Oriundo de uma família de hoteleiros da Nazaré, foi ao negócio familiar que retornou depois de deixar as funções de presidente da Região de Turismo de Leiria/ Fátima, já lá vão quase dez anos. Pelo meio, Miguel Sousinha conta ainda uma passagem pelo então Grupo Lena, como administrador da Lena Hotéis e Turismo.
Com formação em Economia, Miguel Sousinha, 47 anos, sempre esteve ligado ao negócio familiar, primeiro restaurante, depois pensão, mais tarde hotel. Em 1993 assumiu as rédeas do negócio, depois do falecimento do pai.
Ao mesmo tempo, e até 1997, foi presidente da associação comercial da vila, cargo de que viria a suspender funções quando assumiu o lugar de vereador, nesse mesmo ano, e que exerceu até 2003. Durante este período, suspendeu igualmente a sua actividade na gestão do hotel familiar, para não “haver incompatibilidades”. É que, enquanto vereador, “tinha de tratar de assuntos da área do turismo”.
E foi precisamente no turismo que viria a aceitar novo desafio, em 2003, quando assumiu a presidência da então Região de Turismo Leiria/Fátima. Estava a exercer o segundo mandato quando a nova lei quadro do sector veio extinguir estas entidades.
Miguel Sousinha foi então escolhido para presidente da comissão instaladora da nova entidade a criar, cargo que desempenhou durante meio ano. Presidiu ainda à Associação Nacional de Regiões de Turismo desde 2006 até à sua extinção, em 2008. Seguiu-se uma passagem pelo Grupo Lena, como administrador da Lena Hotéis, entre 2009 e 2013.
E depois resolveu voltar às origens, e à gestão do negócio familiar, que compreende actualmente o Hotel Maré e um condomínio fechado de apartamentos para turismo. Miguel Sousinha reconhece que a passagem pelo cargo de presidente da Região de Turismo de Leiria/ Fátima (RTLF) foi “uma experiência muito enri-quecedora em termos pessoais”, pelo contacto com as várias entidades de âmbito nacional, com as autarquias e com os empresários. “Foi bastante gratificante perceber que havia uma motivação muito forte para o desenvolvimento do turismo da região, que havia um sentimento de trilhar objectivos muito claros para o futuro”.
[LER_MAIS] Ficou-lhe do cargo “traquejo” para os desafios que viria a abraçar como empresário hoteleiro. “São actividades que se interligam, embora seja diferente fazer promoção de produto e promoção de destinos. Mas tem sido bastante útil”. E como vê o agora empresário a popularidade da Nazaré além fronteiras? “Contribui muito para reduzir a sazonalidade, o que tem sido extremamente importante. A Nazaré começou a ganhar notoriedade em 2011, com um crescimento maior desde 2013, o que traz valor acrescentado à vila.
A restauração e a hotelaria ganham bastante com isso, mas é preciso continuar a trabalhar e a fazer mais”. E como vê a nova lei quadro das regiões de turismo? O antigo presidente da RTLF entende que se “perdeu proximidade”. Ou seja, as estruturas actuais, em menor número até do que logo a seguir à entrada em vigor da nova lei, não conseguem estar tão próximas dos agentes do sector quanto seria desejável. “Em termos operacionais é difícil, reconheço”.