O Grupo Supera, companhia espanhola com actividade na área do lazer e do fitness, está disponível para investir até seis milhões de euros na construção de duas piscinas descobertas (uma de adultos e outra de crianças) em Leiria e para assumir a gestão do actual complexo.
A proposta, apresentada na última reunião de Câmara, preconiza ainda a criação uma sala de fitness, de uma de zona de spa e de hidromassagem e de uma nova área de balneários no Complexo Municipal de Piscinas de Leiria. A estimativa da empresa é que sejam criados 50 postos de trabalho directos.
Na exposição feita na reunião de executivo, que teve lugar na terça-feira, os representantes do grupo espanhol sublinharam que, à semelhança do que acontece em Espanha, onde já desenvolveram 29 centros desportivos, “o complexo nunca deixará de ser municipal”.
O que se propõe, explicaram os representantes da Supera, é uma concessão por 40 anos, “mediante concurso público”, aberto a quem quiser concorrer e no qual a Câmara indicará “contrapartidas” a receber, que poderão ser “monetárias” ou a construção de outro equipamento. Asseguraram ainda que [LER_MAIS] “este tipo de projectos incorpora programas municipais desportivos” que funcionem nesses espaços, assim como a actividade de clubes.
Na ocasião, os representantes da Supera revelaram que a proposta já havia sido apresentada à Câmara “há cerca de um ano”, mas que agora foram convidados pelo executivo para a dar a conhecer publicamente. Este convite surgiu na sequência uma interpelação recente feita pelos vereadores do PSD sobre a falta de uma piscina descoberta na cidade.
Em reacção à proposta agora divulgada, Fernando Costa, da bancada social-democrata, considerou tratar-se de “boa ideia, que é útil e necessária a Leiria”. “É um projecto interessantíssimo, com óptimas condições financeiras. Se a concessão fosse por 50 anos, não vinha mal ao mundo”, acrescentou o vereador do PSD, que expressou, no entanto, algumas reservas relativas à localização das piscinas descobertas naquela zona, devido à “concentração de equipamentos” na envolvente. Admitiu, contudo, que “por questões de sinergias de equipamentos e de pessoal seja inviável fazer noutro sítio”.
Por seu lado, Raul Castro, presidente da Câmara, deixou a promessa de o Município “reavaliar” a proposta e analisar o modelo adoptado noutros concelhos, admitindo, para já, que o estacionamento na zona “é um problema”, atendendo a que o parque do estádio está será ocupado com o pavilhão multiusos.
O Grupo Supera tem cerca de 30 anos de actividade em Espanha e está a expandir-se a Portugal, onde já é responsável pela gestão do Complexo Desportivo do Areeiro, em Lisboa, e tem projectos para Setúbal, Barreiro, Porto, Coimbra e Braga.