Face à escassez de casas disponíveis no mercado, e também à falta de mão-de-obra que as execute, tem vindo a aumentar a procura por soluções alternativas à construção convencional de tijolo e cimento.
Além da rapidez da obra, há ainda ganhos em termos de isolamento acústico, térmico e até de resistência a fenómenos sísmicos, explicam os empresários ao nosso jornal, realçando ainda os benefícios destes imóveis em termos de sustentabilidade ambiental.
A Steel Home é uma empresa especializada no método LSF –Light Steel Framing (construção em aço leve), que nasceu na Marinha Grande em Fevereiro de 2020. “Assim que iniciámos a actividade fomos surpreendidos pela pandemia. Mas não desistimos e hoje o negócio está a crescer”, realça Nelson Caseiro, sócio-gerente da empresa.
“Em termos de preço, a construção em aço leve é sensivelmente idêntica à construção comum, em alvenaria. Integra alumínios, canalização, soalho e louças como a outra”, nota Nelson Caseiro. Contudo, este tipo de construção alternativa é diferente, porque garante “melhor isolamento térmico e acústico”, prossegue o empresário.
“Procedemos à construção com estruturas em aço leve, com revestimentos à base de materiais reciclados (desde madeira, pneu até resíduos da indústria automóvel), que podem ter acabamento exterior em capoto ou fachadas ventiladas”, especifica.
“E temos sido cada vez mais procurados, porque o tempo de construção é mais reduzido. Demora menos de metade do que uma construção comum. Temos uma moradia que demorou seis meses a terminar e já incluindo arranjos exteriores”, especifica o[LER_MAIS] empresário, referindo ainda as suas características “anti-sismicas”.
Este género de construção “seca” (sem massas nem cimentos) é também pormenorizadamente planeado desde início, o que permite ultrapassar melhor questões de falta de matérias- primas.
Actualmente, a Steel Home tem 18 orçamentos em carteira, para novas moradias e, sublinha Nelson Caseiro, não fosse a escassez de mão-de-obra, mais imóveis teriam para executar.
Marta Gregório e José Pequeno são o rosto da Fractus, empresa de Leiria, que se dedica à construção modular desde 2020. Marta explica que a diferença do seu trabalho reside nas características dos painéis por eles concebidos, patenteados e fabricados, que dão melhor resposta em termos de sustentabilidade e de eficiência energética.
Por um lado, o CO2 emitido para fabricar este tipo de painéis é muito inferior àquele que se emite na construção em betão. Por outro, quando utilizadas nas habitações, estas soluções garantem ao imóvel uma poupança substancial de energia, em relação à construção convencional. “Além do excelente isolamento térmico, os painéis têm uma óptima resistência mecânica e apresentam uma elevada resistência ao fogo”, notam os responsáveis pela Fractus.
Os painéis são constituídos por duas placas externas e um isolamento interno. Para painéis que ficam no exterior utilizam-se placas cimentícias, enquanto que para painéis interiores se utiliza gesso cartonado. “Funcionam como um lego, cujas peças se podem conjugar das mais diferentes formas”, notam os empresários.
A obra fica “ligeiramente mais barata do que uma construção em alvenaria” e está “pronta num terço do tempo”. Além disso, trata-se de uma construção muito versátil, frisa Marta Gregório, exemplificando que a sua tecnologia está a ser aplicada num dos imóveis de luxo de Leiria, o Edifício D. João III.
Mário Reis, responsável pela Conmarfel, empresa sediada em São Mamede, no concelho da Batalha, também nota que o seu negócio da construção de casas modulares tem vindo a crescer, empregando actualmente cerca de 40 colaboradores. Cresceu não só porque há procura por construção célere, mas também porque falta mão-de-obra necessária à execução de casas em tijolo e cimento. “Tem corrido bem. Fazemos uma média de 15 casas por ano, o que totalizava mais de 150 casas numa década”, contabiliza Mário Reis. Além de serem “sensivelmente mais baratas” do que as convencionais, têm melhor isolamento térmico e construção mais rápida, sublinha o responsável. Dependendo da dimensão e da arquitectura, “em dois meses e meio ou três” a obra está pronta. No seu site, a Conmarfel explica que a Modu-Lar é o departamento da empresa que se dedica à concepção e à construção de casas modulares e edifícios para serviços. As suas construções “satisfazem os mais exigentes critérios de qualidade, conforto e segurança”, sendo que os materiais são escolhidos ao gosto do cliente.