A experiência começou há três anos, com cabras. Agora, a Junta de Serro Ventoso, em Porto de Mós, está a recorrer também a vacas como 'arma' para limpar muito do mato que há nas zonas de baldios da freguesia e, dessa forma, ajudar a prevenir os incêndios.
Carlos Cordeiro, presidente da Junta, explica que experiência começou em Junho, ao abrigo de uma parceria com um jovem agricultor do concelho, que “se disponibilizou para trazer cerca de 50 vacas” para terrenos públicos da freguesia. E os resultados estão a revelar-se animadores.
“Nota-se bem onde elas andaram. O que não comem, derretem. Até as giestas roem”, descreve o autarca, frisando que “é impossível” limpar toda a área de baldios com recurso a maquinaria ou mão-de-obra. Além de que, frisa, passados “dois ou três anos é necessário voltar a fazer esse trabalho”, dando o exemplo da faixa de protecção criada há cerca de dois anos perto da zona onde pastoreiam as vacas, onde a erva está de novo a crescer.
“Foram investidos cerca de 80 mil euros e, entretanto, será preciso limpar outra vez”, constata Carlos Cordeiro, adiantando que o projecto pretende [LER_MAIS] também “mostrar que é possível, dando o exemplo e incentivando os privados a fazerem o mesmo”.
Jorge Alves, engenheiro agrónomo e agricultor, explica que aceitou o desafio da Junta por acreditar que é possível “controlar o crescimento dos matos e, dessa forma, ajudar a prevenir os incêndios” com a intervenção dos animais. “Em três meses, já há resultados. Além da limpeza dos matos, a acção das vacas permite regenerar as pastagens”, refere o engenheiro.
Em relação aos caprinos, o rebanho da Junta de Serro Ventoso conta actualmente com cerca de 100 cabras bravias, uma raça autóctone portuguesa muito comum na zona do Gerês e de Trás-os-Montes.