O novo partido de Santana Lopes, tal como tantos outros, não tem assento parlamentar, é um pequeno partido do espectro político e ainda não foi, sequer, avaliado do ponto de vista eleitoral.
O Aliança não traz nada de novo, além da bonomia do seu fundador que, ao longo da sua carreira política, deu sobejas provas de não ter nada a acrescentar relativamente aos partidos já existentes.
É tão igual aos outros que, acabado de nascer, já é alvo de polémicas como a que ocorreu, recentemente, com um dos seus vice-presidentes afastado do cargo por ser alvo de processos crime.
Por razões que a razão não vislumbrará facilmente, o congresso fundador deste partido abriu mais de cinquenta serviços noticiosos da RTP1, 2, 3, SIC, SIC Notícias, TVI e TVI24. Além disso, foram feitos demorados diretos, com entrevistas e comentadores, tendo o dito congresso como pano de fundo.
O grave é que as televisões bem sabiam que iriam violar, no futuro imediato, o precedente criado por elas com esta inexplicável cobertura e atenção mediáticas.
Que tratamento vão ter outros partidos como o RIR, de Tino de Rans, e o CHEGA, de André Ventura, igualmente reconhecidos pelo Tribunal Constitucional, para não falar de outros jovens partidos como o LIVRE, ou o PAN que até tem assento parlamentar e não tem tido praticamente cobertura televisiva nos seus eventos partidários.
Poder-se-á até dizer que partidos como o RIR ou o CHEGA não têm credibilidade nem grandes chances eleitorais.
Essa opinião dos média portugueses é racional e vai, até, ao encontro da maioria da opinião pública portuguesa.
A questão que se coloca, mais profunda e inquietante, é a de saber qual a legitimidade dos órgãos de comunicação social, [LER_MAIS] especialmente das televisões, para decidirem, sem nenhum critério, promover (ou aniquilar) partidos políticos como muito bem lhes aprouver.
A atribuição absolutamente arbitrária, de dezenas ou centenas de horas de tempo de antena, a partidos que se encontram na mesmíssima situação de outros seus concorrentes, pura e simplesmente ignorados, é completamente injusta, além de ser, perigosamente, antidemocrática.
Nota 1: Parabéns à oposição (PSD) e à Câmara Municipal de Leiria (PS) por terem, respetivamente, proposto e aprovado a atribuição do nome de João Vasconcelos a uma rua de Leiria. Uma justa homenagem a um político, verdadeiramente visionário, que nos deixou mais pobres com a sua recente e prematura partida.
Nota 2: No PS surgiram vozes a defender o nome de António Sales para o Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Leiria. Sales é, de facto, um excelente nome oriundo das fileiras do PS, onde não faltam outros nomes, tais como Odete João, Arlindo Francisco, Carlos André, Fernando Lopes, Victor Faria e José Miguel Medeiros.
Nota 3: Parabéns ao Conselho de Administração do Hospital (de S. João no Porto) pela decisão de abdicar da hodiernamente inaceitável mordomia da atribuição de viaturas para uso pessoal dos seus membros, colocando-as ao serviço do “Hospital Domiciliário”.
*INTERVIR JÁ – Movimento Cívico
Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990