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Home Entrevista

Entrevista | Ricardo Araújo Pereira: “Vivo bastante fechado. Sempre fui uma espécie de bicho do mato”

Cláudio Garcia por Cláudio Garcia
Novembro 16, 2018
em Entrevista
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Entrevista | Ricardo Araújo Pereira: “Vivo bastante fechado. Sempre fui uma espécie de bicho do mato”
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De todas as palavras que descobriu enquanto escrevia estas crónicas para um público brasileiro, quais descobriu com mais prazer? 
Há aquelas que a gente sabe que existem. Se isto fosse um livro, ou seja, se fosse directamente escrito um livro, eu não escreveria ônibus em vez de autocarro. Mas como isto vai para as páginas de um jornal primeiro, o tempo de leitura de um jornal, aquilo que se exige de um leitor de jornal é diferente. Eu quero que a percepção seja imediata, por isso não me custa nada substituir autocarro por ônibus. Eu acho que a mais surpreendente foi quando descobri que bufo, no sentido de tipo que denuncia à polícia, em português do Brasil se diz cagueta. Deu-me algum trabalho, mas é cagueta que eles dizem. Uma das coisas que me faz mais confusão quando vejo séries policiais hoje: é que nas séries do meu tempo, os polícias tinham de andar mesmo atrás do bandido. Eles agora pegam numa gota de sangue, vêem, e o DNA é o bufo, faz queixa do bandido à polícia, diz tudo. No meu tempo não era assim. Andavam mesmo aos tiros. A gente hoje vê uma série como o CSIe apanham o bandido com um cotonete. Acho inquietante. 

Leia também: Ricardo Araújo Pereira: "Quando dois comediantes são casados, não vai dar bom resultado, porque é preciso um adulto na casa"

Há uma dose de liberdade extra em escrever para um público que não conhece tão bem e numa língua que não é exactamente a nossa? 
Sim, sobretudo por causa da primeira parte, ou seja, eu sinto que revelo coisas nestes textos que não revelaria se os estivesse a escrever cá. Por exemplo, a quantidade de referências que faço à família, mesmo que isso não revele nada de especial. Cá, estou mecanizado para que isso não aconteça, estou escaldado. É muito importante para mim que a privacidade das pessoas com quem eu vivo seja protegida. 

O facto de ser o Ricardo Araújo Pereira e de ser humorista condiciona-o, no dia a dia? 
Não, na verdade, não. Há condicionantes. Andar na rua, ir a sítios públicos, ir a restaurantes, apresenta- -me alguns constrangimentos. As pessoas abordam-me. Eu não me queixo disso, atenção. 

Vive numa bolha? 
Eu gosto de estar em casa, vivo bastante fechado em casa. Não sou eu que vou ao supermercado, é muito raro isso acontecer. Mas também não sou um eremita. Sempre fui assim uma espécie de bicho do mato. Não me custa nada estar em casa. Mas também, atenção, não é um drama. Se quero ir a um sítio qualquer, vou, não há nenhum problema. Até porque a abordagem das pessoas, que continua a ser embaraçosa para mim, por causa da timidez e não sei quê, o certo é que… eu vou me queixar de quê? As pessoas chegam ao pé de mim e dizem "Eh pá, gosto muito de si, podemos tirar uma foto?" O que é que eu vou dizer? "Ai que chatice, tantas manifestações de apreço, que maçada". Não. 

Sente-se pressionado a ser o Ricardo Araújo Pereira bem-disposto e bem humorado? 
Não, não, não. O que eu sinto é que a pressão está do lado das pessoas, paradoxalmente. Imagine que vai jantar com uns amigos e está lá um hipopótamo. As pessoas dizem: "Caraças, está ali um hipopótamo. Será que ele me vai fazer mal? Será que eu posso fazer uma festinha no hipopótamo? Será que eu estou a olhar fixamente para o hipopótamo e ele vai levar isso a mal?" Mas também tem tendência a passar, um gajo habitua-se a ter o hipopótamo à mesa. 

 [LER_MAIS] 

Podemos falar um bocadinho de religião? 
Sim, à vontade, claro. 

O Rui Vitória disse recentemente que era um pai honrado, chefe de família e boa pessoa. Isto são atributos importantes para um treinador do Benfica? 
Essa é a questão. É que eu acho que são atributos importantes, que, para mim, são irrelevantes no treinador do Benfica. Se ele dissesse: "Olha, acabámos de ganhar a Taça dos Campeões, mas eu esqueci-me de dizer às pessoas: Eu sou um gatuno". Eu dizia: "Rui, esquece. Não há problema. Tens a Taça, não tens? Então força." Agora, ser uma boa pessoa, um zeloso pai de família… a minha avó também tinha várias dessas qualidades, eu não a quereria a treinar o Benfica.

E para um bom humorista, são qualidades relevantes? 
Também não. Aliás, o que não falta é artistas em geral que são pessoas das quais a gente não gostaria de ser amigo. Por exemplo, eu acho o Seinfeld extraordinário, no entanto, por aquilo que me é dado ver naqueles episódios, acho que ele tem uma personalidade bastante inquietante. 

O humor é neutro? 
Depende de quem o faz. Mas o humor às vezes implica uma espécie de suspensão da emoção. E o Seinfeld tem muita facilidade em fazer isso porque ele às vezes parece não ter emoções. 

Não há moral no humor. 
Se calhar não há na arte. O Oscar Wilde dizia: "Não quero discutir se um romance é moral ou imoral". Isso não existe, esse não é o critério. Se a gente interpretar uma piada à letra, a gente pode dizer: "Isto é imoral". Mas não é esse o exercício da piada. Uma piada sobre bebés que morrem, por exemplo. Parece-me que há uma tendência hoje para dizer assim: "Pois, quem se ri de piadas sobre bebés que morrem é uma pessoa que maltrataria bebés". Uma pessoa, em princípio, que se ri de uma piada em que bebés morrem, aquilo de que se está a rir é do sentimentalismo das pessoas que se chocam com aquelas piadas. Normalmente, aquilo de que a gente ri, quando ri de uma piada de humor negro, é do potencial choque que aquela piada vai causar nas pessoas boazinhas e sentimentais. 

Aparentemente, o Bruno Nogueira vai voltar a fazer stand-up comedy. É uma coisa que se via a fazer? 
Fui almoçar com o Bruno Nogueira e estivemos a falar sobre isso e eu disse-lhe: "Eh pá, pois, eu também às vezes tenho muita vontade de fazer, de experimentar texto". E depois até estávamos a ponderar fazer uma coisa juntos, mas agora, nos tempos mais próximos, eu vou ter uma coisa na TVI que me vai dar algum trabalho, porque é uma espécie deDaily Show, só que não é daily, é semanal. Mesmo isso, num país como Portugal, já me vai dar bastante trabalho, porque a minha equipa não é tão grande como é a equipa do Daily Showe o meu material de trabalho não é tão vasto. Isso vai-me ocupar agora durante algum tempo. Neste programa vou reunir uma equipa que inclui não só os meus amigos, mas também cinco jovens humoristas de que eu gosto, que me parecem bons, e com os quais eu gostaria de trabalhar. Acho que vai ser divertido para todos, vai ser diferente para nós porque estamos a contactar com gente que tem outro tipo de experiência, outro tipo de referências. Isso é óptimo. 

E as redes sociais? 
Tenho interesse, por exemplo, em criar um canal de YouTube e fazer coisas para lá. Acho muito interessante, isso. Uma coisa com total controlo criativo, que eu posso fazer sem sair de casa e tão ágil que eu na hora posso dizer: "Ah, espera aí, tive uma ideia a propósito disto". Ponho a câmara a filmar, já está feito, já está publicado. 

Podia deixar de trabalhar, se quisesse? 
Sim, podia. Para já, quero que as minhas filhas tenham uma vida confortável, quero que elas pelo menos tenham a hipótese de ir estudar no estrangeiro, e isso já requer mais esforço. Mas sim. 

E para aquele dinheiro do BES, já tinha planos? 
Tinha, é exactamente isto. Se esse dinheiro do BES não tivesse desaparecido, estaria mais tranquilo. Não quer dizer que não esteja tranquilo. Repare, houve gente que perdeu muito menos do que eu perdi e que ficou muito mais afectada do que eu fiquei. Mas, quer dizer, é irritante, não é? 

Etiquetas: rapRicardo Araújo Pereira
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