A direcção da Escola Secundária Domingos Sequeira, em Leiria, está a perder a paciência com a eleição do presidente da associação de estudantes, que opõe João Cunha e Vitor Santos (este último era, até quarta-feira, 8 de Novembro, o líder interino da concelhia da Juventude Socialista em Leiria, depois de entrar como vice-presidente na equipa demissionária). E apresentou um ultimato aos alunos envolvidos no sufrágio: organizem-se ou o lugar fica vazio. É a derradeira oportunidade, depois da anulação das duas anteriores votações, num processo que se arrasta desde Outubro, com várias irregularidades – primeiro, um número de votos superior ao de votantes; depois, votos a menos, votos a mais e o desvio momentâneo da urna, em pleno acto eleitoral.
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Neste momento, há dois caminhos possíveis: uma terceira votação ou a fusão das duas listas em confronto, com a escolha do novo presidente a efectuar-se internamente, sem consulta aos alunos. O director da Domingos Sequeira, Alcino Duarte, considera que o caso revela "falta de responsabilidade, organização e método", mas avisa que a associação de estudantes "não tem representatividade em nenhum órgão" do estabelecimento de ensino e que o seu funcionamento "não é obrigatório". De acordo com o professor, para beneficiarem de "validade jurídica", os regulamentos e estatutos das associações de estudantes carecem de aprovação pela secretaria-geral do Ministério da Educação e estão sujeitos a publicação em Diário da República.
Na primeira votação, realizada em Outubro, a lista vencedora, liderada por João Cunha, somou mais um voto do que a derrotada – e só à quarta contagem. Mas, no apuramento dos resultados, verificou-se que havia mais dois boletins em urna do que alunos que exerceram o direito de voto, daí o acordo para a repetição do sufrágio. Que voltou a registar irregularidades, mesmo com um vencedor diferente, Vitor Santos, e uma diferença maior (50 votos) entre os candidatos. A contagem parcial, com o acto eleitoral a decorrer, denunciou 16 boletins a menos face aos registos nos cadernos eleitorais, cenário que passou para 12 boletins a mais em comparação com o número de votantes, depois de encerrada a assembleia. Acresce que, a meio do dia, alguém levou temporariamente a urna, do átrio da escola para o interior de um carro. "Situações que não cabem na cabeça de ninguém", resume Alcino Duarte. O professor garante que a acontecer uma terceira votação, vai realizar-se com a vigilância de adultos que pertencem à direcção da escola. Resta saber se à terceira é de vez.