A Dikamar, empresa portuguesa sediada em Pombal, especializada na produção de calçado de protecção, comemorou o seu 30.º aniversário, apresentando internamente, aos seus colaboradores, a sua estratégia de expansão. O JL apurou, junto da Dikamar, que o futuro passa, entre outros objectivos, pelo aumento de instalações e pela diversificação da sua gama de produtos.
Com duas unidades fabris no País, ambas localizadas no concelho de Pombal, a Dikamar “apresentou aos seus colaboradores a sua nova assinatura de marca e visão estratégica para o futuro, assinalando uma nova fase de crescimento e renovação. A nova assinatura de marca, cujo conteúdo será divulgado publicamente nos próximos meses, representa uma mudança estratégica que visa acompanhar as tendências do sector e acompanhar as necessidades dos clientes a nível global”, refere a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) em nota informativa.
“Esses 30 anos são um reflexo do trabalho árduo e da dedicação de todos que fazem e fizeram parte da Dikamar. Esta celebração é para todos que são a verdadeira força motriz por detrás da nossa empresa, e é com todos que abraçaremos os novos desafios”, reflectiu Tilso Maza, CEO da Dikamar, aquando da cerimónia.
Fundada em 1995, a Dikamar emprega hoje mais de 90 colaboradores. Produz diversas soluções de protecção, contando com duas unidades de produção em Portugal, no concelho de Pombal, e uma nos Estados Unidos da América. Fornece várias áreas de actividade e ambientes de trabalho, tais como indústria alimentar, construção e indústria, agricultura e pesca. Em 2024, exportou para mais de 60 países, mantendo uma forte presença nos mercados da Europa e América do Norte.
Ao JORNAL DE LEIRIA, a empresa informou que tem vindo a apostar no crescimento nos últimos dois anos. Não só concluiu um pavilhão no início deste ano como está a trabalhar na construção de um segundo, com o objectivo de expandir a área de armazém e facilitar as cargas e descargas. Com a aquisição de uma nova máquina, a Dikamar pretende ainda aumentar a sua capacidade produtiva e fabricar um novo modelo de calçado de segurança.
A indústria portuguesa de calçado “acelerou o passo” no início de 2025. Segundo a Associação Portuguesa de Indústria, Calçado, Componentes, Artigos Pele e Sucedaneos (APICCAPS), nos quatro primeiros meses do ano, o sector exportou 26 milhões de pares, no valor de 576 milhões de euros, o que representa um crescimento de 6,2% face ao período homólogo do ano anterior. Já a indústria espanhola estabilizou as exportações, enquanto a italiana recuou 4,1% nas vendas ao exterior. “A nível europeu (crescimento de 2,8%), o calçado português é mesmo o que revela o melhor desempenho”, conclui a associação. “Num ano de grande indefinição como este, o facto de as empresas portuguesas investirem de forma contínua em tecnologia de ponta, o que lhes permite responder de forma célere ao mercado, é uma mais-valia inquestionável”, sublinha Luís Onofre. “Os investimentos que temos em curso, no âmbito do PRR, na ordem dos 100 milhões de euros seguem essa linha de raciocínio”, explica o presidente da APICCAPS, em nota de imprensa.
Quanto às exportações chinesas, recuaram 8,3% até Maio, nota a associação, salientando que a China assegura mais de 50% da produção mundial de calçado. “Pior mesmo só a Turquia, que recuou 14,6%. Já a Indonésia e o Vietname aumentaram as vendas ao exterior, respectivamente em 143% e 12,9%”, expõe a APICCAPS.