No ano passado, as exportações de rochas ornamentais do distrito de Leiria somaram 47,6 milhões de euros, montante que traduz uma subida de 23,3% face aos 38,6 milhões de 2017.
Os dados, facultados ao JORNAL DE LEIRIA pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), permitem ainda perceber que França, que comprou 6,7 milhões de euros da nossa pedra, foi o principal destino deste produto.
Com um total de 49,7 milhões de euros, foi igualmente o primeiro mercado das exportações portuguesas de rochas ornamentais em 2018, que somaram 378, 6 milhões de euros, uma subida de quase 10,5% em relação ao ano anterior, segundo os dados do INE.
“Durante 2018 conhecemos o nosso maior volume em termos de negócios nas exportações desde que há registos em Portugal”, frisou à Lusa Miguel Goulão, presidente executivo da Associação Portuguesa dos Industriais dos Mármores, Granitos e Ramos Afins (Assimagra).
Ao JORNAL DE LEIRIA, o dirigente afirmou que o crescimento se nota sobretudo no produto transformado, o que explica que França seja o principal destino há já alguns anos. Há quatro anos a China era o principal mercado, já que este país compra sobretudo pedra em bruto (blocos).
O sector “continua a exportar pedra em bruto, mas tem subido a venda de produto transformado”, diz Miguel Goulão. Consumindo maioritariamente produto acabado, França registou um crescimento de 5%. Estados Unidos e Espanha ocupam, respectivamente, o segundo e terceiro lugares do ranking de principais mercados.
A Arábia Saudita ocupa a quarta posição, com um total de 16,4 milhões de euros, uma descida de 3,8 milhões face a 2017, revelam os dados do INE.
[LER_MAIS] Uma queda de perto de 20%, que traduz uma tendência de perda de vendas, “sobretudo dos mármores”, nos países produtores de petróleo. “Os períodos de procura são muitas vezes cíclicos e julgo que não tem a ver com o preço do petróleo”, afirmou Miguel Goulão à Lusa.
O Brexit já está a afectar o sector, cujas exportações para o Reino Unido caíram 1,5 milhões de euros, ou seja, 6,4%.
Em contrapartida, as vendas para os países nórdicos, até há poucos anos com uma expressão reduzida, estão a registar um “crescimento percentual elevado”. Miguel Goulão frisa que “hoje o sector consegue estar nos principais projectos mundiais, disputá-los e vencê-los”.