Ginasta do TCL paga do seu bolso para participar no Campeonato da Europa

Maria Carvalho é uma das quatro ginastas que vai integrar a selecção nacional de duplo mini trampolim, que vai lutar pela conquista de medalhas no 26.º Campeonato da Europa, que decorre entre 12 e 15 de Abril em Baku, no Azerbaijão.

Apesar de ir defender as cores nacionais, a atleta do Trampolins Clube de Leiria (TCL) foi obrigada a pagar do seu bolso a inscrição e a suportar as despesas da estadia. São mais de 1200 euros e sem possibilidade de escolher avião ou local de alojamento. “A Federação só empresta o equipamento”, afirma o treinador do TCL, Rui Branco.

A Câmara de Leiria, que homenageou a jovem este ano, acedeu a um pedido da Direcção do clube e vai comparticipar as despesas em cerca de 50%. Aos 15 anos, Maria Carvalho vai cumprir a sua primeira internacionalização já como ginasta de elite. Rui Branco não tem dúvidas que a qualidade da jovem pode vir a dar-lhe uma medalha.

“ [LER_MAIS] A Maria vai estar a lutar com atletas que têm mais apoios e condições que nós, mas o seu percurso tem sido vertiginoso e bem sucedido no duplo mini-trampolim. Se a estrelinha também estiver do lado dela, tudo pode acontecer”, garante.

Mais comedida, Maria admite que sonha com uma medalha, mas prefere “não criar expectativas”, reconhecendo que o nível das adversárias é superior. Desde que foi seleccionada, a ansiedade pela participação passou a fazer parte do seu dia-a-dia. “Penso nisso todos os dias e estou um bocado nervosa.”

O seu maior receio é “falhar em coisas óbvias”. Para preparar a participação, a ginasta realizou um estágio com a selecção. “Correu muito bem. Foi uma óptima experiência e deu para conviver com pessoas novas e ter outro tipo de feedback”, conta. Rui Branco acrescenta que os elogios do seleccionador foram grandes. 

Treina diariamente duas horas por dia e tenta conciliar a ginástica, que pratica desde os 3 anos, com os estudos. “Adorava fazer da ginástica a minha vida, mas sei que em Portugal isso não é possível, por isso, tenho de dar prioridade à escola.”

No entanto, os sacrifícios pela modalidade são alguns. “Gostava de poder estar mais tempo com os meus amigos ou ir para casa descansar depois de um dia de escola, mas é preciso treinar”, assume, sublinhando, contudo, que adora o que faz.