Engenhocas. Estão aí para aumentar motivação e rendimento.

Chama-se Trendout Hydrate e é uma garrafa especialmente desenvolvida a pensar em quem gosta de correr, sejam eles amadores ou atletas de alta competição. Entre outras virtudes, a garrafa é maleável, leve e não deixa a água chocalhar, coisa que pode ser extremamente enervante quando em causa estão percursos de longos quilómetros.

Este e outros gadgets, de cariz mais ou menos tecnológico, podem realmente aumentar a motivação e o rendimento desportivo, acredita Romeu Cristóvão, o jovem designer de Leiria que fundou a marca portuguesa Trendout Enjoy Life, que tem no mercado, além desta garrafa inovadora, outros produtos técnicos ajustados às necessidades de quem faz desporto.

O JORNAL DE LEIRIA dá a conhecer algumas destas engenhocas, que tanto podem ser utilizadas em simples corridas à volta de casa como em duras provas ironman.

Para correr mais e melhor

A Trendout Hydrate é uma garrafa maleável que foi desenvolvida a pensar em atletas de trail running, explica Romeu Cristóvão. Adapta-se à mão, durante a corrida, mas também tem um tamanho e um formato que lhe permite ser transportada na mochila e ser usada em ginásio, prossegue o jovem designer.

Concebida numa espécie de silicone, a garrafa tem uma válvula de sugar e não deixa entrar ar, o que faz com que a água não chocalhe e não incomode o atleta durante o percurso, salienta o empreendedor.

Os atributos deste artigo têm convencido não só atletas de alta competição como amadores, expõe Romeu Cristóvão.

João Colaço, ultramaratonista da Marinha Grande, salienta que o mais importante de todas as engenhocas aplicadas à prática desportiva é o acréscimo de motivação que estas trazem aos seus utilizadores. Basta que se monitorize um tempo, uma distância, para que se gere a vontade de ir mais além no treino ou na prova seguinte, entende João Colaço.

E quando se trata de investir em artigos dispendiosos, “aumenta-se o compromisso”. Ou seja, “se estou a investir, obrigo-me a usar e isso vai reflectir-se na minha performance”, constata o ultramaratonista. O efeito imediato é psicológico, sendo que a motivação conduz à superação, entende João Colaço.

Entre os gadgets que já experimentou, o atleta da Marinha Grande refere, por exemplo, a electroestimulação, que tanto pode ser aplicada durante o treino como depois dele, para ajudar na recuperação dos músculos. É sobretudo na recuperação muscular que João Colaço tem utilizado os eléctrodos. “Está provado que pode ter vantagens, acréscimos de performance. E há uma franja de atletas de topo onde qualquer diferença pode decidir entre a vitória ou a derrota”, frisa o ultramaratonista.

Começam a ser também bastante comuns os relógios com aplicações que cruzam o plano de treinos do atleta com a sua frequência cardíaca (através da ligação a uma banda ajustada ao peito), e que dessa forma permitem monitorizar o desempenho.

Existe ainda a roupa de compressão, sejam elas perneiras ou camisolas, que, fazendo compressão em determinados pontos do corpo, optimizam a performance, nota João Colaço. “Não sei até que ponto traz vantagem efectiva ou se é um trabalho de marketing”, questiona o ultramaratonista, para quem, mais uma vez, o importante é o efeito psicologico positivo que o artigo pode proporcionar.

João Colaço aponta ainda os benefícios das aplicações sobre nutrição, que lhe permitem inserir dados sobre o que come e, assim, receber dicas de como melhorar a sua alimentação e, por essa via, melhorar o seu desempenho desportivo.

Pedalar e nadar como ninguém

 [LER_MAIS] Na modalidade de ironman, triatlo de longas distâncias, Gildo Silva revela também alguns dos objectos e novas tecnologias que melhoram o rendimento de quem nada, pedala e corre. Além dos gadgets identificados por João Colaço, Gildo Silva refere ainda uma aplicação do seu relógio, que lhe permite monitorizar o seu sono, para verificar se está a descansar o tempo necessário em função dos treinos, ou até se precisa de parar a prática desportiva durante algum período.

Existem ainda outras engenhocas direccionadas para a natação e para o ciclismo, explica o atleta. No caso da natação, são desenvolvidos fatos que promovem maior flutuabilidade no mar, favorecem o deslizar sobre a água, além de manterem a temperatura corporal em níveis normais.

Para o treino nas piscinas existem, por sua vez, palas que se colocam nas mãos, que servem para puxar mais quantidade de água e assim desenvolver a força, aponta o atleta.

No caso do ciclismo, Gildo Silva lembra a vantagem do potenciómetro, colocado por exemplo nos pedais, aparelho que serve para medir a potencia exercida pelo ciclista na bicicleta; Gildo Silva refere ainda a motivação da aplicação móvel Strava, a rede social onde os desportistas podem inserir os seus dados e assim promover competições com os seus amigos.

De bicicleta ou em corrida, os amigos podem partilhar treinos e fotografias, fazendo aumentar a competição e a motivação, explica o ironman.

Cordas inteligentes para saltar

Os pequenos equipamentos portáteis (capazes de registar o desempenho físico de quem faz exercício) ocupam a primeira posição no pódio das maiores tendências fitness globais desde 2016, adianta o Público com base nos relatórios do Colégio Americano de Medicina Desportiva.

Mas a tecnologia do desporto já vai além de pulseiras e relógios desportivos, salienta o jornal, que faz referência a ginásios que cabem no bolso das calças, a cordas para saltar inteligentes e a calções que avisam o atleta antes de se lesionar.

“O DoubleFlex é um ginásio que cabe na gaveta (e, com algum jeito, no bolso de trás das calças, segundo algumas imagens da marca). Pesa menos de um quilo, mas permite trabalhar os grupos musculares com uma resistência até 11 quilos. Vem com sensores incluídos para definir a resistência, e contadores electrónicos das repetições de cada exercício. Também há uma aplicação móvel com um treinador virtual que ensina a utilizar o dispositivo através de tutoriais e vídeos”, escreve o Público.

Quanto à Smart Rope, “é uma corda para saltar que dá informação sobre a velocidade e número de saltos, enquanto o utilizador está no ar. Consegue isto com as 23 luzes LEDs incorporadas que disparam milhares de vezes por minuto quando a corda está ao nível dos olhos. Vem com uma aplicação móvel que permite monitorizar o exercício feito e definir objectivos específicos com base no índice de massa corporal de cada um”, escreve a mesma fonte.

Além disso, “é possível personalizar a informação apresentada para criar jogos e desafios com amigos”.

Para os atletas de topo existem ainda os Mbody da Myontec. São calções que “avaliam o desempenho muscular e cardiovascular, avisando o atleta quando este se está a esforçar demasiado e corre o risco de uma lesão.

Também monitorizam a rapidez e distância percorrida”, sendo que a informação é apresentada numa aplicação móvel grátis, disponível para Android e iOS, adianta o mesmo jornal.

O seu tecido respirável é à prova de radiação ultravioleta (os tecidos mais habituais – especialmente material mais fino e claro – não protegem totalmente as pessoas da radiação) e pode ser lavado à máquina.