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Covid rouba afectos aos idosos neste Natal

Elisabete Cruz por Elisabete Cruz
Dezembro 24, 2020
em Abertura
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Covid rouba afectos aos idosos neste Natal
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Muitos utentes dos lares são do tempo em que se namorava à janela e sob supervisão dos pais. Muitas décadas depois, e quando já estão numa idade em que não devem satisfações a ninguém, os nossos seniores vêemse obrigados a trocar afectos à janela, sob o controlo dos responsáveis pelos lares e longe de quem mais amam.

O inimigo SARS-CoV-2 é invisível e não tem hora nem local para atacar. A protecção dos mais vulneráveis é uma prioridade, pelo que os lares proibiram entradas e saídas. “Os idosos que fossem passar o Natal fora teriam depois de cumprir uma quarentena de 14 dias, o que ainda seria pior”, explica Sabrina Aleixo, assistente social do Centro Social Paroquial de Regueira de Pontes.

Ricardo Pocinho, presidente da Mesa da Assembleia Geral da Associação Nacional de Gerontologia Social, lembra que “não mais de 20% dos idosos” passa habitualmente o Natal em casa de familiares, até porque “têm limitações de diversas ordens”. Por isso, este Natal não será muito diferente para a maioria dos utentes de lares.

No entanto, se nos outros anos as famílias puderam visitar os seus entes queridos dando-lhes abraços e beijinhos, este ano os afectos estão proibidos. A proximidade física não existe e muito menos qualquer toque, para que a protecção dos mais vulneráveis seja máxima.

A dona Tita, como é carinhosamente tratada Felisbela Almeida, vai passar o Natal, pela primeira vez, longe dos sobrinhos, que são como filhos para si. Do alto da sua sabedoria de 78 anos de vida assume que está em “paz” e compreende a situação. “Não estou triste. Costumava passar sempre com a família, mas aceito”, refere a idosa que está no Centro Social Paroquial de Regueira de Pontes desde a sua abertura.

A sua irmã, com quem viveu desde sempre, também se encontra num lar em Fátima, e a Covid-19 aumentou a distância entre ambas, já que não a visita desde o início da pandemia. Admite que tem muitas saudades de estar presencialmente com os sobrinhos e ‘derrete-se’ quando o sobrinho-neto de 10 anos lhe diz: ‘Tita, amo-te muito”.

[LER_MAIS]“Falamos muito por telefone e enviam-me fotos. Gosto muito de ajudar toda a gente e estive envolvida aqui nas actividades, o que é óptimo”, conta ao JORNAL DE LEIRIA.

Susana Gaspar, sobrinha de Felisbela, salienta que o “Natal é todos os dias”, mas confessa que nesta quadra a ceia será um pouco mais triste sem a mãe e a tia. “A minha tia é uma pessoa incrível. Perdi o meu pai com cinco anos e foi a pessoa que me criou. Vou passar este Natal sem a minha mãe e sem a minha tia, mas temos de as proteger.” No dia 24, Susana vai a Regueira de Pontes levar uns miminhos à tia, mas também ao lar.

“Aquela instituição é espectacular. Estão sempre em contacto connosco e enviamnos vídeos e fotos com as actividades que os nossos idosos fazem. A dra. Sabrina e a dra. Sofia nasceram para estar à frente daquela instituição. Têm sempre uma palavra amiga e dão muita alegria”, elogia.

O mais difícil para Susana é a distância física. “Falta o beijinho, o abraço e sentir o seu cheiro. São coisas que nos custam muito, mesmo falando muitas vezes ao telefone.” A sobrinha considera que o lar de Regueira de Pontes foi a melhor escolha que poderia ter feito. “Mesmo não sabendo da pandemia, a construção foi pensada ao pormenor e podemos ver os idosos através de um vidro em todos os quartos. A minha tia já teve de fazer quarentena, por ter ido realizar exames médicos, e pude falar com ela na mesma.”

Sabrina Aleixo revela ainda que no Centro Social Paroquial de Regueira de Pontes os familiares podem ver os idosos à janela e falar através de telefone. A mesma situação sucede no lar das Vergieiras da Santa Casa da Misericórdia da Marinha Grande.

“Pedimos aos familiares que marquem um dia e hora para a visita à distância. Não permitimos qualquer contacto, nem os idosos vão sair da instituição. Já tivemos utentes com Covid-19 e, felizmente, está tudo ultrapassado. Não queremos passar pelo mesmo de novo”, afirma Joaquim João Pereira, provedor da Santa Casa da Marinha Grande.

Nos dois lares e na unidade de cuidados continuados da Santa Casa da Misericórdia de Leiria os contactos físicos também estão proibidos. “Os utentes não podem sair e não há visitas. Na Residência XXI temos uma zona com vidro, onde se podem ver, mas sem qualquer contacto. Estamos a cumprir todas as orientações da Direcção-Geral da Saúde e da União das Misericórdias”, garante Carlos Poço, provedor de Leiria.

Em Pombal, um surto de Covid- 19 impede qualquer contacto mesmo que à distância. “Os idosos estão todos em isolamento, quer os que estão positivos quer os que estão apenas de forma profiláctica”, revela o provedor da Santa Casa da Misericórdia, Joaquim Guardado, lamentando que não possa realizar a festa de Natal que estava prevista apenas para os utentes.

“Tínhamos pedido aos familiares para nos enviarem imagens com mensagens de um bom Natal, que iríamos mostrar na ceia, oferendolhes depois os presentes da instituição e dos familiares. Como temos utentes e funcionários infectados não podemos fazer nada disso”, explica Joaquim guardado.

Segundo o provedor de Pombal, o lar realiza todos os anos um almoço com os utentes, com uma pequena festa com teatro. “Como desde Março que não estão com a família pensámos em organizar aquelas mensagens, pois esta situação é muito complicada para eles em termos psicológicos”, refere, ao acrescentar que há idosos que nem percebem a razão de estarem em isolamento, até porque estão assintomáticos.

Os contactos por videoconferência vão manter-se, ferramenta que tem sido usada ao longo da pandemia. “Mas falta-lhes o toque, o mimo que é dado fisicamente.”

Também em Leiria, as chamadas por videoconferência são já um habitué. Durante estes nove meses, os idosos têm tentado matar as saudades com quem lhes é mais querido através das novas tecnologias. Na noite deste Natal, Carlos Poço não irá estar com os utentes, nem oferecer-lhes o tradicional ‘miminho’.

“Não vou por respeito a eles. Temos de reduzir ao máximo o risco. Vamos ter alguns grupos a actuar em exclusivo para eles”, espectáculo que será transmitido por videoconferência. A tradicional ceia da Consoada mantém-se, com o bacalhau e o bolo rei à mesa. “Haverá ambiente natalício”, garante.

No Centro Social Paroquial de Regueira de Pontes a festa será “muito restrita”, apenas com os utentes e com os funcionários de serviço, afirma Sabrina Aleixo. “A saúde é o mais importante e queremos cumprir todas as regras da Direcção-Geral da Saúde. No dia Natal e na ceia vamos oferecer-lhes os presentes que os familiares têm enviado. Pedimos que mandassem com tempo para serem desinfectados e ficarem em quarentena.”

Este é o primeiro Natal da instituição, que abriu portas este ano. “Vamos tentar aumentar os contactos entre os idosos para criar um ambiente mais familiar.

“Vamos tentar colmatar a ausência das suas famílias. Trabalhámos muito o calendário do advento. Foram os utentes que fizeram os enfeites de Natal da instituição e um postal de Natal, que enviaram aos familiares. É uma forma de manterem a ligação”, revela a assistente social. Segundo esta responsável, os idosos tem reagido bem à separação.

“Custa-lhes, estão tristes, mas compreendem. Não há ninguém revoltado. Querem proteger-se e às famílias.”

Pandemia
Agressividade emocional
Ricardo Pocinho, presidente da Mesa da Assembleia Geral da Associação Nacional de Gerontologia Social, lembra que a pandemia da Covid-19 está a provocar uma “agressividade emocional” nos idosos, “que têm vindo a agravar os sintomas ligados à depressão e à solidão”, desde Março. O investigador sublinha que o impacto “não é apenas o efeito de nove meses, mas o acumular de uma vida inteira”.
“Muitas destas pessoas vivenciaram o trabalho infantil, a ida dos maridos para a guerra, as mulheres criaram os filhos sozinhas, porque os maridos emigraram à procura de uma vida melhor. Quando esperariam que estas suas vivências estivessem ultrapassadas, esta falta de afecto aumentou o isolamento”, acrescenta. Lembrando que há muitos idosos votados ao abandono nos lares pelos seus familiares, Ricardo Pocinho constata que “para muitas destas pessoas o lar é a sua primeira família”.
O amor, o carinho e os afectos eram dados pelos funcionários. Hoje, estes estão vestidos com um traje de protecção que nem lhes permite ver o sorriso”, lamenta. A agudizar a situação está o facto da pandemia impedir que muitas actividades em grupo possam ser feitas, nomeadamente físicas, ou a ida à missa. “O Natal é a soma de um conjunto de coisas. Mas sei que os lares proporcionam os contactos com os familiares, que poderão fazer visitas de forma desfasada ao longo desta quadra. Este ano temos todos de pensar que só teremos mais natais se nos pouparmos neste”, remata.
Etiquetas: coronavíruscovid-19distritodoençasidososinfecçãolarespandemiasars-cov-2saúdesociedade
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