Entre Janeiro e Abril, a processionária, mais conhecida por lagarta do pinheiro, sai da árvore para terminar o seu ciclo.
É nesta altura que se torna num verdadeiro perigo público para quem lhe tocar, pelo que é necessário ter cuidados redobrados em espaços frequentados por muitas pessoas, sobretudo crianças e animais.
“É por fazer uma procissão que a lagarta tem o nome de processionária. Apesar de para a maioria das pessoas as reacções alérgicas por contacto não porem a vida em risco, os sintomas que provocam são muito incomodativos”, alerta Ana Silva, médica com especialidade em saúde pública.
Segundo explica, os pêlos libertados pela lagarta são “muito alergénios”. As crianças, habitualmente mais curiosas, ao tocarem na lagarta podem “desencadear uma reacção alérgica, mais ou menos grave”.
“As situações mais complicadas podem surgir em crianças que já têm problemas atópicos e são estas que, normalmente, fazem reacções mais exuberantes”, salienta Ana Silva, acrescentando que os sintomas podem manifestar-se “de diferentes maneiras”.
Na pele, podem ser visíveis uma espécie de “baba vermelha”, urticária e eczemas. As alergias podem provocar ainda irritação nos olhos e ao nível do pulmão. Neste órgão, clarifica a especialista, as reacções podem traduzir-se em “dificuldades respiratórias, espirros e até falta de ar”.
[LER_MAIS] Ana Silva acrescenta que “este não é um assunto de gravidade extrema”, mas é fundamental “afastar as crianças das lagartas para evitar estas reacções”. É com alguma frequência que se ouvem notícias de reacções alérgicas à lagarta do pinheiro nas escolas.
Além dos cuidados de prevenção e de controlo da lagarta, a especialista recomenda que os estabelecimentos de ensino tenham acções informativas sobre o insecto e as reacções que provoca.
Quando esta praga for detectada devem ser colocadas “cintas à volta das árvores com químicos para conter a lagarta e travar a sua procissão”, ao mesmo tempo deve-se “isolar a área”. Os ninhos “devem ser retirados e queimados”.
No entanto, Ana Silva adverte para que este trabalho seja realizado por especialistas. “As pessoas devem estar protegidas nos olhos, mãos e pescoço, que são as zonas mais expostas ao pêlo da lagarta.
Os serviços camarários têm gente com formação, que deve intervir nestas situações.” A médica informa ainda que os pinheiros onde podem ser detectados estes insectos deverão ser alvo de tratamento químico em Outubro, para tentar conter o seu desenvolvimento.