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Crónica leve para um dia quente de Verão

Paulo Kellerman, escritor por Paulo Kellerman, escritor
Julho 29, 2021
em Opinião
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A loucura é como a respiração: faz parte de nós, alimenta-nos e define-nos.

Depressa deixamos de reparar nela, de ter consciência da sua presença. Não pensamos na respiração que nos mantém vivos, e também não pensamos na loucura que nos caracteriza. Respiramos. Enlouquecemos.

São actos naturais e intrínsecos à humanidade. Talvez seja o que nos diferencia dos animais, a capacidade de enlouquecer; em tudo o resto, é possível que sejamos iguais: respiramos, e um dia acabamos por morrer. Nós e os animais.

Ou será que os animais também enlouquecem? Por exemplo: será que se apaixonam? Sabemos que é essa a forma mais banal e frequente de loucura. A paixão. E habituámo-nos a achar que é uma condição muito nossa, uma coisa de humanos, apenas dos humanos.

Espanta-me como somos presunçosos. Ou ingénuos, não sei. Pode ser apenas isso: ingenuidade.

Somos loucos, mas tentamos disfarçar com palavras. Talvez seja isso a poesia: uma forma de disfarçar a loucura, ou de a tentar tornar bela.

Por isso é que todos somos um bocadinho poetas. Para disfarçar. Quando afinal a loucura é algo tão banal como a respiração. Tão banal como a pele.

Será que alguém quer negar a sua pele? Pele, renego-te. É através de ti que sinto e percepciono o mundo. É através de ti que me espanto e me arrepio, que vibro. Que me sinto vivo. Mas renego-te, recuso a tua existência. Ridículo, não é?

Poderíamos dizer exactamente o mesmo da loucura. Loucura, renego-te. É através de ti que sinto e percepciono o mundo. É através de ti que me espanto e me arrepio, que vibro. Que me sinto vivo. Mas renego-te, recuso a tua existência. Ridículo. Dá vontade de rir.

Mas ainda bem, porque é isso que contrabalança a loucura. O riso. Enquanto conseguirmos rir a loucura estará equilibrada.

O descontrolo ocorre quando se perde o riso. Aí, entramos no domínio da loucura completa.

Talvez isso também nos separe dos animais. Os gatos não riem; não se apaixonam nem riem.

São uns desgraçados. Ou abençoados? Não sei. Pode alguém que não ri ser abençoado?

Desconfio mesmo que o riso esteja intimamente ligado à loucura. Como os pulmões ou os olhos ou os ouvidos: podemos funcionar só com um de cada, mas não é a mesma coisa.

Sem o par sentimos inevitavelmente um desequilíbrio, uma ausência, um embaraço; mesmo que funcionalmente a coisa se mantenha mais ou menos bem.

Será assim com a loucura e o riso? Formarão um par? Faltando um, mantemo-nos funcionais. Mas sabemos que não é a mesma coisa. Sentimos um desequilíbrio, uma ausência, um embaraço.

É com o riso que controlamos a loucura, tal como controlamos a respiração durante uma corrida.

E o segredo é esse: não deixar de respirar, mas controlar a respiração. Dominar, e não eliminar. Controlar, e continuar a correr.

Com a loucura deveria ser igual: dominar a sua força e ver até onde nos leva. Porque se não estamos um pouco loucos, o que somos? Gatos.

Etiquetas: opiniãoPaulo Kellerman
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