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Home Sociedade

Floresta das Lebres: um ‘santuário’ de biodiversidade que está a nascer na Maceira

Maria Anabela Silva por Maria Anabela Silva
Abril 7, 2024
em Sociedade
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Floresta das Lebres: um ‘santuário’ de biodiversidade que está a nascer na Maceira
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Natural de Lisboa, mas com raízes familiares na zona de Tomar, Tiago Pereira frequentou um curso de cozinha e trabalhou, durante quase dez anos em Inglaterra, nas áreas da hotelaria e restauração. Já Marta Domingues nasceu na Maceira, em Leiria, formou-se em ciências políticas e internacionais e fez voluntariado. Conheceram-se dois meses antes de saírem de Portugal, ele para o Reino Unido e ela para a Índia.

Iniciaram um relacionamento, mas mantiveram os planos, que tiveram, no entanto, de ser ajustados, já que o projecto de voluntariado que Marta iria integrar durante um ano foi encurtado. Pelo que, ao fim de alguns meses, juntou-se a Tiago em Inglaterra, onde se fixaram-se numa vila nos arredores de Londres. “Era do tamanho da Maceira, mas com o ritmo da Marinha Grande”, compara Marta, que participou em projectos comunitários, trabalhou na hotelaria e a cuidar de idosos, algo que, diz, ter gostado “muito”.

Ao fim de dez anos, decidiram que era tempo de mudar e procurar uma vida “mais calma” para criar e educar Xavier e Santiago, os dois filhos do casal, hoje com dez e cinco anos. Em meados de 2019, rumaram à Grécia, onde Tiago arranjou emprego no sector do turismo e Marta começou a desenvolver um projecto próprio na área da meditação.

Só que, meses depois, com a Covid-19, todos os planos foram pela água a baixo. Tiago “foi despedido sem data de regresso” ao emprego e o negócio que Marta estava a iniciar e que deveria arrancar no Verão de 2020 “já não ia acontecer”.

A hora era de decisões: voltar a Inglaterra, a um ‘terreno’ que conheciam bem, ou vir para Portugal, uma opção que não estava, “de todo”, nos planos do casal, mas que se revelou o caminho mais “natural”, já que Marta tinha uma casa de família na zona da Cerca, freguesia de Maceira, que estava desabitada e que podiam ocupar. Foi aí que passaram a quarentena a que estiveram sujeitos quando chegaram ao País e os sucessivos confinamentos, aliviados com os passeios que podiam fazer no terreno à volta, uma propriedade com cerca de quatro hectares que está na família de Marta há cinco gerações.

“Começámos a conectar-nos com a terra, a dar-lhe valor, a procurar perceber o que estava a acontecer no pinhal, que tinha sido plantado pelos meus avôs e que, apesar de nos últimos anos ter estado abandonado, começava a regenerar-se de uma forma muito bonita”, conta Marta Domingues.

Um plano a 50 anos

Da conexão com a terra, surgiu o interesse em conhecer a história da propriedade, em tentar perceber por que é que havia zonas onde a regeneração acontece “com mais energia” e outras onde, simplesmente não se dá, porque, durante anos a fio, serviu para a sementeira da batatas, com recurso a amónio. Foi neste processo de descoberta que nasceu o projecto Floresta das Lebres.

A ideia, explicam Marta e Tiago, ambos com 35 anos, é transformar “uma terra abandonada numa agro-floresta botânica regenerativa e num santuário para a biodiversidade”. Um plano a 50 anos, que está a dar os primeiros passos.

Começaram com a limpeza do pinhal, preservando “ao máximo” as espécies existentes. Está também já em marcha a construção de algumas infra-estruturas ecológicas para experiências comunitárias. É disso exemplo uma casa-de-banho feita com restos de paletes de madeira que Tiago trouxe da empresa de moldes onde trabalha, ou de um pequeno bar cuja cobertura foi executada com a lona de um camião, “com mais de 40 anos” e que estava abandonada no meio do pinhal.

Parte dessa lona serviu ainda como tela para a exibição de um documentário, realizada no passado dia 23, que marcou a “estreia em Portugal em registo streaming” do filme Six Inches of soll, que conta a história de três agricultores ingleses que estão a mudar as suas práticas para uma agricultura regenerativa, que não só abdica de pesticidas como aposta na preservação do solo.

A par da exibição do filme, houve também debate em torno do tema e uma prova de produtos provenientes deste tipo de cultura agrícola. “É uma forma de espalhar mensagem, de lançar sementes para mudança de comportamentos”, diz Tiago Pereira, sentado num fardo de palha, que serve de banco.

Nas proximidades, há um lago, criado com recurso a uma tela de plástico, presa ao solo com restos de construção que havia na propriedades. Falta ainda dar destino aos velhos azulejos, que também estavam nesse amontoado, com os quais Marta quer fazer um mural. “A seu tempo”, refere, enquanto caminha ao longo da propriedade, onde há vários “ninhos sintrópicos”, pequenos círculos com cerca de 50 centímetros de diâmetro, onde despontam já plantas resultantes de sementeiras feitas no decorrer de workshops realizados no espaço.

Num deles, baptizado com o nome ‘floresta das crianças’, vê-se um minúsculo abacateiro, um buxo, um carvalho e um pinheiro-manso, este semeado por uma bebé de 15 meses, conta Marta, que explica que as plantas podem crescer juntas “durante muitos anos”.

O caminho leva-nos até a uma majestosa figueira, plantada há mais de 100 anos por Joaquina Lebre, bisavó de Marta, que desenvolveu a propriedade que herdou (ver caixa). O jovem casal conta que, quando iniciaram o projecto, só se viam silvas no local a cobrir a figueira. Agora, também já existem “urtigas, um faveiro, um fisális e plantas selvagens, como azedas e ervilhacas”, descrevem, apontando para o núcleo de oliveiras, existente no extremo da propriedade, e para um dos muitos sobreiros que estão a despontar “por todo o lado”.

Mais de 150 espécies identificadas

De regresso ao ponto de partida, Marta emociona-se ao passar junto da amoreira que plantou em criança – “tinha uns dez anos” – e conduz-nos à zona de carvalhal, que querem aumentar. Mais adiante, baixa-se para observar de perto uma orquídea selvagem híbrida, que nasceu debaixo de uma figueira, em redor da qual foram crescendo pinheiros e pilriteiros.

“Temos já mais de 150 espécies identificadas”, refere Marta, revelando o projecto passa também por reforçar a biodiversidade de plantas nativas e não só, com introdução de novas espécie de “interesse”.

Criar um negócio de viveiro, dinamizar experiências, workshops e eventos regenerativos, apostar em turismo ecológico e na produção de mel, azeite e cogumelos silvestres, são outras das componentes do projecto.

“Daqui a 50 anos, imaginamos que o pinhal tenha dado lugar a uma floresta biodiversa. Gostávamos de ter a maior colecção botânica que nos seja possível criar, mostrando que as espécies conseguem viver juntas. Também queremos ter algumas habitações para turistas, voluntários e investigadores”, revela Marta Domingues, que sonha alargar a propriedade “até aos 100 hectares” e criar uma fundação para a gestão participada do espaço.

Legado da bisavó Joaquina, uma mulher “incrível” 

A recuperação e valorização da propriedade da família é também uma forma de Marta Domingues homenagear o legado da bisavó, Joaquina Lebre, que foi “a primeira habitante da Cerca”, povoação da freguesia da Maceira. “Foi uma mulher incrível. Há 100 anos, teve a coragem de se separar do marido, que a maltratava, e de se fixar aqui com as duas filhas, depois de herdar uns 100 hectares de terreno”, revela Marta, ainda a reconstruir a história dos seus antepassados. Sabe já que Joaquina “sabia ler e escrever” e que funcionava como “uma espécie de advogada”, dando aconselhamento às pessoas dos lugares vizinhos. Criou “um negócio de cultivo de vegetais” e, com as filhas, vendia leite porta-a-porta. “Terá sido quando herdou que decidiu deixar o marido”, revela a descendente de Joaquina Lebre, que herdou parte da casa mandada construir pela bisavó. A outra, foi feita nos anos 80 do século XX. “Contaram-me que havia um grande portão, com enormes trancas, para que o marido não pudesse entrar. Ela estava numa situação muito difícil, mas mesmo assim foi uma grande empreendedora. O nosso projecto é uma forma de continuar o seu legado.”
Etiquetas: agro-florestabiodiversidadeFloresta das LebresLeiriaMaceiraprojecto
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