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Home Sociedade

Enfermeira de Leiria anda pelo mundo a ‘fintar’ a Covid

Elisabete Cruz por Elisabete Cruz
Abril 1, 2021
em Sociedade
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Enfermeira de Leiria anda pelo mundo a ‘fintar’ a Covid
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Cláudia Gonçalves largou a carreira de enfermeira que abraçara há cerca de 12 anos e decidiu colocar a mochila às costas e partir sozinha numa viagem de quatro anos pelo mundo. A pandemia trocou-lhe algumas voltas, mas tudo continua a fazer sentido para se reencontrar consigo mesma, longe de Leiria, de onde é natural.

Pelo caminho tem encontrado todo o tipo de pessoas, cada uma delas com uma riqueza interior que lhe enche o coração. Desde o motorista que lhe dá boleia aos investigadores de óvnis, as experiências vividas têm sido “muito lindas”. “A minha experiência como enfermeira dá-me uma perspectiva bastante consciente de que a vida é efémera. Focamo-nos tanto no futuro e esquecemo-nos de viver o agora. Infelizmente não são só os velhinhos que morrem, os jovens também, como constatei na minha profissão. Foi isso que me ajudou a tomar a decisão de me despedir”, revela.

Na sua aventura pelo mundo tem ajudado alguns dos locais com quem se cruza, não só através da enfermagem como realizando tratamentos de NST – The NeuroStructural integration Technique, uma terapia que mistura a osteopatia, quiropatia e quinesiologia. “Eu gostava muito de trabalhar como enfermeira, de ajudar as pessoas. É curioso como a vida volta a trazer-nos ao nosso caminho. Conheci esta terapia através de um amigo, que me curou de uma lesão. Decidi que iria aprendê-la para ajudar as pessoas na minha viagem e tem sido bastante gratificante. Tenho encontrado várias pessoas com problemas e é com muito gosto que lhes faço tratamento gratuitamente. A minha missão de vida também passa um bocadinho por aí”, assume.

De mota para Marrocos

Cláudia Gonçalves, 37 anos, natural de Leiria, sente-se bem ao perceber que as pessoas confiam “numa estranha” e permitem que lhes faça tratamentos, através de uma técnica que estimula o sistema nervoso central e periférico, que “conecta com tudo”. “Parte desta minha viagem também era com esse objectivo de ir ajudando as pessoas que encontro.”

Além da NST, enquanto enfermeira também intervém “em pequenas coisas”, como conselhos relacionados com a Covid-19. “Há muita desinformação.” Cláudia ajudou também um casal do Chile, “com 60 e tais anos, que tinham experimentado mil e uma terapias e ficaram surpreendidos porque conseguiram algo que não tinham há anos”.

A jovem trabalhava como enfermeira nas urgências do Hospital de Santo André, em Leiria, quando, em 2017, sentiu que precisava de uma pausa e despediu-se. “Já não me sentia realizada.

[LER_MAIS]Nessa altura, não sabia muito bem o que ia fazer da minha vida. Decidi viajar por uns anos. Fui trabalhar dois anos para França para conseguir o dinheiro que necessitava.” Durante esse período ia a Itália fazer a formação da NST. “Foram dois anos bem preenchidos e com uma sensação de realização profunda. Senti que estava em controlo, que decidia, que estava ali porque queria, tinha um objectivo, o que já não sentia há muito tempo.”

Na semana passada, o JORNAL DE LEIRIA ‘encontrou’ Cláudia Gonçalves nas Honduras. Mas a sua viagem começou há cerca de um ano e meio em Marrocos, para onde viajou de mota e permaneceu um mês. “Marrocos foi uma muito boa surpresa. Cheguei a duvidar se deveria ir. Ia sozinha de mota e tinha todos os amigos a dizerem: ‘estás louca, é perigoso, os marroquinos não respeitam as mulheres’. Afinal, são pessoas muito respeitadoras, muito amorosas, que me viam com alguma curiosidade, por ser uma mulher sozinha de mota”, conta.

Escapar à Covid

Cláudia Gonçalves salienta que foram sempre “prestáveis” e quando não falavam francês iam buscar alguém para traduzir. “Chegaram a receberme nas suas casas. Houve uma situação em que estava a passar numa suposta estrada de montanha, que era mais um caminho de cabras, e o sol já se tinha escondido. Comecei a ficar um pouco preocupada porque estava no meio do nada e não via modo de sair dali. Encontrei dois senhores a cozinhar. Convidaram-me para comer com eles e para ficar em sua casa e foi uma experiência muito linda. Receberam- me como se fosse da família. Os miúdos, super curiosos comigo, tocavam-me no cabelo, porque eles têm sempre o cabelo tapado. Cozinharam o seu melhor couscous.”

Depois de Marrocos viajou para Ushuaia, na Argentina, com o objectivo de fazer toda a América Latina e terminar no México, de onde regressaria a Portugal, dois anos depois da aventura. “A ideia era passar por todos os países da América Latina, o que já não vai acontecer por causa da pandemia.”

Viajar em plena pandemia trocou-lhe os planos, mas Cláudia Gonçalves garante sentir-se segura e até tem uma “perspectiva um pouco diferente” de quem está na Europa. “Os europeus, no geral, estão muito obcecados com esta pandemia. Nunca me senti muito preocupada, pois sei que o meu sistema imunitário é muito forte. Era enfermeira e não adoeço facilmente, tendo em conta a exposição a constantes situações. É assim que o nosso sistema imunológico funciona e se reforça. Por isso, tenho andado em países com índices de infecção altíssimos, sem grandes cuidados, e não adoeci. Ao nos estarmos a proteger de tudo não estamos a ajudar o nosso sistema imunológico”, adianta.

A viajante tem consciência, contudo, que “há pessoas com outras doenças associadas, que se têm de proteger”. “Quando fui recebida por uma família na Patagónia, que tinham os seus 60 e muitos senti um pouco mais de responsabilidade para não levar nada para eles.”

A pandemia obrigou-a a apanhar alguns aviões para mudar de país, algo que não estava nos seus planos. “Na Patagónia, o fecho de fronteiras obrigou- me a ficar no Chile cinco meses. Foi uma experiência inesperada.” Durante duas semanas viveu com um casal investigador de óvnis há 20 anos. “Foi super interessante conhecer as suas histórias e experiências.”

Do Chile voou para o Brasil, onde permaneceu cerca de dois meses. “Era sempre complicado, porque os países abriam e fechavam. Os únicos aviões que queria apanhar era de Portugal para Ushuaia e do México para Portugal. Entretanto, já voei do Chile para o Brasil, dentro do Brasil tive de apanhar um, porque não conseguia passar em nenhum dos países do sul que faziam fronteira com o Brasil. Apanhei um voo para o norte da Amazónia, com a esperança de poder cruzar a Venezuela, mas não foi possível. Voei então do Brasil para o México e cheguei a tempo do Dia dos Mortos.”

O Dia dos Mortos foi uma das experiências que mais tocou Cláudia na sua aventura. “Mais do que a beleza, surpreendeu-me muito a forma como o mexicano encara a morte. O Dia dos Finados em Portugal é sempre muito carregado, sente-se a tristeza. Aqui não. Eles celebram a vida do seu ente querido e não a sua morte. Foi incrível ver que levam para os cemitérios as bebidas e comidas favoritas da pessoa, deixam tudo em cima das campas, passam a noite a tocar e a cantar as músicas favoritas do falecido.”

Na Guatemala, Cláudia passou de turista a… atracção. “Estava a tirar selfies junto a uma das pirâmides e quando me viro vejo uma família a tirarme fotos. Timidamente vieram pedirme para fazer uma foto comigo. Tirei fotos com cada um. Nunca me tinha sentido tão atracção turística. No geral, as pessoas têm muita curiosidade, talvez ser mulher e andar à boleia. Fazem-me muitas perguntas e dão-me conselhos”.

Visitar uma tribo na Amazónia e andar sobre glaciares na Patagónia foram também “experiências únicas”.

Mochila reduzida ao essencial

Quando partiu de Portugal, Cláudia limitou-se a levar uma mochila com o indispensável: material de camping, kit de primeiros socorros e alguma roupa para ser usada nas diferentes estações que iria enfrentar.

“Fazer uma mochila para dois anos é complicado. A minha mochila compõe-se 60% ou mais de material de campismo. Tinha intenção de fazer o máximo de campismo que pudesse. Sobra muito pouco espaço para roupas. Como é que se põe roupa para dois anos para as estações todas? Acabei por trazer duas ou três peças de Verão, uma coisa térmica e um casaco mais quente. À medida que fui avançando, tive de comprar alguma roupa e libertar-me de outra.” Cláudia Gonçalves considera que tem vivido uma experiência “muito boa” e “aprendido muito, sobretudo quando viaja à boleia”.

“É muito enriquecedor. Tenho conhecido pessoas fantásticas. Às vezes temos ideia de que o mundo é um lugar hostil, mas não vejo isso assim.” Depois de uma curta visita a Portugal, no final deste Verão, “para matar saudades”, “de pegar na mota e ir fazer Argélia e Tunísia” e partir “para o sudeste asiático no próximo Janeiro”, o regresso a Portugal está programado a tempo de celebrar os seus 40 anos.

Depois dos quatro anos da viagem da sua vida, Cláudia não sabe o que irá fazer, mas o futuro profissional talvez passe pela terapia. Constituir família está nos seus planos, mas ainda não encontrou o amor da sua vida. “Quem sabe não o encontro em viagem.”

Nesta aventura aprendeu que é “muito mais forte” do que alguma vez pensou ser e sente-se mais “empoderada” enquanto pessoa.

Natal no México e casamento à distância
Neste ano e meio de mochila às costas, Cláudia celebrou o Natal, a passagem de ano e aniversários longe de casa. “O Natal foi o mais complicado. Passei com um couchsurfing e a sua mãe no México.” Difícil foi também falhar presencialmente o casamento do melhor amigo, o seu “irmão de coração”. “Custou-me não estar presente, mas até acabei por estar no melhor lugar do casamento. Estive a assistir por videochamada, com o telefone virado para a frente deles.”
Etiquetas: cláudia gonçalvescovid-19enfermeiraLeiriamochila às costassociedadeviagem ao mundoViajantes
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