Num momento em que as viagens são incertas, condicionadas e desejadas, uma parte do mundo chega a Leiria através do oitavo Leiria Film Fest, que arranca esta quinta-feira e traz curtas-metragens de 10 países, entre competição e sessões especiais, no regresso após um ano (2020) marcado pelo adiamento do festival, que acabou por acontecer mais tarde, quase exclusivamente online e com fragmentos do programa cancelados.
Em 2021, enfim, de novo uma edição inteira e totalmente presencial. E o acesso é gratuito, embora sujeito a reserva.
Portugal, Espanha, França, Alemanha, Canadá, Eslováquia, Albânia, Islândia, Guiné-Bissau e Hungria contribuem, ao todo, com 57 obras. Dez são exibidas pela primeira vez em Portugal e três são estreias absolutas.
Bruno Carnide, um dos responsáveis pela organização do Leiria Film Fest, fala de um momento “libertador”, depois dos condicionalismos colocados pela pandemia de Covid-19. Não só voltam as projecções com público, durante quatro dias, a terminar no domingo, como está prevista a presença de 13 realizadores, em representação de outros tantos filmes, além de vários actores, num total de 30 convidados. Uma celebração do cinema partilhada por profissionais e espectadores.
“Nós, no fundo, organizámos três edições e esta vai ser a única que vai realmente acontecer, porque a primeira organizámos e não pôde acontecer, depois fizemos uma, mas online, não é a mesma coisa, e esta finalmente estamos a organizar e ela vai acontecer presencialmente”, relembra Bruno Carnide. “Para nós é um pouco libertador, finalmente, depois de quase dois anos à luta a ver como é que as coisas iam acontecer, que o festival aconteça, agora, presencialmente”.
O guineense Welket Bungué, actor e realizador, nomeado para o Urso de Prata para melhor actor em Berlim e vencedor do prémio para a melhor interpretação no festival de Estocolmo, em 2020, pela interpretação no filme Berlin Alexanderplatz, de Burhan Qurbani, e que vai entrar no próximo filme de David Cronenberg, é um dos convidados – o Leiria Film Fest dedica-lhe uma sessão especial, em parceria com o programa Cinemax, da RTP.
Seleccionadas a partir de 500 submissões, há 27 curtas em competição, nas categorias de ficção, documentário e animação, em três sessões competitivas, mais uma, a sessão competitiva para autores de Leiria. Há, ainda, sessões especiais: Mailuki Films, Planos Film Fest (em parceria com o festival de Tomar), Politécnico de Leiria (por estudantes da Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha), Cinemax – Welket Bungué, infanto-juvenil, Muestra Palência (em parceria com o festival espanhol) e, também, um tributo a Ricardo Portela, que morreu em 2021.
O programa inicia-se hoje, quinta-feira, às 18 horas, no Teatro Miguel Franco, sala onde permanece na sexta-feira e no sábado. Já no domingo, 30 de Maio, o Leiria Film Fest muda-se para o m|i|mo – museu da imagem em movimento, com a sessão de filmes para crianças agendada para as 11 horas.
Segundo Bruno Carnide, é “uma aposta do festival”, agora e no longo prazo, “ter cada vez mais filmes mais recentes”, mas, ao mesmo tempo, “um crivo mais acentuado nos filmes e na qualidade”, com o objectivo de procurar o factor novidade não só para a região mas também para Portugal”.
O anúncio de vencedores da oitava edição do Leiria Film Fest acontece na tarde de domingo, depois das 16 horas, no m|i|mo.