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Home Opinião

“Eu partilho, logo (penso que) existo”

Paulo José Costa, psicólogo clínico por Paulo José Costa, psicólogo clínico
Dezembro 5, 2019
em Opinião
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A psicóloga Sherry Turkle afirma que ainda que estejamos empolgados com as virtudes da tecnologia permitimos que se intrometa nas nossas vidas, conduzindo-nos a circunstâncias comprometedoras da vitalidade.

Os écrans são poderosos, transformando o que fazemos e pensamos, mas também aquilo que somos. Inúmeras acções que realizamos com estes aparelhos seriam consideradas perturbadoras há poucos anos, tendo-se tornado banais e intuitivas na actualidade.

Enviar mensagens ou emails, tirar fotografias e atender telefonemas durante reuniões, encontros ou refeições são exemplos comuns.

Compramos, transferimos dinheiro e ficheiros, fazemos comentários ou postamos publicações durante aulas, consultas ou palestras.

O contacto visual enquanto destreza humana primordial é cada vez mais difuso, pois já não reparamos no olhar do outro enquanto ingrediente essencial da comunicação, afectando o reconhecimento das particularidades dos nossos interlocutores.

Mesmo durante cerimónias e rituais que requerem alguma solenidade, festividades ou eventos culturais, observamos atitudes de alienação comunicativa e distorção do sentido de presença e fruição.

Partilhar a dor e o compadecimento, a infâmia e os devaneios emocionais com imediatismo, sem filtros, é hoje uma realidade incontornável, algo transversal a todas as gerações.

Verifica-se uma mudança no estado mental do indivíduo, toldado na capacidade para a autoreflexão e para o sentido de gregariedade, tudo isso num isolamento absoluto.

Estamos conectados com o mundo, em diversos locais em simultâneo, com (des)conhecidos de forma incongruente, afastando-nos de quem está presente no meio proximal. Desenvolver relações cara-a-cara requer o manuseio de competências humanas não edificadas em algoritmos, com margem de erro, ensaio, (in)sucesso e conflito.

A voz, a pele e o corpo não podem ser editados ou ser alvo de formatação em tempo real. As relações humanas são ricas, mas também confusas e exigentes.

Quando as expurgamos com operações de depuração tecnológica sacrificamos a essência da existência humana que é resultante da interacção física com apelo aos sentidos.

Esta fuga à conversação está a comprometer a capacidade de auto-reflexão, com um impacto irreversível nas crianças e adolescentes, precocemente expostas a este manancial de estimulação tecnológica.

Mas todos somos vulneráveis quando experienciamos empatia simulada e fugaz, como se fosse autêntica.

Tal deve-se ao facto de todo o ser humano recear a solidão e temer a intimidade.

As redes sociais foram concebidas para criar a ilusão da cumplicidade, sem as exigências e o esforço da intimidade e do contacto interpessoal.

Ocorre uma transformação invisível no cérebro humano, sobretudo no modo de experienciar as emoções, dado que somos expostos a fantasias gratificantes: a de sermos admirados por alguém, contrariando a solidão num acto de desvirtuação da atenção, do interesse e da gratificação.

O isolamento cria angústia e receio, o que impele a procurar um mecanismo de defesa.

Todavia, estamos perante um paradoxo central. Ao procurarmos uma interacção por via de um recurso informático, activamos um sintoma e não uma solução.

Etiquetas: opiniãoPaulo José Costa
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