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Home Opinião

Dicionário improvisado XXXIV 

Paulo Kellerman, escritor por Paulo Kellerman, escritor
Fevereiro 13, 2025
em Opinião
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Bagagem 
Gosto de imaginar que o tempo é um autocarro em andamento. O tempo avança, tal como um autocarro avança; e nós lá dentro. Um autocarro que tem janelas que nos permitem olhar para além do tempo; e fixar. (O tempo transporta-nos: somos passageiros do tempo.) O olhar é o mecanismo de que dispomos para trazer para o interior do autocarro – do tempo – aquilo que consideramos importante.

Aquilo que vemos fica guardado no nosso interior, integrando-se em nós; e nós fazemos parte do tempo: porque estamos no interior do autocarro. (Transportamos o tempo: o tempo é nosso passageiro.) O tempo leva-nos consigo, a nós e a todos os pedaços de vida que recolhemos quando olhamos; à vida que vamos acumulando, compondo a nossa bagagem. Espantos. Ternuras. Prazeres. Enigmas. Partidas. Esperas. 

Início 
Gosto de iniciar memórias novas. Olhar algo, sentir algo, tocar algo; e decidir: isto vai ser o início de uma memória. Gosto de acreditar que a memória começa sempre com uma decisão. Apesar de saber que nem sempre é assim, ou quase nunca é assim. Mas gosto de pensar que é possível; gosto de tentar.

Por exemplo. Acenar para chamar alguém que ainda não conheço. Fazer algo inesperado que inverta as expectativas e confunda o destino. Voltar atrás e sorrir à pessoa com quem acabei de me cruzar. Olhar um reflexo o tempo suficiente até encontrar nele algo surpreendente. Ter consciência de que cada diálogo que se inicia é um universo em construção. Decidir abandonar a multidão e ser capaz de avançar sozinho. Tentativas de iniciar memórias; como os fotógrafos que congelam um momento específico e o eternizam. Talvez a memória de cada pessoa seja apenas isso: uma máquina fotográfica. E cada memória, cada fotografia, será um início, um ponto de partida; e não a meta. 

Repetição 
Um dia, junta o que tem e arruma tudo numa mochila. Coloca a mochila às costas e caminha sempre em frente. Quando encontra um cruzamento, segue regras simples: se sente o sol na pele, avança em frente; se o céu está nublado, opta pela esquerda; se chove, a escolha é o caminho à direita; nunca caminha após o pôr do sol. Muitos dias passam, muitos quilómetros percorre. É impossível saber onde estará no dia seguinte, é impossível saber qual será o seu destino e se o alcançará. Gosta da sua vida assim: aleatória e imprevisível.

Claro que por vezes se cruza com pessoas que, perante as suas explicações, riem, gozam, ironizam; pessoas que lhe chamam parvo ou doido; pessoas que se sentem superiores e certas das suas opções de vida, que lamentam o destino daquele pobre caminhante que segue sem destino. Por vezes, responde às pessoas que riem: «Sim, devo ser doido. É muito mais inteligente fazer o que toda a gente faz: passar cada dia a completar a mesma existência circular de acordar – trabalhar para pagar a prestação do carro eléctrico reluzente – acreditar que a vida tem um sentido – dormir. Muito, muito mais inteligente.» Caminha em frente, e a cada dia sente que a mochila que carrega às costas lhe pesa menos. 

Etiquetas: contocrónicadicionárioescritaescritorinesperadoLeiriaopiniãoPaulo Kellermanregião de Leiriavida
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