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Home Opinião

Dicionário improvisado XXIX

Paulo Kellerman, escritor por Paulo Kellerman, escritor
Agosto 22, 2024
em Opinião
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Decoração
O menino está a ler quando a mãe entra na sala trazendo consigo algumas flores que acabou de colher no jardim. Observa-a enquanto ela procura o lugar perfeito para colocar o vaso com as flores, o que demora algum tempo; mas está a cantarolar, o que é algo que sempre deixa feliz o menino. Quando percebe que o filho a observa, sorri e diz: «São bem bonitas, não achas? Vão dar uma vida nova à sala.» O menino responde que sim, que são muito bonitas. Mas depois acrescenta: «É pena que as tenhas acabado de matar.» A mãe olha o filho, surpreendida; depois, olha o vaso com as flores mortas; ainda cheiram a jardim. O menino pousa o livro e diz: «Imagina que o mundo dá uma volta gigante e, de repente, são as flores que mandam, e não as pessoas. Imagina que há uma família de flores que decide colocar cabeças de pessoas no jardim. Para lhe dar vida nova. Imagina a flor-mãe dessa família a cortar as nossas cabeças, enquanto vai cantarolando uma musiquinha alegre; zuca, primeiro corta a tua e depois, zuca, corta a minha; ou ao contrário. Que vasos achas que usaria para as colocar?»

Elevação
As árvores cresciam e cresciam, por ser essa a sua natureza: elevarem-se lentamente da terra em direcção aos céus. Mas vendo lá de cima a aproximação das árvores, deus temeu: e se chegam até mim, até às alturas que deveriam ser apenas minhas? A verdade é que deus não queria partilhar o além-nuvens com ninguém. Deus não queria que o seu céu fosse transformado numa floresta, pois apreciava a imensidão e a tranquilidade do vazio. Foi por isso que ordenou através de decreto divino que todas as árvores crescessem apenas até ao limite determinado por uma fórmula simples: um centímetro e meio de crescimento por cada ano de vida. Assim, a menos que alguma árvore descobrisse o segredo da imortalidade, jamais ascenderia até às alturas divinas. E assim cessou a possibilidade de existirem ramos de árvores a entrelaçarem-se nas nuvens. Mas deus quis também castigar as árvores pela sua aspiração às alturas, e por isso determinou que não lhes fosse permitido o movimento, forçando-as a ficarem presas para sempre no pedaço de terra onde nascessem. Condenadas a tantas limitações, seria de esperar que as árvores se revoltassem. Mas não foi o que aconteceu: logo descobriram que os humanos eram seus cúmplices, pois sempre que uma árvore recebia o abraço de uma pessoa beneficiava da possibilidade de crescer meio centímetro extra; e estando as árvores imobilizadas, mais tentador se tornava para os humanos darem-lhes abraços. E foi assim que as árvores descobriram a possibilidade de imortalidade. Através de abraços suspensos. 

Escala
A escala de Richter classifica os sismos de acordo com a sua magnitude. De um a nove. Pode ser superior a dez, mas não há registo de tal coisa. Desconfio que aplicas esta escala para medir a tua felicidade. Porque ambicionas felicidades de escala nove? Porque ignoras as de escala dois? Achas que a felicidade apenas é verdadeira se te destruir? 

Etiquetas: árvorecontocriativoescritaescritorLeirialuaopiniãoPaulo Kellermanregião de Leiria
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