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Desligação

Paulo José Costa, psicólogo clínico por Paulo José Costa, psicólogo clínico
Agosto 6, 2022
em Opinião
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Anuncio aqui que irei operar um processo de desligamento da rede digital.

Sou do tempo em que para comunicar com quem escolhíamos usávamos a carta ou o postal que remetíamos no marco do correio; ou enviávamos um telegrama que expressava a mensagem essencial; e recorríamos ao telefone fixo para falar de viva-voz ou ao credifone na cabine; e depois ao pager para avisar – tudo isto, nos idos anos 80 e 90 do século passado.

Com o advento do século XXI, surgiram em catadupa telemóveis e internet, o apogeu dos e-mails e as trocas cibernéticas, ascensão desenfreada de aplicações multimédia, encimadas pelas redes sociais.

Michel Desmurget (neurocientista francês, autor do ensaio intitulado A Fábrica de Cretinos Digitais – O Perigo dos Ecrãs para os nossos Filhos, usa mesmo a expressão paradigmática de “orgia digital”.

Desfazer uma ligação, parar o funcionamento de um dispositivo ou mecanismo tecnológico está ao alcance de todos.

Deixar de dar atenção e importância, ou libertar-se de um compromisso (‘desobrigar’), desunindo o que estava ligado ou enredado, é mais que um gesto redentor.

É incontestável a persuasão a que estamos votados com o recurso às redes sociais.

Torna-se pertinente evocar que a persuasão é a habilidade comunicacional que consiste em utilizar recursos emocionais ou simbólicos para induzir alguém a aceitar ideias, atitudes, ou a realizar acções.

E esse mecanismo (in)consciente, assenta no emprego de argumentos, legítimos ou não, com o propósito de conseguir que outro(s) indivíduo(s) adopte(m) certa(s) linha(s) de conduta, perspectiva(s), atitude(s) ou crença(s).

Segundo Aristóteles, a retórica é a arte de expor os meios disponíveis da persuasão.

Porém, no plano cibernético, em que algoritmos e estratagemas ludibriosos nos coagem, não dispomos do ‘livre-arbítrio’, o que condiciona a nossa mente.

Partindo deste pressuposto, importa assumir que a reciprocidade nos torna vulneráveis.

Este recurso psicológico é responsável pelo consentimento automático, i.e., a disposição para condescender sem reflectir.

Robert Caldini (psicólogo norte-americano), afirma que todos os seres humanos, detêm padrões fixos de comportamento (“gatilhos mentais”), automatismos que designa de ‘clique-zum’.

São reacções impensadas, assumidas com base numa análise pretensamente criteriosa das informações.

“A civilização avança ao ampliar o número de operações que podemos realizar sem pensar nelas”, diz o filósofo A. N. Whitehead.

A sua metafísica é centrada no conceito de “aperto” (expressão que indica que a percepção (in)consciente incorpora sempre aspectos do objeto percebido).

Quando recebemos o retorno positivo (‘like’, ‘emoji smile’ ou ‘coração’, como feedback a uma publicação ou mensagem), estamos aturdidos e imersos numa teia de gratidão à qual sentimos a obrigação de retribuir, pois o ser humano reage mal se não corresponder, receando a desaprovação.

Essa sensação de obrigação conduz a um enredamento inconsciente.

Desencadeia trocas desiguais – sensação viciosa de dívida – o que leva a solicitações assimétricas.

O princípio do compromisso e da convergência poderá tornar-se num ‘pacto’ invertido, tão bem explanado na afirmação de Walter Lippman: “Onde todos pensam igual, ninguém pensa muito”.

O cérebro não está adaptado à fúria digital que o atinge.

As redes sociais favorecem a subestimulação intelectual crónica, que Desmurget designa de “descerberação”.

Ora, quem comigo pretender estar, saberá onde me pode encontrar!

Etiquetas: opiniãoPaulo Costa
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