A vida é demasiado valiosa para ser desperdiçada. Interrogarmo-nos e descobrirmos um sentido para a vida é algo sobre o qual devemos pensar para que ela não nos passe ao lado. Não devemos perder a oportunidade de vivermos melhor e de nos corrigirmos.
Assim como a solidão é a pior coisa que pode acontecer a uma pessoa, justificando-se esquecermo-nos de nós e irmos ao encontro do outro para o fazer feliz. São pensamentos partilhados com os padres Adelino Ascenso e Feytor Pinto, que nesta época se constituem como um bom mote de reflexão para a vida agitada que muitos adoptam como padrão, bem como para o sistema de valores que nos orienta, que necessita de ser constantemente repensado.
Nunca é tarde para aprendermos a corrigir a nossa maneira de viver, reconhecendo que a melhoria da qualidade de vida pressupõe o modo como encaramos os factos que nos causam stress e a forma como os podemos tornear.
Algo que implica mudança, em que cada um terá que decidir o que pretende e terá de fazer para obter um bom resultado na alteração dos seus hábitos de risco. O que passa, seguramente, por cada um estar bem consigo próprio. Porque não é possível corresponder ao que quer que seja perante um nosso semelhante se não for possível primeiro fazer algo de bom com a sua própria vida.
Será que estamos a conviver mais? Como é que nos estamos a relacionar? Será que desfrutamos os convívios com familiares e amigos, as tertúlias e os serões em grupo? Ou será que a dependência tecnológica e a avidez [LER_MAIS] por toda a informação que nos é disponibilizada pelas mais diversas vias não estará a transformar por completo a forma como gerimos o nosso tempo, com efeitos perversos no modo como nos relacionamos?
Esta é a melhor altura para que tenhamos a capacidade de ajustar as nossas necessidades à nossa vida de relação em grupo. Esta é a altura para que tenhamos tempo para actividades que nos distraiam e nos compensem da pressão a que estamos sujeitos, nesta vida de confrontação desenfreada que levamos no dia-a-dia.
Este é o tempo de ignorar tais inconvenientes que acabam por ter consequências negativas para o nosso bem-estar físico e mental. É a ocasião de nos preocuparmos com a melhoria dos nossos hábitos de relação familiar e social, que façam com o que tempo sempre chegue para todas as tarefas que temos que efectuar e estarmos presentes.
Fundamental para qualquer pessoa, como parte integrante das nossas vidas, torna-se assim necessário investir na vida pessoal, familiar e na relação com os outros de uma forma tranquila e menos competitiva. Porque como alguém afirmou “ganhe a vida, não perca a saúde”.
*Médico