As exportações da indústria portuguesa de moldes ascenderam no ano passado a cerca de 492 milhões de euros, menos 13% do que em 2020, quando somaram 566 milhões.
Os dados constam do Report’22, relatório anual da associação Cefamol, que estima em 579 milhões de euros o valor total de produção, “demonstrando, num ano influenciado negativamente pelos efeitos da pandemia a nível mundial, a resiliência portuguesa e a elevada capacidade de adaptação às necessidades, cada vez mais exigentes, dos clientes e à evolução dos mercados e das tecnologias”.
Segundo o relatório, “apesar da ligeira contracção do saldo da balança comercial (356 milhões de euros, menos 13% do que em 2020), repercussão dos efeitos da pandemia de Covid-19 na economia mundial, mantém-se a forte vocação exportadora do sector e a evolução positiva registada ao longo da última década. Este panorama vê-se reforçado pela ampliação dos mercados de destino da sua produção”.
E que mercados são? Em 2021, a Europa e a América do Norte foram os principais destinos das exportações nacionais de moldes. Na Europa, Alemanha (18%), Espanha (15%), França (14%), República Checa (7%) e Polónia (6%) absorvem o grosso das vendas. Os Estados Unidos subiram quatro posições, ocupando agora o sexto lugar de destino das exportações (5%).
“Apesar de todos os constrangimentos, Portugal mantém a sua forte orientação para o mercado externo, exportando, ao longo da última década, sempre mais de 80% do seu valor de produção”, lê-se no Report’22. Exportações estas que no ano passado chegaram a 87 países distintos.
“Portugal e a sua marca colectiva Engineering & Tooling from Portugal são uma referência no mercado mundial no âmbito da produção de moldes e ferramentas especiais”, sublinha a associação.
O decréscimo verificado nos últimos anos nas exportações decorre da conjuntura internacional, “muito afectada pelos efeitos económicos e sociais provocados pela pandemia e alterações estruturais naquele que é o seu principal cliente: a indústria automóvel”.
Mas em paralelo, “regista-se com agrado o crescimento assinalável que a indústria nacional, nomeadamente de plásticos e componentes, tem assumido nos últimos anos, muitas vezes impulsionada pelo alargamento da cadeia de valor das empresas de moldes”.
Os dados estatísticos confirmam que o sector automóvel se mantém como o principal cliente da indústria de moldes nacional, tendo absorvido no ano passado 78% da produção nacional.
Estes números “contrariam uma tendência até agora existente de diversificação de mercados. Verifica-se uma quebra do mercado de embalagem, dispositivos médicos e electrodomésticos”, constata o relatório.
Actualmente, existem 498 empresas no sector, que empregam cerca de 10.400 trabalhadores, nas regiões de Leiria/Marinha Grande e de Oliveira de Azeméis.