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Covid-19: Perderam-se aprendizagens e fiéis. Só a economia recuperou

Elisabete Cruz por Elisabete Cruz
Março 13, 2025
em Abertura
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Covid-19: Perderam-se aprendizagens e fiéis. Só a economia recuperou
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Parece que já foi há muito tempo, mas só passaram cinco anos desde os primeiros casos de Covid-19, cujo número elevado de mortes levou ao encerramento do País por duas vezes. O medo de um vírus desconhecido, que matava sem dó nem piedade, alarmou o mundo. Fecharam escolas, restaurantes e serviços, a máscara passou a fazer parte da indumentária, enterraram-se familiares sem ver o corpo e o distanciamento era obrigatório.

Os primeiros casos do novo coronavírus foram anunciados no final de 2019, com origem na China. A pandemia foi declarada a 11 de Março de 2020 e provocou mais de sete milhões de mortes. A descoberta de uma vacina e o conhecimento que a comunidade científica conseguiu obter do SARS-CoV-2 tornou a Covid- 19 idêntica a uma gripe. Cinco anos depois, as escolas continuam a sentir o impacto da pandemia.

Cesário Silva, director do Agrupamento de Escolas Marinha Grande Ponte, admite que o principal problema está relacionado com “as lacunas que ainda não se conseguiram ultrapassar, sobretudo, nos alunos que estão a meio do 3.º ciclo e que estavam a terminar o 1.º ciclo quando ficaram em confinamento”. “Ainda temos alunos que precisam de apoio para suprir essas dificuldades, sobretudo aqueles que estão em situações mais vulneráveis. Se alguma vez vamos conseguir colmatar os défices de aprendizagem? Não sei.”

Essa lacuna das aprendizagens reflectiu-se no ensino superior. Os estudantes que chegam ao Politécnico de Leiria estão mais impreparados. “Sabemos que a Covid prejudicou de alguma forma a preparação dos alunos no secundário. Os alunos não estão tão bem preparados quanto vinham antes”, assume o presidente do Politécnico de Leiria, Carlos Rabadão. Já as aprendizagens dos estudantes do ensino superior não ficaram comprometidas, garante, porque os conteúdos ficaram em diferido, o que até ajudou quem não tinha disponibilidade de estar nas aulas.

Cesário Silva confessa que a redução do número de horas de ensino remoto não foi o ideal durante o primeiro confinamento. Com receio de manter os alunos demasiado expostos aos ecrãs, os professores entupiam os estudantes com tarefas à distância. “Os alunos com menores capacidades de alcançar sucesso e de concretizar trabalho de forma autónoma foram acumulando tarefas. Se já em contexto presencial revelavam dificuldades, à distância foi pior.”

No segundo confinamento, a escola rectificou o método e os docentes cumpriram o horário estabelecido. “O conceito de aula de 90 minutos passou a ter três espaços: no primeiro os professores exponham conteúdo, no segundo os alunos trabalhavam em salas autónomas e no final os alunos regressavam à turma para partilharem as aprendizagens”, conta.

Esta foi uma prática transposta para o funcionamento normal das aulas, que passaram a ser menos expositivas e com uma interacção mais directa, onde os estudantes trabalham de forma articulada. Este docente nota ainda que a pandemia teve impacto na saúde mental e bem-estar. “Há um conjunto de alunos que continua a manifestar ansiedade e dificuldade em interagir e socializar com os colegas.”

Segundo o director do AG Marinha Grande Ponte houve aspectos positivos que ficaram, como uma “capacidade de adaptabilidade muito grande”. “Foi muito importante o trabalho colaborativo, que ainda hoje se mantém”, reforça, ao apontar as reuniões por videoconferência que vieram para ficar.

“A aplicação da plataforma Teams permitiu-nos ter um acervo sempre disponível quer para os alunos quer para os encarregados de educação. Deixámos de ter caderneta em papel e a comunicação faz-se nesta plataforma”, adianta Cesário Silva.

Também no Politécnico de Leiria alteraram-se os métodos de trabalho, com mais reuniões à distância, o que contribui para um ganho de tempo, pois evitam-se deslocações. “Do ponto de vista do ensino, a Covid veio ‘impor-nos’ a necessidade de assegurarmos rapidamente o ensino à distância, o que nos obrigou a acelerar a adopção de ferramentas digitais e metodologias de ensino e de avaliação”, constata Carlos Rabadão.

Essa experiência permite, agora, de forma natural, manter as aulas da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais à distância, enquanto ocorrer a remoção do amianto, exemplifica.

O Politécnico de Leiria viu os problemas relacionados com a saúde mental e o bem-estar dos alunos aumentar, pelo que reforçou a equipa de psicólogos. “Este ano lectivo arrancámos sem lista de espera e com alguma folga para atender os casos mais urgentes”, refere o presidente da instituição, ao lembrar o protocolo com o serviço de Psiquiatria do hospital de Leiria, que funciona como uma via verde para um atendimento rápido. Esta medida irá replicar-se no Hospital de Caldas da Rainha.

Online ganhou protagonismo

A psicóloga Alexandra Lázaro constata “alguma tendência para manter a socialização confinada ao espaço escola, com a comunicação digital, via redes sociais e jogos online, a ter mais protagonismo” entre as crianças e os jovens.

“Inevitavelmente a alteração na dimensão recreativa e lúdica da vida” e a imprevisibilidade, “resultou num aumento do número de casos com sintomatologia ansiosa e depressiva, e desafios acrescidos no desenvolvimento de competências emocionais e sociais”, acrescenta.

Sem conseguir especificar as faixas etárias onde o impacto foi maior, Alexandra Lázaro afirma que nas primeira e segunda infâncias, os efeitos sentiram-se ao “nível do desenvolvimento, (linguagem, fala, motricidade) e das aprendizagens escolares”.

Na adolescência, o impacto “sobre a socialização foi bastante marcante”. A procura por apoio psicológico aumentou. “Apesar de grande parte dos estudos pós-pandemia indicarem um aumento de sintomatologia ansiosa (stress, alterações de humor, irritabilidade), alguma tendência para actividades mais sedentárias” e uma menor capacidade para lidar e ultrapassar situações adversas, a psicóloga frisa que os “jovens com factores protectores e com boa rede de apoio familiar, características pessoais e sociais facilitadoras, mantêm padrões de comportamento e funcionamento adaptado”.

A também coordenadora do Plano Intermunicipal de Promoção do Sucesso Escolar (PIPSE) de Leiria defende que o principal desafio em contexto escolar “continua a ser a recuperação das aprendizagens”, verificando-se “um aumento acrescido de sinalizações de crianças com dificuldade da linguagem e fala, e consequentemente dificuldades na leitura e escrita, e aumento de queixas ao nível dos tempos de atenção e concentração dos alunos”.

Apesar de concordar que hoje estaríamos melhor preparados para uma nova pandemia, Alexandra Lázaro adverte que o impacto na saúde mental não seria menor.

“As pessoas com competências sócio- -emocionais mais desenvolvidas tendem a lidar com os factores de risco com maior eficácia e a preservar a saúde mental e uma percepção de qualidade vida mais positiva”, diz.

Por isso, defende que se aposte na “promoção de competências sócio-emocionais” para garantir “crianças e jovens mais bem preparados para a imprevisibilidade”.

Impacto avassalador

Quando o confinamento foi decretado, o impacto na economia “foi avassalador”, porque a economia portuguesa assenta na exportação de serviços”. “O turismo tem um grande peso em Portugal e como não havia viagens houve uma grande quebra e tivemos uma situação bastante complicada, até porque Portugal foi mais tímido do que outras economias a apoiar as pessoas”, afirma Susana Peralta. A economista realça que a “economia recuperou largamente da pandemia e está a correr razoavelmente bem, contra todas as expectativas”.

Para a também professora universitária não se verificaram grandes impactos negativos a médio prazo e o “rendimento real, ou seja, o salário, tem estado a crescer, em média”, sendo Portugal das “economias da Zona Euro que mais cresce”.

“Nenhum de nós esperava que cinco anos depois a economia estivesse como está, do ponto de vista do equilíbrio das contas públicas, da dinâmica das exportações e do crescimento dos salários reais. Mesmo os números de pobreza e desigualdade, que, obviamente, nos devem preocupar, foram revertidos”, realça.

Susana Peralta constata que a pandemia acelerou o teletrabalho em muitos sectores, aumentando a percentagem de pessoas neste regime. “Há muito mais flexibilidade e isso tem muitos aspectos positivos de conciliação entre a vida pessoal e profissional”, assume, ao referir que até permite alterar a residência para fora do centro das cidades.

Boas práticas ficaram

A pandemia foi um verdadeiro desafio para a saúde pública, que teve de tomar decisões no ‘escuro’. Antes mesmo de o primeiro caso ser conhecido em Portugal, a Unidade de Saúde Pública de Leiria já trabalhava na informação e articulação com as autarquias, escolas, protecção civil e Segurança Social, apostando na proximidade com as estruturas.

Nos momentos seguintes, os responsáveis trabalharam em planos de contingência, de isolamento e na definição de circuitos para “diminuir a probabilidade de transmissão”, explica Odete Mendes.

A antiga coordenadora da Unidade de Saúde Pública de Leiria destaca a colaboração, empenho e dedicação de todos os profissionais, que trabalhavam mais de 15 horas por dia, com disponibilidade telefónica total. “Foi um trabalho exaustivo, individualizado, mas que permitiu ter um trabalho de muita proximidade, o que foi uma mais-valia, para quando havia uma situação difícil. Houve muita partilha com todas as autoridades nacionais, com reuniões quase diárias”, afirma.

Odete Mendes reconhece a ansiedade que existia nas pessoas, resultado do desconhecimento sobre o novo coronavírus, mas o trabalho de continuidade e de organização “complementar e não competitiva”, contribuiu para o melhor funcionamento das estruturas.

A preocupação foi responder às ansiedades da população, nomeadamente, depois do confinamento e de tantas mortes. Enfrentaram a incompreensão de algumas pessoas que não consideravam a necessidade do isolamento e contrariavam as decisões. “Aquilo que ficará para o futuro é uma articulação plena, de resposta imediata às solicitações de uns e de outros, num stress de querer contribuir para o bem comum. Alguns ainda recordam com saudade esses tempos da mobilização do espírito de equipa, mesmo com mais de 16 horas de trabalho diárias”, reforça.

O surgimento da vacina foi “um alívio maior, mas também uma ansiedade muito grande”, porque quase todos queriam ser vacinados. “A adesão em Portugal foi muito grande. Obtivemos as maiores taxas de vacinação e rapidamente começámos a diminuir o número de infectados e de mortes.”

Odete Mendes atesta a segurança das vacinas contra o SARS-CoV-2, lembrando que têm efeitos secundários como todas as outras, mas alerta que a doença também pode deixar sequelas. “Conseguiram-se produzir vacinas em tempo recorde, porque não era a primeira vez que se estavam a criar vacinas. A situação teria sido mais catastrófica sem vacinas.”

A antiga coordenadora da Saúde Pública destaca as boas práticas que ficaram, como o uso de máscara quando se está com problemas respiratórios, o espirrar para o braço ou a lavagem das mãos.

“A Covid-19 foi um ensinamento para todos nós. Foi um momento muito difícil, que só agora temos noção das dificuldades que existiram e da exaustão em que todos estávamos. Tivemos situações engraçadas e gente que rezava por nós à Nossa Senhora de Fátima para nos mantermos activos e com resistência”, revela.

celebrações religiosas também sofreram com o impacto da pandemia, registando uma diminuição da participação dos fiéis, situação que não recuperou totalmente, assume o assessor da Diocese de Leiria-Fátima, Paulo Adriano.

As missas passaram a ser transmitidas online, mas este método não vingou. Apenas algumas paróquias mantêm o streaming. Já as redes sociais, sobretudo o facebook, continuam a ser dinamizadas com informações e mensagens pastorais.

“A pandemia parece ter feito uma espécie de triagem das celebrações litúrgicas. Notou-se alguma recuperação dos fiéis, mas houve perdas irrecuperáveis e as igrejas estão mais vazias. Também há menos celebrações, devido à morte ou envelhecimento dos párocos”, explica Paulo Adriano, ao adiantar que as excepções são nas festas do ano litúrgico ou da catequese.

O número

7

A Covid-19 provocou mais
de sete milhões de mortos,
enquanto foi declarada
pandemia

 

Etiquetas: aberturaaprendizagenscovid-19economiaescolaspandemiasociedade
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