É um dos espectáculos que está a gerar mais expectativa e chama a Leiria a companhia Surprise Effect, de França, várias vezes premiada. Dança e performance para ver no Mercado de Sant’Ana, numa mistura de humor, acrobacia e interacção com o público que arranca elogios a Vitória Condeço: “São fabulosos”.
Este ano, o festival de teatro Acaso, que começa a 16 de Setembro e se estende até 30 de Outubro, reúne, além de três estreias da companhia O Nariz, responsável pela organização, produções do Teatro do Eléctrico, do Teatro do Mar, do Teatro Art’Imagem, do Spasmo Teatro, do Teatro Amador de Pombal (TAP) e do Teatro Ajidanha, entre outras.
Regressam os espanhóis Spasmo, que em 2021 alcançaram óptimas críticas em Leiria. Do estrangeiro, chega também o Centro de Intercâmbio Teatral de São Tomé.
Como já é hábito, o programa abre espaço e tempo para a música – Rodrigo Brandão (Brasil) com Sun Ra Arkestra (Estados Unidos), num concerto dirigido por Marshall Allen, e Marco Santos, que tocará o novo disco, Evocations, em formato de trio – e para o cinema, com a produtora Fulo HD a estrear o filme Os Mamaias – Perdi-te em Moka Ville, de António Cova, que sucede a O Crime do Padre Mamado, estreado anteriormente no festival e com direito a reposição este ano.
Novo circo e teatro físico são também propostas da 27ª edição do Acaso: Hamster Clown, pelo Teatro do Eléctrico, e Mutabilia, pelo Teatro do Mar.
Pilar Puyana e Fernando Guerreiro vão apresentar O Último Inverno, espectáculo de animação de areia (com projecção em tela) e narração, provavelmente, um dos mais originais do festival em 2022.
O Teatro Art’Imagem oferece Noites Brancas, a partir de um texto de Fiódor Dostoiévski, encenado por Pedro Carvalho.
Outro destaque é o regresso do micro festival O Portão, não realizado em 2021.
O teatro de marionetas surge com Teodor Borisov, manipulador búlgaro residente em Itália, e Partículas Elementares, com Carlos Silva, consagrado como melhor espectáculo na III Feira Ibérica de Teatro do Fundão.
O Nariz estreia três produções: recupera Viemos Todos de Outro Lado com novo elenco (Nuno Crespo e Pedro J. Ribeiro) e mostra pela primeira vez Noite, encenação de Francisca Passos Vella a partir de um texto de Eduarda Dionísio, e Contos Paralelos, narração, música e vídeo que se inspiram nas cartas de um chefe índio ao presidente dos Estados Unidos, em 1854, conhecidas como Poema Ecológico. “Quase todos os textos têm a ver com situações de paz e de guerra”, explica Pedro Oliveira, que vai estar sozinho em palco.
“Toda a programação tem a ver com uma linha que vamos seguindo”, diz Vitória Condeço, d’O Nariz, que sublinha a intenção de incluir no Acaso “espectáculos direccionados a famílias” e de “cultivar relações e manter a dinâmica entre os profissionais e os ditos amadores”, num programa eclético.
Segundo Pedro Oliveira, também da direcção d’O Nariz, é provável que em 2023 o festival entre num novo ciclo, com “outros espaços” e “outro tipo de abordagem”.
Para já, em 2022, o Acaso acontece em Leiria, Batalha, Porto de Mós e Marinha Grande, inclui companhias ou artistas de Portugal, São Tomé e Príncipe, Brasil, Estados Unidos, França, Espanha e Bulgária e concretiza parcerias com o Teatro José Lúcio da Silva, a Cena Lusófona, o Trupêgo, o Festival Internacional de Teatro e Artes para a Infância e Juventude (FITIJ) e o festival Marionetas na Cidade da S.A. Marionetas.
Abre a 16 de Setembro, com Hamster Clown, de Ricardo Neves-Neves e Rui Paixão, no Teatro José Lúcio da Silva.