PUBLICIDADE
  • A minha conta
  • Loja
  • Arquivo
  • Iniciar sessão
Carrinho / 0,00 €

Nenhum produto no carrinho.

Jornal de Leiria
PUBLICIDADE
ASSINATURA
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Jornal de Leiria
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Home Sociedade

Futebol une o que o preconceito separa

Maria Anabela Silva por Maria Anabela Silva
Setembro 21, 2017
em Sociedade
0
Futebol une o que o preconceito separa
0
PARTILHAS
0
VISUALIZAÇÕES
Share on FacebookShare on Twitter

A noite está fria e já pede o conforto de um sofá. Mas, antes da hora marcada, já todos se apresentam a jogo. Depois de andaram a saltitar de campo em campo, a expensas próprias, o ponto de encontro é agora a zona desportiva dos Pousos, onde a união de freguesias local lhes cedeu um espaço para jogar.

É aí que todas as quintas-feiras elementos de etnia cigana residentes no Bairro Social das Cova das Faias, em Leiria, se juntam a outras pessoas fora da comunidade para um jogo de futebol muito especial.

Aqui, não se contabilizam as vezes que a bola entra na baliza e os cartões são substituídos por pedidos de desculpa. O importante não é o resultado desportivo, mas sim os golos que se marcam contra o preconceito e contra a discriminação. E o futebol tem essa magia.

A ideia começou a ganhar forma entre as 'bocas' que se mandavam enquanto os técnicos da InPulsar – Associação para o Desenvolvimento Comunitário – faziam a actualização dos processos das crianças e famílias envolvidas no Gira Ó Bairro, um projecto de integração social que a associação tem curso naquele bairro.

“Os miúdos iam-nos dizendo que os pais já tinham jogado ou que jogavam futebol. E nós começámos a 'picá-los'”, conta Emanuel Pestana, assistente social, que fez voluntariado e estágio no Gira Ó Bairro.

Esse “picanço saudável” resultou na marcação de um jogo. Os técnicos, voluntários e amigos da InPulsar compareceram com uma equipa. Do lado da comunidade cigana, aparecem jogadores suficientes para várias formações.

A experiência, que arrancou há cerca de um ano, “virou rotina”. Faça chuva ou faça sol, quinta-feira é dia de jogo da comunidade cigana com o 'resto do mundo'. Se no início havia a tendência de uns e outros se juntarem aos seus pares, com o passar do tempo a formação de equipas mistas tornou- se “natural”.

 [LER_MAIS]  “No começo cada um ficava na sua zona de conforto, mas isso esbateu-se. É a magia do futebol a funcionar”, diz Emanuel Pestana, que, com umbrilho nos olhos, realça o carácter “multicultural” do grupo.

“Temos pessoas do Brasil, Madeira, Coimbra, Felgueiras, Figueira da Foz e de outros locais”, confirma Ilídio Monteiro, morador na Cova das Faias, que chegou a jogar no GRAP (Grupo Recreativo Amigos da Paz), nos Pousos, mas que agora está afastado dos relvados.

É ele que desempenha o papel de treinador. No decorrer do jogo, vai dando orientações para dentro do campo. “Achas que te vão passar a bola aí? Desmarcate”, pede a um dos jogadores. “Vai lá ajudar”, “passa atrás” ou “segura a bola” são outras dicas dadas pelo mister, que tem também a incumbência de controlar a rotatividade das equipas, para que todos possam jogar.

“Trocamos de cinco em cinco minutos ou quando se marcam dois golos”, explica, afiançando, no entanto, que “o resultado não conta nada”. O que importa, diz, “é o convívio”. Não se pense, contudo, que não há ambição na brincadeira. O treinador já traçou o objectivo para esta época, que começou oficialmente na passada quinta-feira.

A meta, revela Ilídio Monteiro, passa por preparar equipa para participar em alguns torneios no próximo Verão. Este ano, “fizemos apenas um, mas no próximo queremos ir a mais.” Mas, para isso, é preciso “pôr a equipa em forma e tirar algumas barrigas”, brinca Ilídio Monteiro.

Essa não é, de todo, uma indirecta a Adolfo Monteiro, que os companheiros tratam por 'Galino'. Porte esguio, atitude aguerrida, sobretudo quando o picam, como aconteceu no último jogo depois de alguém lhe ter recordado a derrota da noite anterior (3-1) do 'seu' FC Porto, Adolfo é – diz ele e confirmam os colegas – um dos mais assíduos. “Nunca falho. Nem no Inverno. Gosto muito de futebol e do convívio”, afirma este nortenho de Felgueiras, que vive há oito anos no Bairro da Cova das Faias.

À camaradagem e à prática desportiva, Emanuel Santos, motorista natural de Leiria, onde trabalha, mas a residir na Figueira da Foz, junta um outro motivo para participar, sempre que pode, neste encontro semanal, que o obriga a fazer muitos quilómetros: estar com o filho Alexandre, assistente social da InPulsar afecto ao projecto Gira Ó Bairro. “É também uma forma de colmatar a ausência”, confessa.

Com a experiência a entrar no segundo ano, Alexandre Santos explica que o principal objectivo é “trabalhar a inclusão social”, através da relação que se vai criando entre pessoas do bairro onde o projecto intervêm e a comunidade de Leiria, uma aproximação que se pretende que, “aos poucos, vá para lá do campo de jogo” e que ajude a quebrar preconceitos.

“No início havia, de parte a parte, algumas resistências, que foram sendo ultrapassadas”, diz o técnico da InPulsar, revelando que, após o jogo, é habitual haver um momento de conversa, que visa “estreitar os laços” entre os participantes. “Um dia, alguém disse que andava à procura de emprego. Um deles, sabia que estavam a recrutar num determinado sítio. Foi uma porta que se abriu”, exemplifica.

Segundo Alexandre Santos, a iniciativa pretende também estabelecer uma “maior proximidade” entre as famílias e o Gira Ó Bairro, “nomeadamente aos homens da comunidade que, por vezes, tinham uma certa resistência em frequentar o projecto ou até em confiar no trabalho” dos técnicos.

“Aos poucos, essas barreiras têm-se vindo a esbater”, diz, com um sorriso rasgado. E conta: “nos primeiros tempos, tínhamos o futebol à quinta-feira e, na segunda, quando regressávamos ao bairro, falava-se do jogo. O futebol acabou por ser um desbloqueador”. É a magia do futebol a funcionar.

 

Etiquetas: cova das faiasetnia cigadafutebolinclusãoInpulsarLeiria
Previous Post

GNR detecta fabrico de droga em Vieira de Leiria

Próxima publicação

Gentrificação

Próxima publicação
Gentrificação

Gentrificação

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

  • Empresa
  • Ficha Técnica
  • Contactos
  • Espaço do Leitor
  • Cartas ao director
  • Sugestões
  • Loja
  • Publicidade Edição Impressa
  • Publicidade Online
  • Política de Privacidade
  • Termos & Condições
  • Livro de Reclamações

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.

Bem-vindo de volta!

Aceder à sua conta abaixo

Esqueceu-se da palavra-passe?

Recuperar a sua palavra-passe

Introduza o seu nome de utilizador ou endereço de e-mail para redefinir a sua palavra-passe.

Iniciar sessão
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Opinião
  • Sociedade
  • Viver
  • Economia
  • Desporto
  • Autárquicas 2025
  • Saúde
  • Abertura
  • Entrevista

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.