Leiria, Marinha Grande e Figueiró dos Vinhos são os três concelhos do distrito que vão receber novos parques para armazenamento de madeira queimada.
Segundo informação da Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP), também Ourém vai acolher uma destas infra-estruturas, que visam promover o aumento da capacidade instalada de parqueamento de pinho, na sequência dos incêndios que queimaram centenas de hectares de floresta.
Além dos impactos ambientais e ecológico, os incêndios resultaram numa elevada quantidade de madeira ardida que “importa valorizar”, pelo que em Fevereiro deste ano o Instituto de Conservação da Natureza (ICNF) lançou um concurso para a criação de parques de madeira queimada ou ampliação dos já existentes, “minimizando efeitos disruptivos nos mercados, nomeadamente ao nível do seu impacto nos produtores florestais e contribuindo para a sustentabilidade do abastecimento das indústrias consumidoras”.
A AIMMP e alguns dos seus associados com interesse em armazenar madeira celebraram um contrato de consórcio, que apresentou candidatura ao projecto no mês passado, que viu aprovada.
[LER_MAIS] Nesta tem como parceiras 14 empresas, entre elas várias do distrito de Leiria e do concelho de Ourém. Em Março foi apresentada nova candidatura com três empresas, entre elas uma de Leiria e outra da Marinha Grande.
As 17 empresas envolvidas no consórcio propõem-se armazenar, num total de 30 parques (dez novos, e 20 ampliados), distribuídos por 16 concelhos, um 1,81 milhões de toneladas de madeira queimada, das quais 512 mil toneladas com diâmetro superior a 20 centímetros.
Esta sexta-feira, dia 23, em Mangualde, a AIMMP e o ICNF assinam o contrato de criação dos parques, com a presença do ministro da Agricultura e o secretário de Estado das Florestas.
Vítor Poças, presidente da associação, explicou à Lusa que o sector prevê gastar 35 milhões de euros na compra de madeira queimada, pelo que a linha de crédito disponibilizada pelo Governo “é insuficiente”, na medida em que é de apenas cinco milhões.
As dificuldades para as empresas passam pela falta de capacidade financeira para comprar madeira e mantê-la em stock durante vários meses, visto que o apoio do Estado só é pago no final. “Obriga a um duplo investimento da empresa: além de comprar a madeira, tem os custos da armazenagem”, aponta o dirigente.