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A realização de jogos no Estádio Dr. Magalhães Pessoa, em Leiria, está acima do normal. Além do habitual utilizador, a União de Leiria, o tapete do municipal recebeu o jogo da I Liga Casa Pia-Benfica, a final da Supertaça feminina Benfica-Sporting e a partida entre o Estrela da Amadora e o FC Porto B, todos jogos de grande intensidade e sobrecarga de relvado.
No domingo, António Folha, treinador portista, confessou que a qualidade do relvado do Municipal de Leiria era fraca e ficou aquém daquilo que as duas equipas jogaram.
Carlos Palheira, vereador do Desporto da Câmara de Leiria, garante que a falta de relva evidente não é um problema de sobrecarga do campo. “É suposto corresponder à utilização que teve”, sublinha, ao apontar que o problema foi um “golpe de calor que afectou estruturalmente o relvado”.
O Municipal de Leiria é dos poucos estádios que não tem um campo relvado de apoio. O futebol feminino está em franco crescimento na região e os clubes começam a ter dificuldade em gerir o número de equipas para os espaços que possuem. Confrontado com a possibilidade de Leiria, que este ano exibe o título de Cidade Europeia do Desporto, construir um novo relvado, Carlos Palheira afirma que “é algo que se considera”.
“Não está fechada uma decisão.” No entanto, o autarca lembra que nos últimos anos o município tem apoiado significativamente os clubes na reabilitação ou construção de relvados, existindo 24 campos no concelho. “Procuramos que os clubes tenham as melhores condições.
Para criar um novo campo também teremos de ter um modelo de gestão que satisfaça todos”, reforça.
Segundo Carlos Palheira, a empresa responsável pela manutenção do relvado está a desenvolver um trabalho “muito específico” para melhorar a qualidade. “É a mesma entidade que é responsável por campos como o do Sporting e do Portimonense, conhecido como um dos melhores relvados.”
A escolha de Leiria para Casa Pia e Estrela da Amadora utilizarem como suas ‘casas’ quando os seus estádios não estão disponíveis, obrigou a que o estádio municipal recebesse um conjunto de partidas de futebol quase de rompante.
“Já se notou uma ligeira melhoria do jogo do Casa Pia-Benfica para o da União de Leiria. Mas está longe da qualidade que queremos. Vai agora haver um período sem utilização o que vai permitir uma sementeira, com produtos naturais e a relva vai adensar e crescer. Jogando torna mais difícil fazer trabalhos técnicos específicos”, explica.
