Após os actos de vandalismo recentemente detectados no sítio do Abrigo do Lagar Velho, onde foi encontrado o esqueleto do Menino do Lapedo, a Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) diz-se “empenhada” em encontrar, “no curto prazo”, uma solução “eficaz e tecnicamente adequada que garanta maior protecção e segurança” a este monumento nacional.
Em resposta a um pedido de esclarecimentos do JORNAL DE LEIRIA, a DGPC adianta que “decorrem contactos” com a Câmara de Leiria, para definir “medidas urgentes que permitam mitigar a ocorrência de actos de vandalismo” no local. Nesse sentido, “a par do levantamento técnico e científico imediatamente desenvolvido no terreno”, a DGPC “já solicitou um orçamento para uma primeira avaliação” a uma empresa especializada em estruturas.
“Após esse diagnóstico, e em colaboração com o Município de Leiria, será definida uma estratégia de salvaguarda para o Sítio do Abrigo Lagar Velho, em particular para o Testemunho Pendurado, que foi o sector mais afectado pela recente vandalização”, acrescenta a DGPC.
As diligências agora anunciadas urgem após as críticas feitas por Ana Cristina Araújo, uma das arqueólogas que dirige os trabalhos de investigação no Lapedo, que, em declarações ao JORNAL DE LEIRIA acusou a DGPC de “negligência”. Em causa, estão os “sucessivos” pedidos que fez à tutela para que fosse encontrada uma solução para proteger o troço de parede vandalizado, mantendo-o “visível”, que ficaram sem resposta.
A DGPC defende-se das críticas com as características “muito particulares” do Abrigo do Lagar Velho, que se “situa numa propriedade privada, em espaço isolado a céu aberto, permanentemente exposto à erosão”. Condições que, segundo este organismo, “configuram um contexto de elevada instabilidade e difícil intervenção”, pelo que, “quaisquer soluções de preservação e conservação revestir-se-ão sempre de enorme complexidade.
Nestes casos, acrescenta o esclarecimento da DGPC enviado ao JORNAL DE LEIRIA, “ impõe-se uma solução ponderada e concertada, que resulte da necessária articulação entre as equipas especializadas da DGPC e as entidades locais envolvidas – Câmara Municipal de Leiria e Direcção Regional de Cultura do Centro”, uma estratégia que garante estar “empenhada”.