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Culturoterapia

Cláudia Camponez, psicóloga educacional por Cláudia Camponez, psicóloga educacional
Junho 30, 2023
em Opinião
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“Qualquer dia não há nada disto” – Esta foi a frase que repetidamente ouvi nos últimos dias.

Junho, mês do verão, das férias e das festas. Dei por mim a apreciar o que de mais tradicional temos nas nossas aldeias: as festas em honra de um tal santo padroeiro. Para os mais aplicados e que levam isto a sério, tudo começa um ano antes do verdadeiro acontecimento com o agarrar da bandeira. Depois, é suposto que se trabalhe no sentido de arranjar um bom pé-de-meia que patrocine o cartaz escolhido e, por fim, a coisa dá-se.

Festeiros, devidamente identificados com o ano de nascimento ao peito, são os anfitriões e tudo o que acontece é fruto do seu planeamento e organização. Desde a quermesse, às rifas, aos andores e aos foguetes que anunciam a procissão no dia grande.

O passo certeiro da filarmónica ao som de rufos enérgicos de tarolas e o bailarico pimba, em que dançam mais seniores que jovens, são presenças obrigatórias, assim como a voz folclórica e esganiçada que acompanha as concertinas e ecoa rimas tolas. Tolas, mas tão nossas e que caraterizam a nossa cultura popular. Há tanto do povo português nestas tradições e por vezes tão pouca participação e valorização destes eventos que devolvem às localidades a vivacidade do antigamente, como que parentes pobres da cultura local. Dantes vinha a família de fora, os famosos emigrantes que repovoavam estes lugares em época de férias, os amigos dos amigos e os curiosos que acompanhavam as bandas. Todo o ano se ansiava pela festa. Eu recebia roupa nova e desfilava na marcha popular. A festa de agosto era O acontecimento!

Agora, meio que ao abandono, estes sítios perdem protagonismo. Poucos são ainda os entusiastas que assumem sem medo a organização do festejo. Há mais para fazer, ao invés de outrora e talvez a motivação, originalmente religiosa, seja um dissuasor, não sei. Também o êxodo, ainda rural, possa arcar com alguma culpa nesta falta de envolvência. Sei que há,  naturalmente, dinâmica e evolução, mas acredito também que manter a tradição nos confere um sentimento de pertença a algo que vai para além do agora. Dá-nos raízes e situa-nos de alguma forma.

As festas das nossas aldeias, para além de momentos de convívio, são reencontros connosco e permitem preservar e respeitar a ancestralidade para as gerações futuras, assumindo-se assim como formas de sustentabilidade, já que a sua salvaguarda a longo prazo, garante que a prática se mantenha ativa e que possa vir a ser transmitida.

A cultura popular, os usos e os costumes têm força, alimentam relações de vizinhança e desenvolvem o espírito de comunidade. Fazem-nos bem! Aliás, qualquer tipo de cultura tem esse poder.

Curiosamente, foi este mês noticiado que alguns médicos do Alentejo Central passarão a fazer prescrição cultural aos seus pacientes, como complemento à prescrição médica convencional e ao apoio social. Trata-se de uma ideia apoiada no programa Transforma – Programa para uma Cultura Inclusiva do Alentejo Central, que pretende promover a inclusão social junto de populações excluídas ou isoladas. O projeto, que articula cuidados primários e os agentes culturais, deseja contribuir para a saúde e bem-estar das populações através de diversas atividades que fomentem o seu processo de recuperação e integração.

Com efeito, acredita-se que o acesso à cultura poderá desempenhar um papel importante em problemas de saúde mental, como a depressão, o isolamento e a solidão, no sentido em que permite restabelecer relações comunitárias, reduzir o isolamento, aumentar a confiança e a recuperação psicológica, corrigindo ainda desigualdades ou assimetrias sociais.

A investigação científica internacional sobre prescrição cultural aponta de facto melhorias na saúde mental e bem-estar em diferentes parâmetros, nomeadamente no aumento do nível de energia, vitalidade, alegria e prazer na vida; na melhoria no estabelecimento de relações interpessoais e competências; na promoção da autoestima, autocuidado, motivação e capacidade de compreensão das nossas necessidades; garantindo ainda maior proximidade ao mercado de trabalho.

A cultura aproxima, oferece espaços para a autoexpressão, aprendizagem e descoberta, permite encontros significativos com o outro e torna as comunidades mais saudáveis. A cultura ativa os principais circuitos de recompensa neural e melhora a cognição social e a conectividade, que são cruciais para a coesão social.

Como disse, recentemente, o Papa Francisco a propósito do encontro Pope Meets Artists, “a arte e a fé não podem deixar as coisas como estão: mudam, transformam, convertem, movem” e às vezes só precisamos mesmo que as coisas se mexam cá dentro.

Etiquetas: Cláudia Camponezopinião
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