PUBLICIDADE
  • A minha conta
  • Loja
  • Arquivo
  • Iniciar sessão
Carrinho / 0,00 €

Nenhum produto no carrinho.

Jornal de Leiria
PUBLICIDADE
ASSINATURA
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Jornal de Leiria
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Home Opinião

Empreendedorismo real e virtual

Ricardo Vieira, professor decano do Politécnico de Leiria por Ricardo Vieira, professor decano do Politécnico de Leiria
Junho 22, 2016
em Opinião
0
Empreendedorismo real e virtual
0
PARTILHAS
0
VISUALIZAÇÕES
Share on FacebookShare on Twitter

O discurso sobre esta matéria tem sido usado e abusado pelos mais fortes para justificar o insucesso dos mais frágeis, que precisariam, assim, de voltar à escola para reforçar competências quase mágicas de os fazer produtores de emprego para si e para os outros.

Como se a Humanidade pudesse sobreviver apenas com patrões. Como escrevi há umas semanas atrás, o empreendedorismo tornou-se numa nova teologia do séc. XXI. Mas, claro, se o empreendedorismo é uma ideologia neoliberal que prolifera em tanto discurso, por vezes, vazio, isto não significa que não haja verdadeiros empreendedores.

Conheço alguns: aqueles que conseguem viver e sobreviver com 500 euros mensais, donde ainda sobram umas migalhas para ajudar os filhos e netos em momento de crise profunda.

Depois há outros empreendedores que se recusam a subir 30 euritos aos seus empregados. Esses são mesmo muito empreendedores e capazes de juntar fortunas com a ausência de aumentos com que deviam premiar os seus colaboradores.

Depois há, ainda, aqueles que são apanhados nas malhas da Lei por fugirem ao fisco e optarem por offshores tipo “Panamá papers”, entre outros. E o resto? Bom, o resto é o “Zé Povinho” que vive com o que ganha, que não furta, que não foge aos seus impostos, nem à Lei, e que, talvez por isso, não é considerado empreendedor mas pessoa de boa fé. 

Já agora, que é feito dos conceitos de criatividade e inovação no ensino superior? Não eram o bastante? Não são bem mais ricos e operatórios? Era preciso criar e investir tanto num conceito ainda mais ilusório e capitalista? Como se aprende a ser empreendedor?

Com lições professorais em cima dum estrado e projetando power points? Ou com lições de capitalistas? O empreendedorismo aprende-se? Ensina-se? E só se aprende se alguém ensinar? 

Bem, como sabe qualquer artista, pode-se ensinar a pintar mas nunca se ensina a ser pintor. Há razões que a própria razão desconhece. E uma delas está entre a racionalidade e arte.  Que é feito do relatório, “Educação, um tesouro a descobrir” tão bem desenvolvido pela UNESCO e coordenado por Jacques Delors nos finais do séc. XX?

Tanto crescimento, tanto crescimento que passou a haver na boca dos políticos e fazedores de opinião e nada de desenvolvimento. Sim, de desenvolvimento enquanto capacitação, autonomização, qualidade de vida…

Ou será preciso ser rico para ser justo? Será preciso ser rico para ajudar o próximo? Será preciso ser rico para não ser violento? É preciso ser rico para se viver em paz….? 

Onde estão esses quatro grandes pilares idealizados para a educação do séc. XXI: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos, aprender a ser? Em qual deles, já agora, integrariam a teologia do empreendedorismo? Em nenhum, meus senhores! 

E o IDH, caros leitores? Sim, o índice de Desenvolvimento Humano, que compara diferentes países para além do crescimento económico (PIB, PNB), onde está? Quem fala dele? Quem discute políticas para o alavancar [Deus me perdoe pela linguagem que uso agora e que pode parecer incoerente]? 

Vivemos num país subdesenvolvido e governado por pseudo elites que pouco sabem da matéria, salvo raras e boas exceções, e que se socorre de palavrões como o empreendedorismo para salvar a sua alma e para encher a carteira com cursos que pouco dão para além do certificado que conferem. 

Há dias, mais propriamente no dia 13 de junho de 2016, no museu de Leiria, no decurso da Tertúlia "O Território e o Património nos Discursos sobre Leiria e suas Regiões" com o colega Fernando Magalhães e o Vereador da Cultura Gonçalo Lopes, percebi, com a interação com o senhor vereador, que comungou desta matéria connosco, que o empreendedorismo é inimigo do desenvolvimento (integrado, endógeno, participado…), uma vez que só visa o lucro individual e não o associativismo.

O empreendedorismo, infelizmente, só busca, tal como o discurso de muito político, o crescimento. Obrigado, Gonçalo. Mal estaria o mundo se embarcássemos todos por esta teologia individualista e capitalista. 

*Professor Coordenador Principal ESECS-IPLeira e CICS.NOVA.IPLeiria (escreve segundo as regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa – 1990)

Etiquetas: empreendedorismoempregoinovaçãopilares europeus
Previous Post

E aí está a resposta das universidades ao sonho curto de alguns politécnicos: não há doutoramentos no ensino politécnico!

Próxima publicação

Ser professor hoje

Próxima publicação
Ser professor hoje

Ser professor hoje

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

  • Empresa
  • Ficha Técnica
  • Contactos
  • Espaço do Leitor
  • Cartas ao director
  • Sugestões
  • Loja
  • Política de Privacidade
  • Termos & Condições
  • Livro de Reclamações

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.

Bem-vindo de volta!

Aceder à sua conta abaixo

Esqueceu-se da palavra-passe?

Recuperar a sua palavra-passe

Introduza o seu nome de utilizador ou endereço de e-mail para redefinir a sua palavra-passe.

Iniciar sessão
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Opinião
  • Sociedade
  • Viver
  • Economia
  • Desporto
  • Autárquicas 2025
  • Saúde
  • Abertura
  • Entrevista

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.