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Home Opinião

Dicionário improvisado XIX 

Paulo Kellerman, escritor por Paulo Kellerman, escritor
Agosto 31, 2023
em Opinião
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Cegueira 
Se não tapas o nariz com a mão, negando oxigénio ao teu corpo, porque fechas os olhos, negando-lhe luz? 

Colecção 
Podia fazê-lo em vários locais, mas preferia o autocarro. Bastava sentar-se e olhar pela janela, fingindo estar distraído ou distante; e ouvir. Porque havia sempre alguém que falava, que contava eventos e estórias, que partilhava memórias. Ouvia e guardava para si o que lhe interessava. Guardava as memórias alheias que escutava, as que lhe pareciam mais apropriadas; e com o tempo tornava-as suas, completando lentamente a sua colecção. 

Equívoco 
Parece que a partir de certo momento algumas pessoas algumas vezes, e depois muitas pessoas algumas vezes, e por fim muitas pessoas muitas vezes, passaram a usar a palavra “liberdade” querendo realmente dizer “eu”. E talvez seja um equívoco partir do princípio que são palavras sinónimas. 

Generosidade 
Pela manhã, as nuvens chegam e perguntam ao céu: então e hoje, para onde queres que te levemos? 

Invisibilidade 
Caminhava pela rua e olhava brevemente as pessoas com quem se cruzava. Por vezes, algo captava o seu interesse e motivava um pensamento; ou uma opinião; ou um julgamento. Eram pensamentos ou opiniões ou julgamentos breves e inofensivos, sem consequência. Simples reacções imediatas e superficiais. Devaneios íntimos. Futilidades. Mas quando começou a ter consciência desse seu hábito, passou a questioná-lo. Formular pensamentos e avaliações privadas sobre um modo de caminhar ou sorrir, sobre um penteado ou uma tatuagem, sobre uma roupa, seria uma intrusão? Uma agressão? Começou a achar que sim, e sentiu-se envergonhado. Então esforçou-se por alterar a sua postura. Deixou de pensar naquilo que via, deixou de avaliar o que lhe captava a atenção; mas para que isso fosse possível, teve de deixar de reparar nas pessoas. Deixou de olhar. Passou a caminhar pela rua ignorando aqueles com quem se cruzava, como se não existissem; como se estivesse sozinho no mundo. Sentiu-se aliviado, por considerar que assim não estava a violentar ninguém. Mas viria o dia em que se questionaria se agir como se os outros não existissem, ignorando-os de forma que poderia parecer arrogante, não seria mais violento do que formular inócuas e irrelevantes opiniões sobre o que via. 

Julgamento 
O velho acorda de súbito; perante si, vê a morte, que se apresenta de forma profissional e explica que vem fazer o exame. Como já sabe que as pessoas raramente estão a par dos procedimentos administrativos, esclarece que há sempre um exame a fazer antes da morte; e que se a pessoa responder correctamente, a morte é adiada. O velho olha expectante, nervoso. E a morte faz a sua pergunta: o que é o amor? 

Poesia 
Vejo como as folhas se movem suavemente ao vento. E vendo-as dançar, imagino como a árvore caminharia; se pudesse caminhar. 

Prioridade 
Duas montanhas permanecem em silêncio, a pensarem nas suas vidas. De repente, uma pergunta: já ouviste falar numa coisa chamada instagram? E riem.

Etiquetas: árvorecontodicionárioequívocoescritaescritorgenerosidadegoogleimprovisojulgamentoLeiriaopiniãoPaulo Kellermanprosaregião de Leiriavelhovida
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