O distrito vai, finalmente, dispor de uma unidade de cuidados paliativos, a criar no hospital de Alcobaça. Depois de numa primeira fase a candidatura a fundos comunitários ter sido chumbada, a Comissão Directiva do Programa Operacional Regional do Centro atendeu à reclamação apresentada pelo Centro Hospitalar de Leiria (CHL) e acabou por aprová-la.
O mesmo aconteceu com o projecto de remodelação do Serviço de Medicina Física e Reabilitação do Hospital de Santo André (HSA), em Leiria. As obras deverão ficar concluídas até ao final deste ano e representam um investimento total na ordem de 1,4 milhões de euros.
Em Junho deste ano, as duas candidaturas foram chumbadas, tendo apenas sido aprovado o financiamento para a instalação de um equipamento de tomografia computarizada.
A decisão motivou protestos, quer do CHL quer dos autarcas da região, que contestaram sobretudo a não aprovação da unidade de cuidados paliativos, atendendo que no distrito não existe qualquer cama para esta valência.
O indeferimento das candidaturas foi agora revertido, com a sua aprovação. Vogal executiva do Conselho de Administração do CHL, Alexandra Borges considera que o deferimento dos dois projectos “é da mais elementar justiça”, atendendo “à sua importância e mais-valia que os mesmos irão trazer para a região e para os utentes”. Foi, diz a dirigente, o reconhecimento dessa relevância que levou a instituição a contestar a decisão inicial.
[LER_MAIS] “Não desistimos, defendemos a nossa proposta, apresentámos reclamação e acabámos por ter a aprovação que, no nosso entender, é da mais elementar justiça”, diz a administradora, que expressa ainda o “agrado” pelo “movimento de solidariedade, que foi público, que a comunidade e várias entidades do distrito encetaram e que contribuíram para este desfecho”.
Alexandra Borges nota ainda que tanto o projecto da hidroterapia como o dos cuidados paliativos constavam, “há vários anos”, do plano estratégico do CHL. De acordo com as candidaturas agora aprovadas, a remodelação do serviço de Medicina Física e de Reabilitação do HSA implicará um investimento de quase 950 mil euros, comparticipado em 806 mil euros.
No caso dos cuidados paliativos, a criar no Hospital de Alcobaça Bernardino Lopes de Oliveira, as obras custarão 472 mil euros, mas para efeitos de comparticipação apenas foi considerado um investimento elegível de 184 mil euros, pelo que o financiamento será apenas de 157 mil euros, adianta Alexandra Borges.
Segundo a dirigente, o CHL irá ainda solicitar uma “reprogramação financeira de forma a ser considerada elegível a totalidade do investimento”. O projecto para os cuidados paliativos prevê a criação de 12 camas. Serão as primeiras do distrito de Leiria, o único do País que não dispõe de qualquer resposta a este nível.
Isso faz com que os doentes que necessitam desta valência sejam obrigados a “permanecer em unidades de internamento inadequadas ou a terem de deslocar-se para outras regiões do País, situação imprópria em qualquer caso”, como referiu Helder Roque, presidente do Conselho de Administração do CHL, em declarações prestadas ao JORNAL DE LEIRIA em Junho último.
Na ocasião, aquele administrador realçava também a importância do investimento na remodelação dos serviço de Medicina Física e de Reabilitação. Segundo explicou, a intervenção permitirá dotar o hospital de Leiria de instalações de hidroterapia, que “nunca foi possível colocar em funcionamento” desde a inauguração do Santo André, e “cuja necessidade é manifesta e obriga os doentes desta instituição, adultos e sobretudo crianças, a deslocarem-se a entidades privadas, com todos os custos sociais e económicos” associados.