de Leiria para aquisição de ventiladores e outro material médico e a ajuda a instituições sem fins lucrativos foram as medidas com maior volume financeiro.
Até meados de Maio, o Município de Óbidos tinha assumido despesas no valor de 177 mil euros, distribuídas pelas seguintes áreas: apoio alimentar (36.162); ensino (63.737); testes Covid (15.215), protecção individual e colectiva (36.392); adaptação/modernização administrativa (15.769); apoio à compra de medicamentos (5.000) e apoio de emergência a famílias (5.000). A par desta despesa directa, o município refere ainda as medidas de apoio a famílias e empresas, que representarão uma quebra de receita “superior a 1,5 milhão de euros”.
Por seu lado, a Câmara de Ourém adianta que já investiu cerca de 600 mil euros em medidas de combate à Covid 19. O apoio a instituições, a aquisição de máscaras sociais para distribuir à população e a compra de computadores e internet para alunos carenciados são as medidas que envolveram maior volume financeiro.
O município da Nazaré tem, até ao momento, assumidos compromissos de quase 77 mil euros, investidos sobretudo na aquisição de materiais e serviços de higiene e limpeza, de equipamentos de protecção individual e vestuário laboral e de bens alimentares para distribuição pelas famílias mais carenciadas do concelho. Entretanto, esta Câmara já anunciou um conjunto de medidas de apoio social e às empresas, estimado em 1,2 milhões de euros.
Em Pombal, o impacto financeiro das medidas que o Município adoptou até ao momento ultrapassa um milhão de euros. De acordo com informação disponibilizada ao JORNAL DE LEIRIA, grande parte desse impacto “passa pela diminuição da receita”, como consequência da redução em 50% do preço da água, saneamento e resíduos durante 3 meses, que totaliza 660 mil euros. Do lado da despesa, contabilizam-se quase 232 mil euros, onde se incluem 50 mil gastos em equipamentos de protecção individual cedido às IPSS, lares, agentes de protecção civil e juntas de freguesia, e verbas para a adaptação de equipamentos para apoio ao confinamento e um donativo de 75 mil euros entregue ao CHL.
O Município de Porto de Mós “já investiu perto de 700 mil euros” no combate à Covid-19”, valor que inclui mais de 200 mil euros referente à isenção de tarifas. Este município fez ainda investimentos na aquisição de máscaras e de outros equipamentos de protecção para “toda a população, unidades de saúde, bombeiros e IPSS”, no montante de 130 mil euros.
As medidas de combate à Covid-19 e à minimização dos impactos da pandemia já custaram ao Município de Figueiró dos Vinhos cerca de 160 mil euros. Destes, 111 mil de resultam da redução do tarifário da água durante três mês. A Autarquia investiu ainda 28.528 euros na aquisição de material de protecção e cerca de 7.000 euros na distribuição de alimentos/refeições e de equipamento informático a alunos carenciados