A vida de Nuno Álvares Pereira, herói da Batalha de Aljubarrota, travada em 1385 no planalto de São Jorge, em Porto de Mós, vai ser retratada em filme. A iniciativa é da Fundação Batalha de Aljubarrota que prevê que as filmagens aconteçam em Maio do próximo ano, em Beja.
Na pele do protagonista, considerado pelos historiadores como um dos maiores estrategas e génios militares portugueses, volta a estar Gonçalo Waddington, que já, em 2008, vestiu a pele de Nuno Alvares Pereira no filme A Batalha Real, que retrata a luta travada entre os exércitos português e castelhano e que é exibido no Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota.
Alexandre Patrício Gouveia, preside da FBA, adianta ao JORNAL DE LEIRIA que o filme será construído em torno de dez dos acontecimentos “mais marcantes” da vida de Nuno Álvares Pereira e com maior significado para a história de Portugal, como é o caso das batalhas de Aljubarrota e de Atoleiros, das Cortes de Coimbra e da tomada de Ceuta.
A elaboração do guião esteve “a cargo do Conselho Científico da FBA”, qual fazem parte os historiadores Saul António Gomes, Pedro Barbosa e Mário Jorge Barroca, “em colaboração com João Gouveia Monteiro”, professor catedrático da Universidade de Coimbra, avança Alexandre Patrício Gouveia.
Numa nota publicada no seu site, a FBA revela que irá contar com a colaboração do exército português para a realização do filme, o que se revestirá de grande importância, nomeadamente na reconstituição da Batalha dos Atoleiros (1384) e da Batalha de Valverde (1385).
Conjugando a pesquisa documental com a linguagem cinematográfica e multimédia, o filme vai depois ser projectado no CIBA, à semelhança do que acontece com a fita A Batalha Real, que constitui um dos pontos fulcrais da vista ao espaço.
“A Fundação considera que sendo realizado com qualidade e rigor histórico, este segundo filme constituirá uma importante mais valia para este Centro de Interpretação, para além de aumentar, significativamente, o conhecimento transmitido a todos os seus visitantes”, pode ler-se no site da instituição.
O projecto contará também com o apoio de municípios do território abrangido pelos episódios retratados no filme, no âmbito da “valorização, promoção e divulgação dos factos históricos ocorridos durante a Guerra da Independência (1383-1411)”.
É o caso da Câmara de Ourém, que esta segunda-feira aprovou um protocolo de colaboração com a FBA, através do qual o município assume uma comparticipação de 30 mil euros.
Por seu lado, a fundação compromete-se a atribuir 380 entradas gratuitas anuais para o Centro de Interpretação de Aljubarrota, destinadas a jovens até aos 15 anos, mais 380 entradas gratuitas anuais direccionadas a residentes no concelho de Ourém com idades superiores a 66 anos.