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Home Sociedade

Da guerra na Ucrânia para paz em Leiria à boleia de muita solidariedade

Lúcia Alves por Lúcia Alves
Março 3, 2022
em Sociedade
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Da guerra na Ucrânia para paz em Leiria à boleia de muita solidariedade
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Quarta-feira, 2 de Fevereiro de 2022. Mário Brilhante, Hanna Klapiichuk, Daniil Yakovliev e Yosyp Yakovliev tomam juntos o pequeno-almoço numa quase normal rotina familiar, mas há apenas três dias os rapazes, adolescentes de 14 e 13 anos respectivamente, iniciavam a fuga da Ucrânia até à fronteira com a Roménia, enquanto Mário e Hanna corriam de Leiria para lá, para os ir buscar.

Há algum tempo que o casal acompanhava à distância os desenvolvimentos de uma guerra iminente e já havia intenção de trazer os filhos de Hanna para Leiria, no final do ano lectivo, pelo que os passaportes de Daniel e Yosup estavam pedidos, mas com o país já em guerra, não havia garantias de os terem tão cedo e a urgência de agir instalou-se quando perceberem que as fronteiras começavam a ficar totalmente congestionadas.

No sábado, enquanto um amigo ucraniano iniciava movimentações para encaminhar os rapazes para a fila de refugiados que se dirigiam à fronteira com a Roménia, Mário Brilhante, já com voos comprados de Lisboa para Viena, na Áustria, contactava todas as embaixadas possíveis para garantir que mesmo sem passaportes conseguiriam tirar os rapazes do país. Foi a embaixada portuguesa na Roménia que acabou por garantir ajuda.

“Além do contacto permanente e disponibilidade total que demonstraram, encaminharam-nos a ajuda de um casal de portugueses emigrantes na Roménia que, a título voluntário estava há dias no terreno a ajudar pessoas”, conta Mário Brilhante. “Foram buscar-nos à fronteira com a Ucrânia, deram-nos dormida em sua casa, e no dia seguinte ainda nos levaram ao ponto de partida do autocarro que fez a ligação, numa viagem de cerca de seis horas, a Bucareste”, descreve o leiriense. Dali, apanharam, finalmente o voo de repatriamento para Portugal, no qual a embaixada portuguesa garantiu lugares também para Hanna e os filhos ao abrigo de um salvoconduto. “Aquele casal é incrível. Não trabalham há dias, mal vão à cama e passam o tempo em deslocações constantes à fronteira para ajudar a sair pessoas que, como nós, após a passagem precisam de ajuda nas movimentações seguintes”.

“Além das ONG há imensas pessoas que, a título particular e de solidariedade estão a deslocar-se àquela fronteira para oferecer ajuda”. “É impressionante”, refere Mário Brilhante. Hanna não esquece a manhã de sábado, quando Mário lhe disse que não podiam esperar mais. Que era tempo de agir. Ainda “incrédula” e “bloqueada” com tudo o que se estava a passar no seu país, viajou “de coração apertado”, com o objectivo de pôr a família a salvo. Trouxe os filhos, os pais não quiserem abandonar o país. Consternada e claramente emocionada diz-nos que sente um “alívio e felicidade pelos filhos” que ainda não consegue materializar em alegria e sorrisos, porque tem “a alma e o coração em dor permanente”, pela família e amigos que ainda lá estão. São de Chernivtsi, uma cidade com cerca de 250 mil habitantes, no sudoeste da Ucrânia, perto das fronteiras com a Roménia e a Moldávia.

Hanna reconhece “a sorte” de ter por companheiro um homem “com coragem” que a ajudou num processo que diz que “seria incapaz de fazer sozinha”. Está em Portugal há menos de um ano, não fala português e já tinha dado entrada da Manifestação de Interesse no SEF, processos que se sabe que são morosos, mas que agora as autoridades portuguesas garantem que serão agilizados. Ainda lhe está na expressão “o medo” que diz ter sentido quando pisou solo ucraniano, apesar de estar numa zona fronteiriça segura, onde também tiveram a sorte de um guarda conhecido os deixar esperar pela passagem dos rapazes sem que tivessem de transpor os portões que obrigariam Hanna e Mário a separarem-se, visto que ele teria de o fazer pela fila dos estrangeiros e ela dos ucranianos. Viu-se na pele de “todas as mulheres sozinhas, com os filhos nos braços rumo a um futuro incerto”.

“Não consigo imaginar se fosse comigo”, diz emocionada. “Não temos força militar para enfrentar a Rússia e não tenho qualquer esperança que Putin pare, a menos que seja travado”, lamenta Hanna.

Mário Brilhante diz-se “aliviado” por ter conseguido resolver a situação dos filhos de Hanna, que iniciam agora o seu processo de integração e para o qual já têm garantias de ajuda por parte da Câmara de Leiria, mas o sentimento que ainda prevalece é de muita revolta, porque “para trás ficaram pessoas a sofrer com uma guerra estúpida”.

“Vi muitas mulheres com filhos a despedirem-se dos maridos. Muitos deles talvez não voltem a estar juntos”, lamenta. Para o leiriense, “as sanções e toda a acção que caracteriza a resposta do ocidente é enorme e com efeito prático no que diz respeito a isolar a Rússia, mas tem de se fazer muito mais a nível militar para ajudar a Ucrânia”.

O empresário leiriense, conhecido do ramo da restauração e bares, cujos negócios fechou por conta da pandemia, diz ainda que “é preciso olhar para a China como um país que também tem de ser penalizado”, pelo facto de estar na retaguarda de Putin. “Eles estão a bater palmas a esta guerra”, afirma Mário Brilhante, que considera que “sem a China, Putin não estava a fazer isto”.

“É preciso mostrar aos chineses que os seus investimentos e intenções económicas e financeiras, na Europa, também podem ser sancionadas e aí acredito que recuem no apoio à Rússia, que, só assim ficará realmente isolada”.

“Se não tivermos coragem de agir agora, mesmo cientes do enorme prejuízo económico que isso nos possa trazer, vamos sofrer mais tarde as consequências de estes governos saírem vitoriosos e ainda mais confiantes desta guerra, muito possivelmente com prejuízo sobre a nossa liberdade e direitos fundamentais”.

“É urgente ajudar a Ucrânia, aquela gente que, na verdade, está a proteger a Europa, ao fazer frente à Rússia”, remata.

Etiquetas: guerraLeiriarefugiadosucrânia
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