A menos de três semanas das eleições directas para a liderança do PSD, marcadas para o dia 11 de Janeiro, dividem-se os apoios no distrito a Luís Montenegro, Miguel Pinto Luz e a Rui Rio. Nota-se, contudo, que os resultados das últimas eleições legislativas deixaram mossa nos apoios que o actual líder do PSD garantiu no último sufrágio interno que ganhou a Santana Lopes, com alguns dos militantes da região que, então, estiveram consigo a passarem agora para o lado de Montenegro.
Nessa ‘transferência’ de apoio estão os c asos de Rui Rocha e João Moura, presidentes das distritais de Leiria e de Santarém, Tinta Ferreira, presidente da Câmara de Caldas da Rainha, ou do agora deputado Hugo Oliveira.
Fiéis a Rui Rio continuam Jorge Vala, que lidera o Município de Porto de Mós, Olga Silvestre e João Marques, que, nas últimas legislativas, foram eleitos deputados à Assembleia da República. Entre os presidentes de câmara sociais-democratas também há divisão de apoios.
Além de Jorge Vala, Rio tem do seu lado Paulo Inácio (Alcobaç a). Por seu lado, Montenegro conta com o apoio de Tinta Ferreira (Caldas da Rainha) e de Paulo Batista Santos (Batalha), que na anterior disputa interna não declarou apoio a nenhum dos c andidatos, enquanto Humberto Marques (Óbidos) está com Pinto Luz.
Diogo Mateus, presidente da Câmara de Pombal, diz “estar ainda em reflexão, não tendo sido possível, até ao fecho de edição, confirmar a posição das presidentes das Câmaras de Alvaiázere e de Castanheira de Pera.
[LER_MAIS]Depois de, anteriormente ter sido apoiante desde a primeira hora de Rui Rio, o presidente da distrital de Leiria diz que o partido tem de “mudar de rumo e de estilo” e que, face ao “cenário resultante das últimas legislativas”, Montenegro é “o candidato que pode corporizar a mudança que o PSD precisa”.
Uma mudança que, no seu entender, passa pela “afirmação” do PSD como “alternativa de Governo”, rompendo com a ideia que “passa de que é um partido com disponibilidade para colaborar com o Governo”. Por outro lado, acrescenta, “é preciso mobilizar os militantes, que nos últimos dois anos desmobilizaram da militância activa”.
Também João Moura é da opinião que “há um ciclo que chegou ao fim”. Para o presidente da Assembleia Municipal de Ourém e da distrital de Santarém, depois de dois actos eleitorais em que o PSD, sob a liderança de Rui Rio, “esteve muito aquém em termos de resultados, mas também da oposição que se pretende que faça ao Governo”, é tempo de mundança. E, entre os três candidatos, Montenegro é, na sua opinião”, aquele que tem “melhor preparação e condições para disputar eleições e ser primeiro-ministro”.
Posição semelhante tem Paulo Bastista Santos. O autarca da Batalha, que foi deputado quando Montenegro esteve como líder parlamentar do PSD, considera que este é o candidato que “reúne mais condições para afirmar o PSD como alternativa forte no espaço não socialista”.
Por seu lado, Jorge Vala aponta Rui Rio como “o rosto da estabilidade que o PSD precisa, fazendo uma oposição séria e credível e dando ao País nota relevante de que estamos perante um líder que pode ser primeiro-ministro”.
O autarca de Porto de Mós refere ainda a proximidade de eleições autárquicas, sendo “fundamental garantir estabilidade” ao partido. Depois de ter estado com Santana Lopes, Paulo Inácio diz que, “face à mudança de circunstâncias”, entendeu apoiar agora Rui Rio porque se revê no seu posicionamento como “homem do centro”, que “procura o melhor para o País” e que “tem conseguido fazer uma oposição inteligente, apesar do divisionismo interno”.
Por seu lado, Humberto Marques alega que o PSD precisa de se “reestruturar profundamente, apostando em novas gerações e protagonistas e numa cultura de exigência em relação a repostas novas que os portugueses esperam do partido” e que Pinto Luz é o candidato em melhores condições para responder a esse desafio.
“É uma pessoa com muito mundo e pragmatismo, que consegue avaliar muito bem o momento do País e adequar o tempo político ao tempo dos portugueses”, acrescenta o autarca de Óbidos.
Conselheiro nacional do PSD e ex-presidente da JSD de Leiria, João Costa justifica o apoio a Pinto Luz por considerar que representa “diversas gerações que sempre foram promissoras e ainda assim o PSD foi desprezando, preferindo um sistema ultrapassado”.
Sem expressar apoio a nenhum dos candidatos, Fernando Costa, vereador do PSD na Câmara de Leiria, criticou recentemente três dos seus ex-vereadores no Município da Caldas da Rainha – Tinta Ferreira, Hugo Oliveira e Maria da Conceição Pereira -, por antes terem apoiado Rui Rio e agora Luís Montenegro.
As criticas foram feitas num encontro à porta fechada, realizado em Caldas da Rainha, entre Montenegro e militantes.