Sempre disse que, se fosse para jogar fora de Portugal, não poderia ser em Espanha. Afinal, é um país que está mesmo “aqui ao lado” e a mudança parecia ser insuficiente.
Mas a proposta do Málaga Costa del Sol bastou para que Rita Campos esquecesse esta ideia pré-concebida e olhasse com outros olhos para o país vizinho.
“Quando o Málaga fez a proposta, até fiquei bastante entusiasmada. Sei falar espanhol e o campeonato é muito mais competitivo. A competição delas é mesmo muito renhida, não há jogos por mais de cinco golos de diferença”, comparou a andebolista, que encerra assim um capítulo de quatro anos ao serviço do Benfica.
E a época terminou com chave de ouro. Há duas semanas, as águias conquistaram a Taça de Portugal Feminina de andebol, troféu que se junta à vitória na I Divisão Feminina, que já tinham celebrado há algumas semanas.
No total, foram mais de 90 jogos a representar os encarnados, com quase 180 golos marcados. Ao olhar para trás, a pivô de Leiria reconhece que é uma jogadora diferente. “Aprendi muito nestes quatro anos no Benfica. Mudei e tornei-me melhor jogadora.”
Está “mais competitiva”, mas ainda assim continua a tirar prazer de estar dentro das quatro linhas, mesmo quando perde, uma vez que é a paixão pelo andebol que a move, e não os resultados desportivos. “Não tenho mau perder, gosto é de jogar.”
E provavelmente é esta paixão que faz Rita Campos sobressair em campo e, nesta última época, arrebatou o interesse de clubes da Eslováquia, Alemanha, e um outro de Espanha.
Contudo, é no Málaga onde acredita que pode continuar a evoluir. Esta não será a primeira experiência desta leiriense além-fronteiras, até porque durante a pandemia teve uma breve passagem pela Noruega.
Uma experiência que, considera, não é o que lhe dará bagagem em termos desportivos. “Nunca chegámos a ter um jogo oficial, as coisas eram muito limitadas”, lembra. Contará a experiência de se desenrascar sozinha, numa cidade nova e desconhecida.
Agora, será mais fácil, porque aquilo que a fazia recusar ir para Espanha – a distância – é também o que a faz querer aventurar-se.
“Está na hora” de abraçar um novo campeonato, acredita, numa cidade também apaixonada pelo andebol.
Actualmente com 23 anos, já desde os 15 que joga nos campeonatos seniores. Fez toda a sua formação na Juventude Desportiva do Lis e, na época 2021/2022, foi chamada para as fileiras do Benfica.
Aprendeu, sobretudo, que “o autocarro só passa uma vez” e é preciso aproveitar as oportunidades que muitas vezes, são únicas.