Ao longo dos últimos dois anos, os textos que publiquei no Jornal de Leiria foram orientados para um só tema: “a qualidade da governação”, no sentido de mostrar aos leitores exemplos de confrontação entre a boa e a má governação nas diferentes esferas do poder político.
Espero no futuro publicar um livro sobre o assunto, com base nos textos já existentes, porque considero a questão de importância vital para se compreender os maus resultados da governação em Portugal ao longo dos últimos trinta anos e permitir pensar o futuro de forma diferente.
Penso não precisar de muitas mais palavras para justificar aos leitores a má governação do País ao longo de várias legislaturas, na medida em que o empobrecimento dos portugueses, a dependência externa de Portugal e a estagnação da economia são o resultado da governação medíocre de todos os partidos ao longo dos anos, apesar da sua alternância no poder.
Decidi agora reorientar a minha colaboração neste jornal para os temas da actualidade, forçosamente degradada pela má governação, esperando que os leitores não se espantem que a minha posição continue bastante crítica, o que implica algumas dúvidas sobre o actual Governo de António Costa, tanto quanto critiquei os governos anteriores, porque apesar de concordar com as medidas de teor social já assumidas não acredito nas soluções preconizadas para a economia, que são reveladoras de algum desconhecimento do funcionamento das empresas, dos mercados e das tecnologias e onde a propaganda submerge a verdade.
Li recentemente neste jornal que o primeiro-ministro nos visitou para publicitar aquilo a que o Governo chama Indústria 4.0, com que se propõe fazer uma revolução tecnológica em 50.000 empresas portuguesas com um investimento de 4,5 mil milhões de euros.
Infelizmente, o Governo acredita que lançar dinheiro sobre os problemas os resolve e aparenta não saber que essa revolução está em curso na nossa região há mais de vinte anos, que a economia digital foi então introduzida no nosso país a partir da Marinha Grande e que a democratização das tecnologias na nossa região foi uma aquisição revolucionária que hoje continua, com o objectivo de aprofundar a competitividade das empresas e potenciar aquilo que estas sabem fazer bem.
*Empresário
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