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Home Saúde

Dentistas declaram guerra ao açúcar por causar cáries nas crianças 

Anabela Silva por Anabela Silva
Março 18, 2025
em Saúde
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Dentistas declaram guerra ao açúcar por causar cáries nas crianças 
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O nascimento do primeiro dente deve ser encarado como um sinal de alerta para marcar a primeira consulta de saúde oral, em que os médicos dentistas têm como principal missão explicar aos pais a importância de os filhos adoptarem boas práticas de higiene oral, e evitarem o consumo de açúcar e de alimentos processados, principais responsáveis pela formação de cáries. O Barómetro da Saúde Oral de 2024 revela, contudo, que 49,6% das crianças com menos de 6 anos nunca foram ao dentista. 

Ana Isabel Coelho, 39 anos, médica dentista de Alcobaça, com formação nas áreas da odontopediatra e da ortopedia funcional, considera que a falta de recursos económicos constituiu um entrave para muitos pais levarem os filhos às consultas. “Preocupa-me que 300 mil portugueses não tenham dinheiro para ir ao médico dentista. É um número assustador de pessoas que não têm acesso a cuidados de saúde, por sentirem na pele esse obstáculo.”

Consciente da importância da escola na promoção de bons hábitos de saúde oral, a odontopediatra lamenta, por isso, que haja estabelecimentos de ensino em que a escovagem dos dentes continua proibida desde a pandemia de Covid-19. “Cria-me alguma dissonância veicular-se uma verba para o cheque dentista e, depois, ter-se desaconselhado a escovagem dos dentes nas escolas públicas”, confessa. “Se pensarmos nas crianças mais desfavorecidas, se calhar, era a única vez que escovavam os dentes, e podiam levar esse hábito para casa”, argumenta.

Sensibilizar desde a gravidez
Médica dentista em clínicas de Leiria, da Maceira e de S. Martinho do Porto, Ana Isabel Coelho encara, por isso, o cheque dentista da grávida como uma oportunidade de sensibilizar as futuras mães para a importância da saúde oral das crianças. “Até à última consulta antes da gravidez, aconselho-as a trazerem os bebés ao consultório até ao primeiro ano de idade, em que já há, pelo menos, um dente”, explica. “Podemos ver o freio, dar conselhos sobre higiene dentária, e responder às perguntas das mães”, justifica.

Consciente da importância de “plantar uma sementinha”, mesmo antes de o bebé nascer, a médica dentista de Alcobaça defende que as crianças devem ir às consultas, pelo menos, uma vez por ano. “Ter uma boa chupeta é determinante, não para ser oferecida, a não ser que nada acalme o choro da criança, mas para causar o menor impacto possível na forma das arcadas dentárias e na posição dos dentes”, refere. “O feedback é muito positivo. As mães estão muito propensas a escutar.”

“Os primeiros mil dias, desde a conceção, em que se completa a dentição de leite são cruciais”, sublinha Ana Isabel Coelho. Nesse sentido, defende que os pais devem acompanhar a escovagem dos dentes dos filhos até aos 6 anos de idade, no mínimo, duas vezes por dia: depois do pequeno-almoço e depois do jantar e, sempre que possível, após o almoço. “Daí em diante há outra consciência da criança, porque vai para a escola dos grandes, mas a primeira infância é muito importante para a saúde da criança.”

No entanto, a odontopediatra aconselha os pais a vigiarem a escovagem da noite, mesmo após os filhos completarem 6 anos. “A estagnação da saliva aumenta a acção dos açúcares livres”, justifica. E é também por os mais pequenos terem dificuldade em escovar os dentes sozinhos, e por consumirem açúcar e alimentos açucarados, que as cáries são o problema mais comum na dentição das crianças. 

Embora considere que os pais estão mais sensibilizados e mais informados, Ana Isabel Coelho diz que muitas primeiras consultas ocorrem apenas por suspeita de que existe algum problema na dentição dos filhos, como uma “pintinha preta”, que pode significar o início de uma cárie. “Quando os pais levam os filhos ao dentista desde tenra idade é como se lhes estivessem a oferecer uma carteira de investimentos em saúde, que está sempre em crescente valorização.”

Prevenir sai mais barato
“O tratamento precoce é mais económico, mais rápido, mais eficaz e mais duradouro”, sublinha a especialista em odontopediatria. Nesse sentido, lamenta que alguns pais só recorram a estes profissionais de saúde quando recebem os cheques-dentista. “É uma medida que precisa de mais investimento, porque ainda há muitas carências económicas”, lembra. “Tem de haver mais investimento na saúde oral nos hospitais e nos centros de saúde do SNS (Serviço Nacional de Saúde)”, defende.

A médica dentista reconhece, no entanto, que, na generalidade dos casos, o estado dos dentes das crianças que observa no consultório é cada vez melhor. Apesar de haver cada vez um maior número de crianças que ou não tem cáries, ou tem uma ou duas, diz que, noutros casos, se questiona como é que ninguém viu tantas cáries. Nesses casos, ou quando as crianças têm medo do dentista, os profissionais de saúde oral, às vezes, têm de avançar com “soluções mais radicais”, como o bloco operatório. 

“Uma cárie não tratada causa dor, o que é um sinal de alerta para os pais, mas a criança pode chegar até nós e já não haver nada a fazer, a não ser a extracção do dente”, justifica. Além dessa solução estar longe de ser a desejável, diz que quando os pais só procuram os dentistas em último recurso, estes ficam associados a “algo traumático”. “Ao perder dentes precocemente, a forma das arcadas dentárias fica alterada, e isso tem repercussões na mastigação, na questão estética, na postura da língua, e até na respiração”, alerta.

Para evitar a necessidade deste tipo de intervenções, Ana Isabel Coelho tem o cuidado de explicar aos pais como devem escovar os dentes dos filhos, e que devem trocar a escova de dentes quando muda a estação do ano. “Temos de estar sintonizados, para que sejam nossos aliados nesta mudança de hábitos”, justifica. E essa mudança começa por evitar o consumo de açúcar e de alimentos com açúcares escondidos, como chocolates, gomas, bolachas ou sumos de fruta. 

“É muito importante não haver açúcares nesses primeiros mil dias, pois têm um impacto muito grande no resto da vida das crianças, em termos de doenças”, avisa Ana Isabel Coelho. “Caso contrário, estamos a criar uma boca doce, que vai sempre pedindo mais e mais desses sabores, ao longo da vida, o que pode gerar ainda problemas de obesidade e de diabetes”, refere.

Não oferecer doces
A especialista em odontopediatria diz que quando conversa com os pais sobre os impactos negativos do açúcar, estes dizem que não têm esses alimentos em casa, e responsabilizam, muitas vezes, os avós das crianças. “Então, vai ter de dizer aos avós que eles é que pagam as consultas”, responde-lhes. Outro hábito de que discorda é a oferta de alimentos doces, como chocolates ou gomas, como reforço positivo. “Pode substituir-se por outras coisas, que não tem de ser comida, muito menos calórica e prejudicial”, afirma.

“Tento sensibilizar os pais que aquele doce só é doce naquele momento. Tem de ser esporádico, uma excepção. Uma vez a meio da semana e uma vez durante o fim-de-semana”, exemplifica. Embora reconheça que os “snacks” são uma solução prática para os pais que têm pouco tempo para preparar os lanches da escola, lembra que “há opções fáceis que se tornam difíceis”. Em contrapartida, elogia os projectos desenvolvidas nas escolas, que incentivam o consumo de frutas e vegetais. “A alimentação dura, seca e fibrosa é importante para estimular a correcta mastigação”, refere. “E os alimentos mais saudáveis vêm da natureza.”

Médica dentista, pós-graduada em odontopediatria, Inês Silva, 37 anos, confirma que a maioria das crianças que observa nas clínicas de Leiria e da Batalha, onde trabalha, são levadas às consultas pelos pais apenas quando têm cáries. “As nossas crianças comem tudo o que não deviam. Desde panquecas recheadas a croissants”, exemplifica. “Há muito cuidado até aos 2 aninhos, mas, a partir dos 3 a 4, começam a dar-lhes açúcar e comida processada”, lamenta. “Bastava respeitarem as rodas dos alimentos.”

Defensora de uma maior restrição em relação ao consumo de açúcar, Inês Silva entende que as crianças só devem comer doces em “dias especiais”, como aniversários, épocas festivas (Páscoa e Natal), ou quando almoçam ou jantam fora, mas, sublinha, “sempre integrados na refeição”. Além disso, recomenda que os pais optem por doces feitos em casa. “Os outros fazem dez vezes pior, porque têm outros açúcares escondidos, e gelatinas, que são pegajosas, e permanecem nas ranhuras dos dentes, mesmo escovando.”

Maçãs eliminam resíduos
“Se, após a ingestão de doces, as crianças comessem uma maçã ou uma pera, ajudava a eliminar cerca de 80% dos resíduos, diluídos na saliva”, assegura a médica dentista de Leiria. Quando aborda os pais em relação ao consumo de açúcar ou de alimentos processados, diz que uma parte apreende a mensagem e concorda em eliminá-los, enquanto outros se desculpabilizam. “Há também casos de falta de autoridade”, acrescenta.

Além da importância de proporcionarem uma alimentação saudável aos filhos, Inês Silva recomenda aos pais que lhes lavem os dentes depois do pequeno-almoço e depois do jantar, desde que lhes nasce a dentição até completarem 8 ou 9 anos. Nessas idades, refere que deve ser a criança a iniciar a escovagem e um dos progenitores a terminar, porque os mais pequenos não têm noção de quantos dentes têm, nem que devem escovar todas as faces dos dentes. 

Na tentativa de explicar às crianças os efeitos nefastos do açúcar, a médica dentista recorre habitualmente a uma história. “As bactérias são como as formigas, que comem os restos de comida. Se for açúcar, ficam mais formiguinhas a morar na boca”, diz-lhes. “Eles não querem ter bichinhos nos dentes, mas querem comer doces, porque, no dia a dia, os pais acabam por optar por soluções alimentares mais práticas, e por serem permissivos. E acabam por não dizer não aos filhos”, lamenta. 

Nos últimos anos, Inês Silva tem notado mais procura pelas consultas de odontopediatria da parte de crianças de nacionalidade brasileira, russa, ucraniana e moldava. No caso do Brasil, ressalva que a preocupação dos pais com os dentes dos filhos é transversal a todas as classes sociais.

Em relação aos pacientes portugueses, diz que as pessoas com um nível socioeconómico mais alto têm esse cuidado, enquanto as pessoas com menos recursos financeiros só levam os filhos a consultas dentárias quando têm cáries.

Se as crianças forem seguidas por um pediatra, a especialista em odontopediatria recomenda que os pais marquem a primeira consulta de saúde oral por volta dos 3 anos. Caso não tenham esse acompanhamento, aconselha os progenitores a procurarem um dentista quando nasce o primeiro dente, para que o dentista lhes possam indicar que tipo de escova e de pasta devem usar. “Se a escovagem for boa, e forem lavando os dentes, até aos 6 anos, basta irem uma vez por ano”, afirma. 

A ida ao dentista desde tenra idade tem ainda a vantagem de as crianças se habituarem a estes profissionais de saúde e aos equipamentos utilizados nas consultas, e não ganharem medo, como sucede com as que vão, pela primeira vez, mais tardiamente, muitas vezes “aterrorizados” pelo relato de episódios dolorosos que os pais vivenciaram. 

Sedação para ansiedade
Nos casos em que as crianças estão num estado de grande ansiedade, que correspondem a uma minoria, Inês Silva diz que, por vezes, a única solução passa pelo “tratamento com sedação consciente”, através da administração de um gás que actua no sistema nervoso central. Porém, os pais são informados primeiro dos efeitos secundários e dos riscos, como a hipotensão. Além disso, os pacientes não podem ter historial de convulsões, nem problemas cardíacos. 

Em situações mais extremas, que impliquem a necessidade de extracção de molares, as crianças são encaminhadas para o Hospital Pediátrico de Coimbra, através do médico de família. Mais uma vez, Inês Silva esclarece que essa solução só é aplicada em casos residuais, devido a problemas do foro mental em que as crianças não permitem que lhes escovem os dentes. Contudo, a maioria dos pacientes só tem “uma cárie ou outra”.

Médica dentista especialista em odontopediatria e docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Bárbara Cunha, 32 anos, diz que, infelizmente, é frequente consultar crianças com “problemas mais complicados”, outras com 3 anos, ou menos, com várias cáries, e também encontrar “bocas impecáveis”, sobretudo quando começam a ir ao dentista “cedinho”.  

Bárbara Cunha defende, por isso, que a primeira ida ao dentista deve ocorrer até o bebé completar o primeiro ano de vida, para se poder observar o freio da língua e do lábio, e fazer uma consulta de prevenção, em que são ensinados aos pais a frequência, dicas e posições de escovagem, hábitos alimentares dietéticos, como escolher as melhores chuchas e biberões, e referidos os problemas mais comuns, como cáries e traumatismos. “Há muita informação a transmitir aos pais.”

Cheques dentista insuficientes
Consciente de que o preço das consultas constitui, muitas vezes, um obstáculo, a docente universitária diz que os cheques dentista têm “ajudado muito a que os miúdos tenham bocas mais equilibradas”, mas lamenta que não cheguem a todos, e não cubram outros tratamentos. “Só são atribuídos se houver cáries. Infelizmente, esquecem a prevenção”, afirma. “Quando é explicado aos pais a importância da regularidade das consultas, a grande maioria faz um esforço. Alguns bastante grande. Mas, para os filhos irem, se calhar, os pais não vão”, denuncia.

Apesar disso, Bárbara Cunha diz que os pais levam os filhos cada vez mais cedo ao dentista, mas são poucos os que o fazem antes dos 3 anos. “Habitualmente, vêm numa tentativa de dar a conhecer à criança a realidade do médico dentista, ou recomendados pelo pediatra ou pelo médico de família, ou ainda porque perceberam que há algum problema”, conta. “A doença mais comum é a cárie dentária. A nível mundial, 17% das crianças com 1 ano têm ou já tiveram cáries.”

A odontopediatra confirma que a prevalência da cárie se deve a uma higiene oral inadequada, por as crianças não conseguirem escovar bem os dentes, e devido à má alimentação. “Há pais mais informados, mas ainda assim há muitas crianças a comerem açúcar e açúcares escondidos”, lamenta. “Os purés de fruta não têm as mesmas características da fruta inteira”, exemplifica. Além de não terem a mesma quantidade de fibra, os mais pequenos não têm de mastigar, como é desejável.

A sensibilização para a importância de proporcionar aos filhos uma alimentação adequada é, por isso, um dos temas abordado nas consultas. Depois de perguntar que tipo de alimentos lhes dão, explica aos pais o açúcar que têm “escondidos”.  “Tento que entendam que o doce não tem de ser a regra, mas a excepção, e deve estar associado a uma refeição grande, e não como snack”, esclarece.  “Alguns pais dizem que tentam controlar, mas os avós ou outros familiares não cumprem, outros dizem que não tinham noção, ou que os filhos não aceitam restrições”, conta. “Depende da realidade de cada um. Aí temos de ser empáticos. As pessoas fazem o que podem”, observa.

Além das cáries, Bárbara Cunha refere outras patologias diagnosticadas por médicos dentistas, como a má oclusão (posicionamento inadequado dos dentes), que resulta em mandíbulas cruzadas, anteriores e posteriores, mordida aberta anterior e falta de espaço entre os dentes. “Se o perímetro dos maxilares não chegar para acomodar os dentes, pode ser necessário remover o uso prolongado da chupeta, impedir que chuchem no dedo, ou fazer a correção através de aparelhos.

Adultos transmitem medo
Apesar de existirem técnicas melhores do que no passado para lidar com as crianças, a odontopediatra confirma que continua a haver medo de ir ao dentista. “Ainda há muito aquela coisa do coitadinho, que lhe vão-lhe arrancar um dente”, sustenta. “Há crianças receosas, se tiverem tido uma dor dentária, influenciadas por experiências de outros, que lhes transmitem isso, mas também há crianças que, começando a ir ao dentista desde cedo, associam a algo agradável.”

Médica dentista de Leiria, especialista em odontopediatria, Rute Henriques, 36 anos, dá consultas em clínicas da Maceira, Marinha Grande e Porto de Mós, onde é comum encontrar crianças com medo, quando têm cáries e sentem dores, porque os tratamentos são invasivos. “É por isso que é importante que venham ao dentista antes de terem cáries, para se estabelecer uma relação de confiança e, depois, ser mais fácil.” Dependendo dos casos, recomenda consultas dentárias de quatro em quatro meses, de seis em seis meses, ou uma vez por ano.

“A avaliação não é feita só pelas cáries, mas pelo posicionamento dos maxilares e dos dentes”, explica Rute Henriques. “Às vezes, há complicações na fala e na respiração, e temos de encaminhar as crianças para consultas de otorrino ou de terapia da fala, quando falam à bebé, projectam a língua, e alteram a fonética e os dentes”, concretiza. Problemas que quanto mais cedo forem detectados, mais rapidamente podem ser tratados. 

A médica dentista também recomenda que os bebés sejam observados após o nascimento do primeiro dente, para que seja devidamente cuidado. Para tal, aproveita a primeira consulta, sobretudo, para partilhar técnicas de escovagem com os pais. Mas, ainda antes disso, ensina às grávidas que existem dedeiras de silicone, que fazem o efeito de uma escova, que devem ser usadas na fase em que os dentes estão para romper, pois estimulam a gengiva e aliviam a dor. “Se a mãe tiver essa rotina, quando for preciso introduzir uma escova, vai ser mais fácil.”

Rute Henriques aconselha os pais a incentivarem as crianças a começarem a usar a escova de dentes a partir dos 2 a 3 anos. Contudo, explica que devem completar a escovagem, porque, nessas idades, os filhos ainda não têm destreza manual para chegar a certas zonas. E recomenda que continuem a vigiar e a ajudar nesse procedimento até aos 9 a 10 anos de idade, estabelecendo como ideal escovar os dentes três vezes por dia, sobretudo antes de irem dormir à noite. 

Concentração de flúor
Para evitar a formação de cáries, diz que se deve utilizar fio dentário assim que existir contacto entre dois dentes, e considera fundamental usar pasta com 1000 ppm de flúor até aos 3 anos, e aumentar para 1400 ppm de flúor, a partir do momento em que as crianças deixam de engolir a pasta. “A marca não é importante, mas a concentração de flúor é, porque remineraliza o esmalte e evita as cáries”, sublinha. Já as escovas de dentes devem ser mudadas de três em três meses. Ou mais cedo, se os filamentos estiverem danificados.

As consultas de odontopediatria de Rute Henriques são ainda aproveitadas para sensibilizar os pais para a importância de evitarem dar açúcar e alimentos processados às crianças, embora não defenda a proibição. “Podem comer um chocolate ou uma goma de vez em quando, a seguir a uma refeição, desde que escovem os dentes a seguir”, esclarece. Apesar disso, diz que a escovagem nem sempre é suficiente para evitar as cáries, porque “os açúcares estão presentes em tudo”, e que se torna difícil para os pais detectá-las quando são muito pequenas. 

“Faço algumas palestras em escolas. Na de A-dos-Pretos, ondem estudam os meus filhotes, ficou acordado que no Pré-escolar e no 1.º Ciclo o lanche ia ser fruta e leite branco, para evitar a ingestão de alimentos processados”, revela a médica dentista. Além desta forma de prevenção das cáries, conta que os alunos do 1.º Ciclo levam escova de dentes e pasta para a escola. “Devia haver uma campanha de sensibilização para os pais evitarem dar aos filhos alimentos processados e açucarados, e para não esquecerem a escovagem.” 

A odontopediatra alerta ainda para a falta de literacia na área da saúde oral. “Não é a condição financeira que define a condição dentária. Há crianças de famílias bem financeiramente com muitas cáries”, assegura. “Muitas vezes, os pais não valorizam a ida ao dentista, porque pensam que ter cáries em dentes de leite não faz mal”, explica. “Ainda há muita desinformação. Há crianças com 2 a 3 anos que vêm dos centros de saúde com cáries extensas, porque os médicos não têm a propensão de os encaminhar. E os cheques dentista só são usados a partir dos 4 anos, quando deviam ser mais cedo”, defende.  

Etiquetas: açúcarcariescheque dentistacriançasdentesdentiçãodentistasdocesfamíliasgrávidaLeiriaoralprevençãoregião de Leiriasaúde
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