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Home Viver

Francisco Pedro, jornalista e artista plástico: “conhecer outros povos complica-nos a cabeça”

admin por admin
Novembro 13, 2017
em Viver
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Francisco Pedro, jornalista e artista plástico: “conhecer outros povos complica-nos a cabeça”
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O jornalismo foi a sua porta para conhecer povos indígenas na América do Sul e para a sua participação na exposição Filhos de Gea, que está patente na Biblioteca José Saramago, em Leiria?
Partilho essa exposição com o escultor Abílio Febra, e com o pintor Álvaro Almaguer. Sempre gostei de viajar. Conhecer outros povos complica-nos a cabeça e dános uma experiência fantástica. O primeiro contacto que tive com os índios brasileiros Yanomamis foi através de um artigo sobre uma exposição, no Museu da Consolata, de Fátima, que escrevi para o JORNAL DE LEIRIA e onde conheci o missionário de Leiria, Paulino Ferreira, que me falou desse povo. Fiquei fascinado e decidi que tinha de lá ir, o que aconteceu em 1999. Depois disso, conheci mais duas tribos, os Warao, na Venezuela, e os naza, na Colômbia. Na minha exposição, usei folhas vegetais para imprimir, através de fotossíntese, imagens das três tribos.

Usar impressão fotográfica, numa delicada folha, que acabará por se desfazer, revela uma metáfora para a situação destes povos?
O tema da exposição aborda a Terra como mãe, que é preciso preservar. Para a parte técnica tive ajuda de outro artista, o Tony Palmeira, que me sugeriu a fotossíntese. É uma obra efémera que, espero, dure até ao final da exposição. Também imprimi numa lona uma imagem de uma anciã colombiana, com um olhar determinado e de luta, pela posse da Terra, da mãe que dá sustento, com a qual dialoga e que é preciso preservar. Já as folhas vão partir-se e as imagens irão desaparecer, num regresso à terra. Espero chamar a atenção para a ligação dos incêndios e seca com a alteração do clima. Uma alteração que provocámos. As pessoas falam disso, mas não estão conscientes da gravidade. Os Yanomamis, que estão ameaçados de morte por madeireiros e garimpeiros, não produzem um grama de lixo, por exemplo. Vivem completamente em equilíbrio.

O que recorda do seu primeiro contacto com eles?
Foi um momento fantástico. Passei oito horas, aos saltos na selva, na carroçaria de um jipe, desde uma missão até às suas malocas. Parámos porque nos ouviram muito antes e vieram até à estrada. De repente, começámos a ver os índios e as mulheres, com os bebés ao colo. Eles têm um comportamento completamente diferente, como se fossem um animal da floresta. Não nos tocam, rodeiam-nos e quase nos farejam. É um comportamento felino.

Tendo nascido nos Pousos, a quem é que o seu coração pertenceu? Ao GRAP ou à filarmónica da SAMP?
A ambos. Joguei andebol no GRAP, até aos juvenis, e acabei a "carreira" na União de Leiria. Também toquei clarinete e requinta na filarmónica, com o maestro Joaquim Lopes, e cheguei a ser o músico mais novo do grupo, quando tinha 11 anos. Fiquei lá até aos 14. Tinha quase todos os fins-desemana ocupados a tocar em festas de paróquia. Recordo- me que, na festa da Foz do Arelho, que durava três dias, dormimos em casas abandonadas, onde puseram uns colchões no chão. Num desses dias, vieram umas miúdas pedir-me autógrafos. Foi a primeira vez que aconteceu. Ainda estive nuns grupos musicais e cheguei a fazer teatro amador.

E a escrita?
Na verdade, em jovem, lia mais do que escrevia. Quando fiz o meu primeiro Interrail, escrevi uma espécie de diário que, anos mais tarde, voltei a encontrar e ler e fartei- me de rir da forma como escrevia… Comecei a colaborar com o Diário de Leiria, quando ainda trabalhava nos Serviços Municipalizados de Leiria. Fazia crónicas desportivas e comecei a achar piada àquele mundo. Pelo meio, fui estudar Pintura e Desenho, na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa. Foi um "bichinho" que apareceu em adulto, porque, quando era miúdo, sonhava ser músico. Adorava o rock sinfónico dos Marillion ou Pink Floyd, o Zappa, os Led Zepellin, entre outros. Mas, a determinado momento, percebi que gostava de pintar e comecei a fazê-lo em  [LER_MAIS] casa, sem qualquer formação… Foi quando decidi ir para a Sociedade Nacional de Belas Artes e fiquei lá dois anos. Ia duas vezes por semana à tarde e regressava no expresso da meia-noite que chegava às 2 horas a Leiria.

Foi por essa altura que apareceu o Circularte?
Senti que faltava algo em Leiria que juntasse os artistas… uma associação. Já conhecia os fotógrafos José Luís Jorge e Paulo Cunha. Falámos e todos juntos criámos o Circularte, com pessoas da fotografia, teatro, escultura, pintura e cinema. No seio da associação surgiu-me a ideia de criar uma escola de artes em Leiria, mas nunca consegui por falta de apoios. Um dia, vesti um casaquinho e fui bater à porta da Secretaria de Estado da Cultura. Apresentei-me como dirigente da associação, mostrei o plano de actividades e disse que gostava de falar com alguém. "Marcou com alguém?"… "Não, mas vim de propósito de Leiria", respondi. Lá me puseram a falar com um responsável e indicaram-me onde pedir apoios. Aprovaram-nos o plano ao abrigo da Lei do Mecenato. Devemos ter sido dos primeiros colectivos a conseguir isso em Leiria. O Circularte já andava a viver uma crise de identidade porque as pessoas começaram a trabalhar e cansaram- se de andar sempre a mendigar por ajudas. Na época, já tinha um professor chileno das Belas Artes que estava disposto a mudar-se para Leiria para a escola de artes… mas o Circularte foi-se diluindo. Hoje, Leiria ganhou uma dinâmica muito engraçada. Mas, da experiência que tenho do Circularte, sei que é preciso acautelar o futuro das associações, para que não se fechem sobre si mesmas e assegurar que, quando os núcleos duros desmoronam, haja continuidade.

Tem pintado?
Pintei um tríptico para um amigo… Tenho feito mais exposições de fotografia. Recentemente, tive uma sobre as crianças-irã, da Guiné, na sequência de uma campanha de angariação de fundos para uma casa que acolhe essas crianças abandonadas, porque as consideram feiticeiros. Deixam os bebés à beira dos rios para se afogarem ou nos ninhos das térmitas. Tive também uma exposição sobre tabernas antigas de norte a sul de Portugal, encomendada pelo Museu da Anadia e, nas pedreiras abandonadas das serras de Aire e Candeeiros, cheguei a pintar murais, com tintas ecológicas, que depois fotografava, antes de elas desaparecerem. Parece-me que faço tanta coisa que acabo por me esquecer.

 

PERFIL
Homem das Letras

Nasceu Francisco Silva, nos Pousos (Leiria), há 52 anos, mas adoptou o nome profissional de Francisco Pedro. Estudou Administração e Comércio e iniciou a vida profissional numa empresa de materiais de construção civil, antes de ingressar nos Serviços Municipalizados de Leiria. Haveria ainda de estudar Pintura, nas Belas Artes. 

A escrita apareceu com artigos desportivos no Diário de Leiria, antes de passar pelo JORNAL DE LEIRIA e Correio da Manhã. Actualmente, é o director executivo da revista Fátima Missionária e correspondente do Jornal de Notícias.

Tem artigos publicados sobre as tribos em perigo na América do Sul, no Expresso, Grande Reportagem e Independente e é autor do livro Filhos da Amazónia- – Diário de um jornalista na terra dos índios.

Etiquetas: Artista PlásticoculturaentrevistaFrancisco PedroLeiriaViver
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