Oficialmente constituído a 30 de Maio de 1975 com o nome Montecarlo, é por “Salvador” que todos conhecem este restaurante localizado na Rua Dr. Correia Mateus, voltado para o Mercado de Sant’Ana, em Leiria. São 50 anos de história de um negócio familiar, onde a simpatia e a comida caseira conquistam várias gerações de leirienses.
Salvador Lopes Rodrigues abriu o estabelecimento com a esposa, Margarida Alves, e o espaço funcionava inicialmente como tasquinha e cervejaria, recorda Manuel Rodrigues, um dos filhos do casal. Como Salvador era uma pessoa muito conhecida, até porque já antes tinha gerido um outro restaurante na cidade, raramente alguém se referia ao Montecarlo. “Diziam sempre que iam ao Salvador. E assim ficou.”
Actualmente, é Manuel Rodrigues quem gere o negócio, em articulação com outros familiares: Carlos Rodrigues, Ana Paula Rodrigues, Ana Cristina Rodrigues e os herdeiros de José Manuel Rodrigues.
A verdadeira “máquina” está na cozinha. É Ana Cristina que, num dia bom, entre almoços e jantares, chega a preparar quase 200 refeições. Ana Paula comanda o balcão e Manuel movimenta-se na sala e na caixa. E todos [LER_MAIS]os dias são de trabalho árduo para servir almoços a funcionários da câmara, das finanças, dos bancos, entre outros tantos clientes habituais, exemplifica Manuel. Mas surgem também muitas famílias de Leiria, de outros concelhos e até estrangeiros, seduzidos pela descrição do restaurante na internet, refere o sócio-gerente.
Os estudantes são outro público adepto do “Salvador”, não só da comida caseira como do famoso Josel, o vinho rosé produzido em Óbidos, que desde sempre refresca as refeições neste estabelecimento.
O atendimento com simpatia e rapidez, a boa comida tradicional portuguesa, caseira, aliados à permanente actualização, são o segredo da longevidade do negócio, considera Manuel. Da tasquinha inicial, o estabelecimento passou a restaurante, hoje com esplanada, onde a ementa, diversificada, se vai actualizando. “Temos sempre 10 pratos de carne e outros tantos de peixe, além dos pratos dia.”
A alheira e a costeleta de vitela são sempre muito apreciadas, bem como as várias mousses, o doce da casa ou a baba-de-camelo, confeccionados pela Ana Cristina.
“Temos casos, onde já passaram por aqui os bisavós, os avós, os pais, os filhos e os netos”, orgulha-se Manuel, que gostava de assistir à continuidade do negócio, apesar de reconhecer a dificuldade de captar pessoas para trabalhar nesta área tão exigente. “Gostava que no futuro alguém da família continuasse o ‘Salvador’. Mas todos têm cursos e estão fora daqui. Só vêm ajudar de vez em quando, se for necessário”, comenta Manuel. Trabalhar em família, de segunda a sábado, ultrapassando os momentos de stress, exige grande espírito de equipa, conclui o sócio-gerente, realçando o papel que os vários colaboradores têm tido para o êxito do restaurante.