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Home Opinião

Dicionário improvisado (IV)

Paulo Kellerman, escritor por Paulo Kellerman, escritor
Março 31, 2022
em Opinião
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Escombro
Um menino junta duas pedras e imagina que constrói um palácio.

Ilusão
Alguém caminha. Não importa para onde. Imaginemos um deserto, por exemplo. Alguém caminha num deserto. Faz um percurso: vem de algum lado, deseja chegar a outro lado. Mas num deserto tudo parece semelhante. Como distinguir o ponto de partida do ponto de chegada? Como desfazer a ilusão de que tudo parece (ou é) idêntico? Como desfazer a ilusão de que o movimento pode ser irrelevante? (O espaço é uma ilusão? O tempo é uma ilusão? O movimento é uma ilusão?) Sabe que o esforço de alcançar um destino é cansativo. Ou será que é o destino que o alcança a si? Bastará ficar parado? Alguém caminha. Não importa para onde: o movimento é sempre um improviso, uma questão de perspectiva.

Invenção
Há um dia em que descobre: pode inventar as suas próprias portas. Sorri, fascinada com as perspectivas que subitamente vê à sua frente. E nunca mais deixa de inventar: porta após porta; sorriso após sorriso.

Leveza
Agora, sente o toque da liberdade: no espírito, no pensamento, no corpo. Nunca lhe ocorrera antes que a liberdade pudesse ser apenas isso: leveza. Mas agora sabe.

Mariupol
Toda a sua vida foi passada aqui, entre estas paredes e nas mãos desta criança. Mãos suaves e cuidadoras, tão protectoras quanto irrequietas. Estas mãos são a sua existência, desde que se lembra: vive nelas. Até que desaparecem, sem aviso nem explicação. De repente, ficam apenas as paredes. E já não lhe é possível viver a sua vida de peluche verde, a única que conhece. Espera, porque nada mais pode fazer; caído no chão, ouvindo um silêncio novo e desconhecido, a que não se consegue habituar. É apenas um peluche verde, mas sabe: de nada valem as paredes. E por isso, espera. Porque apenas as mãos importam.

Vento
O vento agita-lhe os cabelos. E fica a pensar nisso: no vento; no seu bailado invisível, na sua viagem sem princípio nem fim, no seu avanço sem destino. Onde estará agora o vento que lhe agitou o cabelo há um instante? Para onde foi, o que estará a tocar? Ainda se lembrará desse toque? Ou o seu cabelo terá para o vento a mesma importância que para si tem esta parede rachada e sem cor em que nunca reparara antes? O vento baila, viaja, avança; não se prende. O vento não tem memória, e por isso é livre. Pensa nisso: em como se sente presa, como se fosse uma parede rachada e sem cor; uma parede repleta de memórias que vão envelhecendo. Passa a mão pelo cabelo, e agita-o; agita a memória.

 

Etiquetas: opiniãoPaulo Kellerman
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