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Home Entrevista

Entrevista | Sónia Gonçalves Pereira: “A ciência é uma actividade muito precária”

Elisabete Cruz por Elisabete Cruz
Maio 23, 2019
em Entrevista
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Entrevista | Sónia Gonçalves Pereira: “A ciência é uma actividade muito precária”
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Entrevista parte 1

Recebeu um cheque de 20 mil euros para desenvolver investigação na área da doença celíaca. A investigação em Portugal tem o apoio devido?
A ciência é uma actividade muito precária. É claro que vamos sempre dizer que é insuficiente, mas além de falta de financiamento há também falta de eficiência de todos os intervenientes do processo e transversal a todas as áreas da sociedade. Isso é algo em que os decisores têm efectivamente de apostar. O dinheiro disponível pode ser pouco, mas todos poderíamos extrair mais dividendos (sociais, não monetários), se fossemos mais eficientes, desde o topo até à base. A falta de eficiência faz-nos despender energia, tempo e dinheiro, que poderiam ser melhor aproveitados para obter mais e melhores resultados transferíveis para a sociedade. Muito recentemente surgiram algumas medidas governamentais de simplificação dos processos administrativos associados à investigação. Esperemos que nos venham efectivamente ajudar a sermos todos mais eficientes. Um outro aspecto importante é a necessidade de aumentar a equidade na distribuição desse dinheiro. Dando o exemplo da minha área, ao trabalhar em microbiologia, preciso de cumprir requisitos de biossegurança específicos, mais ainda ao trabalhar com microorganismos patogénicos, resistentes a todos os antibióticos. Isto tem custos, que tenho que incluir no orçamento dos projectos e, por isso, fico com menos verba disponível para a ciência que quero fazer. E estes custos específicos não são considerados quando os financiadores abrem concursos para projectos científicos com tecto máximo de financiamento igual para todas as áreas.

O que podem os governos fazer?
Falta uma estratégia nacional dedicada à investigação. Dando o exemplo dos 20 mil euros que consegui, o valor permite-me iniciar uma nova linha de investigação, mas se não conseguir mais financiamento este trabalho morre nesta fase, ou seja, acaba por ser pouco eficaz. Claro que acreditamos que ao conseguir um financiamento vai alavancar para novos financiamentos e é assim que a investigação vai acontecendo, mas, se calhar, pelo caminho ficam muitos outros trabalhos válidos, por falta de financiamento.

Que diferenças encontra entre a investigação em Portugal e em Harvard, onde esteve?
A grande diferença é a rapidez com que as coisas acontecem e o facto de termos tudo à mão. No ciTech- Care – Centro de Inovação em Tecnologias e Cuidados de Saúde do Politécnico de Leiria ainda estamos a dar os primeiros passos, mas mesmo noutros centros de investigação do País, perde-se muito tempo a pedir um reagente. Lá, senti que estava no centro do mundo. Queria uma coisa e no dia seguinte estava ao pé de mim. As coisas correm muito mais rápido e por isso conseguem- se resultados e até financiamento mais depressa. A grande diferença foi a rapidez e também o foco.  [LER_MAIS] De tudo o que se faz tira-se um proveito. Desvantagens de Harvard em relação a Portugal: o stress é muito maior lá. Tem de se conseguir financiamento, caso contrário, no dia seguinte vai-se embora e vem outro. Talvez lá as pessoas sejam menos importantes, mas é também uma questão cultural.

Os nossos cientistas são inferiores?
Claramente que não. Somos muito melhores. Temos muito mais saber, temos muito mais capacidade, não temos é infra-estruturas tão eficazes quanto eles. Depois são muito maiores que nós. Por que é que tinha os reagentes no dia seguinte? Porque a fábrica que os produzia estava lá ao lado. Essa é a maior vantagem que eles têm. E a maior parte das pessoas que estão lá são do mundo inteiro. Cruzei-me com uma americana. Eles são os melhores do mundo porque chamam a si os melhores.

Quais os principais objectivos do estudo CeliAct?
O CeliAct vai criar o primeiro biobanco de amostras de doentes celíacos e de familiares directos no País para no futuro podermos estudar a patologia em termos genéticos e de microbiota. O meu propósito é poder perceber por que é que há pessoas que têm tudo para ser celíacos, mas não o são, e com isso poder ajudar aqueles que o são a reverterem a doença. O CeliAct vai dar-me ferramentas para me poder afirmar nesta área da doença celíaca no mundo científico. O biobanco permitirá estabelecer colaborações com outros grupos de investigação. Este projecto vai também caracterizar o glúten [provoca doença] em termos bioquímicos e químicos e perceber onde é que ele é mais imunogénico e algumas alterações bioquímicas que possamos fazer na molécula, se a tornam mais ou menos capaz de induzir a doença celíaca. O objectivo é entender o mecanismo da doença e procurar soluções.

Têm aparecido movimentos anti-vacinação. É um risco para a saúde pública?
É um risco para a saúde pública! O que acontece é que se tivéssemos aqui 100 pessoas e 90 tivessem sido vacinadas para o sarampo as outras dez estavam protegidas pela protecção de grupo. O problema é quando deixam de ser dez e passam a ser mais. Aí deixa de funcionar a protecção de grupo. Há risco na vacinação, mas a vida é um risco. O melhor é não nascer. Claro que não quero que um filho sofra os efeitos secundários, mas também não quero que ele vá na rua e sofra um acidente. A vacinação é uma vitória tão grande que temos contra os agentes patogénicos, é tão bom estarmos tranquilos e saber que não vamos ter ‘n’ doenças no matter what, porque há uma vacina. Não posso ser a favor de dar um passo atrás e voltar a ter doenças que já eram consideradas erradicadas porque alguém achou que não queria correr o risco.

Música é outra uma paixão
Apaixonada pela bicharada microscópica

Sónia Gonçalves Pereira nasceu em Coimbra, mas vive em Leiria desde pequena. Licenciada em Biologia, no ramo científico da microbiologia, desde sempre que é uma apaixonada pelas bactérias e outra ‘bicharada’ idêntica.

Doutorada em Ciências Farmacêuticas – Microbiologia e Parasitologia, a investigadora do ciTechCare – Centro de Inovação em Tecnologias e Cuidados de Saúde do Politécnico de Leiria lidera um projecto de pesquisa financiado pela Maratona da Saúde, para criar o primeiro biobanco de microbiota intestinal da doença celíaca.

Como a vida não é só ciência, a música corre-lhe nas veias. Foi a primeira pandeireta (tuna mista da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra) a saltar em palco e desde nova que toca guitarra. Os três filhos estudam música na SAMP, através do ensino articulado, pelo que “em todas as oportunidades que tem” sobe ao palco com o eles. “O mais velho toca violoncelo, a do meio toca eufónio/bombardino e a mais nova clarinete. É o céu estar no palco com os meus três filhos a tocar uma música. Corre sempre bem porque estamos lá os quatro.”

“O meu passatempo agora é o curso de Medicina. Estou no terceiro ano”, revela. Escrever um livro de ficção é um sonho, adora viajar e é católica praticante.

Etiquetas: Celiactentrevistainvestigadorapolitécnico de LeiriasaúdesociedadeSónia Gonçalves Pereiravacinação
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